Virou liquidação! Real Paulista Classic aproveita a econômica fase dos arouquenses para garantir sua goleada, assumir a vice-liderança, e deixar o rival direto próximo à zona de exclusão
O Real Paulista Classic se juntou a Real Madruga e JP na galeria de times que golearam o primeiro campeão do Chuteira Classic. Aliando coletividade à sua já exaltada qualidade técnica, a turma de Dutra e cia. anotou um fácil 4 x 2 e alcançou, de quebra, a segunda colocação. O Arouca jamais deixou de competir, mas é nítida sua dificuldade de trocar o pneu com o carro andando, se tornando alvo fácil para Papai do Axé, Joãozinho, Kuminha, Juninho, e quem mais estivesse presente no resultado histórico a endereçar a aroucada – esta, pedindo com fé por um empate hoje à noite entre Ras Time e La Coruja – pra estrada do limbo.
O Aroucão rezou bastante tanto quanto a sua aflita torcida e veio na base (sem “aquela” convicção, é preciso informar) do “vâmo” com Raphinha, Nelsinho, Interior, Mota, França e Renan buscando pressionar Manzano, Papai do Axé, Dutra, João Gobatto, Juninho e Jeff. Início parecido com treino tático, ou pijaminha-training pois tava frio pra ‘caraleo’, sem tantas acelerações, e com El Papi – voltava a atuar como atacante, largando a vida glamorosa de zagueiro – mandando no estacionamento o primeiro arremate do clássico! Erros nos passes eram observados, mas não havia sinal de tensão. Apesar da posição incômoda, o duplamente finalista se portava como campeão. Porém, a técnica em si, nos dois lados, passava distante do Estádio Chuteira de Ouro 14, com Juninho turbinado na marcação pelo menos!
Permanecia o pijaminha-training. Renan foi ao fundo, pela esquerda, cercado por Juninho, mas cruzou nas mãos de Herrera. Resposta no costado direito para El Papi descolar lateral, mas, para ser sincero, nenhum dos times ainda empolgava! Havia uma impressão de que o RPC respeitava demais a camisa adversária. Porém, logo mudaria essa visão. Apesar de o Aroucão dominar as ações do melão, e ser perigoso (mesmo que o mínimo), logo a defesa do RPC se recompunha sob a direção de Juninho. Isso permitiu a Jeff ‘chutamento’ da direita, João Gobatto dominar dentro da área e passar pro lado para El Papi anotar 1 x 0! A partir da abertura do placar, a aroucada se recolheu moralmente, e a turma do ausente Levy passou a tratar o game com a devida seriedade: era noite de malhar Arouca!
Dih veio ajudar Raphinha, Mota, Interior, Nelsinho e França, porque a disposição de El Papi, João Gobatto, Pina, Dutra, Juninho e Jeff para protegerem Herrera era profunda! Interior entraria na área para fuzilar Herrera, mas foi molestado (juizada falou que foi na bola) antes por El Papi! A pressão na direita se manteve e Nelsinho tomou, pedalou pra cima de Dutra, e meteu a pancada. Herrera salvou a escanteio! Após a cobrança, uma aparente combinação de churrasco ali pela direita envolvendo suplentes do RPC com Nelsinho, e diante do momento de descontração, e desconcentração arouquista, partiu o lançamento ao ataque para França aplicar ippon em Bizuza dentro da área: virou Judô de Ouro o Classic 3 da Liga Chuteira de Ouro F7! Manzano cobrou a penalidade no pé da trave direita, Kino ainda tentou dar um tapa de lado, mas o melão entrou em seguida! 2 x 0!
Kino e a defesa arouquista numa comoção que desagradaria M1 se estivesse presente, cedendo lateral canhoto próximo da área do Arouca. Professor Markinho então pediu uma pausa antes, porque a cobrança poderia ser perigosa. Tornou-se uma leve aventura, mas a aroucada se safou dessa e foi em busca da retomada. Trocava muitos passes Dih, Heitor, Interior, Raphinha, Gothardo e Nelsinho, mas a defensiva do RPC funcionava como a República da China no atual cenário geopolítico: proporcionou, por exemplo, a Kuminha e Guga irem no contragolpe, sem barreiras comerciais e alfandegárias, mas foi Raphinha quem salvou o Arouca nessa!
Interior derrubado na intermediária esquerda, para Nelsinho movimentar a infração: afundou o famoso “pega esse passinho, Heitor”! Enquanto isso, Bizuza pedia mão, e depois Kuminha teve grande oportunidade, deitando arouquista inclusive, mas na hora da nota 10 resolveu consagrar o amiguinho, permitindo Interior evitar o pior! Contra-argumento de Raphinha, pela esquerda, em elevação para Markinho do outro lado, livre, mas Herrera saiu antes! A troca de lados na quadra ficou marcada também pelo eterno amor entre os jogadores com a arbitragem: aquele ‘Festival do Megafone’ no ‘Arouca’s Day’ para desanimar ainda mais os ímpetos das torcidas, numa noite onde qualquer ser humano presente na região oeste de São Paulo que não estivesse em quadra, gostaria de estar em um local fechado e quentinho!
A aroucada deu a saída e Interior foi logo fazendo sua jogada famosa por dentro, ninguém deu combate e ele chutou na zaga, com a sobra ficando para Raphinha meter o campeão da primeira edição de volta ao jogo aparentemente! 1 x 2! Pela movimentação teríamos equilíbrio. Repelida a ideia quando Pina arremessou lateral pela esquerda, El Papi desviou e Kuminha chegou lembrando Gerson recentemente pelo Flamengo contra o Bayern de Munique no Mundial de Clubes com porrada no alto, no centro da meta arouquista, tirando a crista de Kino! 3 x 1! Pouco depois jogada de Kuminha passando no meio para Vini Carlos aparecer com chutada rasteira e cruzada. João Gobatto passou do melão e não concluiu!
Outra vez o RPC se agigantava na marcação. Se era época de tirar casquinha da má fase do Arouca, o duplamente semifinalista usava e abusava da prerrogativa! Forçava a aroucada a empilhar infrações logo cedo. Na defesa, mantinha-se robusto, e no ataque, começava a desperdiçar chances de meter uma goleada histórica! Dih, Renan, Mota, Interior, Gothardo e Nelsinho, pelo menos, competiam - com Herrera pedindo atendimento.
Se o Arouca depositava suas fichas num entrosamento espetacular, mas, que não aconteceu, ficou no papel apenas, infelizmente, entre Nelsinho e Interior, o RPC estava armado para contra-atacar: de Kuminha a Jeff, e deste para João Gobatto aumentar a artilharia de seu amor à Mariana! 4 x 1! Depois Kino largou o gol, Manzano tomou no meio e mandou por cobertura. Mota tirou em cima da linha! A partida já estava definida, porque Bizuza, Jeff, Manzano, Kuminha, Juninho e João Gobatto se desdobravam na defesa e no ataque! Só restava saber por qual goleada, porque a reconstrução do Arouca teria de ser adiada depois de confirmada sua quinta infração - com dez minutos para se jogar!
De Markinho para Raphinha no meio, que ajeitou pra chegada com chinelada de Renan, para fácil defesa de Herrera. No contragolpe 4 contra 1, só lembro de ver Bizuza correndo, Kuminha no rolê, e Jeff aparecendo de trás para meter a destra, talvez de três dedos, na trave direita! Finalmente a resposta arouquista com Gothardo, da direita. Herrera pôs a corner. Momento em que Raphinha rolava a quinta infração do RPC de lado para a chapada de Heitor nas mãos de Herrera - instante do break da cúpula do RPC!
Protocolares os minutos finais de uma postura tática e técnica massacrante do RPC. O Arouca nunca desistiu de buscar a vitória pois é de seu DNA, mas a equipe não apresentava jogadas para incomodar a defesa liderada por Juninho. Os times queriam o shoot out na verdade, então o corpo a corpo diminuiu, permitindo a Dih disparar o canhão, Herrera rebater, mas Raphinha não acreditar no rebote! Pina, em seguida, se encantou indo ao ataque, perdeu no meio e permitiu Interior vir por dentro e ser derrubado por Kuminha na entrada da área! O sofredor da infração carregou sua cobrança, deitou Herrera, e pelo menos descolou um desconto para deixar o placar menos vexaminoso! 2 x 4! Dada a saída e fim de papo com triunfo confirmado de quem leva mais a sério, a cada rodada que passa, o Classic 3!
Ficha técnica
Arouca 2 x 4 Real Paulista Classic – 5ª rodada da fase de classificação do III Chuteira Classic
Gols: Raphinha e Interior (A); Papai do Axé, Manzano, Kuminha e Joãozinho (RPC)
Cartões amarelos: Heitor (A); Guga e Kuminha (RPC)
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