Dos cinco campeões de divisões no primeiro semestre de 2024, somente o Puzzle (levantou o Chuteira Cinco 17) começou a nova temporada conquistando duas vitórias. Os ganhadores à época, Panela (Ouro 33), Plata o Plomo (Prata 27), Originais (Bronze 24) e Lauzangeles Galaxy (Aço 19), têm pelo menos um tropeço após duas jornadas de suas respectivas novas séries. Talvez por excesso de confiança pelo título conquistado anteriormente. Quem sabe são os adversários que estejam complicando a vida de quem levantou taça. Faltou planejamento melhor é outra opção. Enfim, tudo isso e mais ainda misturados, que deixam a impressão de uma LCOF7 forte. Ou não. Os pontos de vista sobre isso diferem.
O Panela foi o principal vencedor do semestre passado ao erguer a Ouro 33 sobre o Wake 'n' Bake. Atuando de forma fria e calculista, faturou a final da divisão mais cobiçada e entrou na mente da concorrência, que se mexeu bastante para o começo de uma jornada que poderá pavimentar ainda mais um caminho de retorno ao passado chuteirense - onde o funil tinha verdadeiramente um buraco pequeno para passagens de divisões, pra cima ou pra baixo -, liquidando a onda de acessos que ocorre desde o fim da pandemia (que deixam as séries ainda sem identidade e equilíbrio). O Chuteira Cinco 18 é uma grande prova: ninguém da edição passada permaneceu, deixando uma lacuna complicada, que é a de a divisão não ter “uma cara” em 2024. Quem é legítimo time do Chuteira Cinco tanto quanto o IMZT é equipe de Série Ouro?
O início de defesa do título do atual campeão da Série Ouro é ruim, mas o time de Joninhas, Rubão e cia. deve avançar ao mata-mata pela enorme qualidade de seu elenco, e porque é difícil não se classificar à fase final com edição tão enxuta como a atual. O rendimento dos paneleiros é que não funcionou ainda, criando uma barriga ilusória que surpreenderá muita gente até dezembro. A casca da banana está espalhada. Na divisão dourada, ganhar o grupo significa apenas ir diretamente às quartas de final (coisa que o 2º colocado também ganha). Começam aí as impressões. Certas ou erradas.
Depois de empatar em 4 x 4 com o MachuPichu pelo Grupo B da Ouro 34, a turma do Fúria ZB garantiu que o time estreante na divisão havia perdido dois pontos após abrir dois de vantagem. Quando Miguel Inácio - repórter que cobre a divisão há quase dois anos e que assistiu aos jogos da equipe que mais vezes participou da principal divisão desde que foi fixado como setorista dourado - ler este parágrafo, talvez solte mentalmente um “estão se iludindo” tanto quanto eu pensei. Nada tem a ver com a capacidade do FZB, que se mostra consistente desde que ergueu a Bronze 23 e já tem quatro pontos somados, mas sim pela vasta experiência do MP. Não é tão simples assim vencer quem “é da divisão” se seu time não for “f0d@”. Talvez a turma de Kauê Godoy tenha ganhado 1 ponto ao invés de ter perdido dois.
Mais pra frente se desvendará esse mistério. Quando a fase final começar é que terá uma definição sobre o “perdi dois pontos”. A Ouro 34 compactada promove robustez de espírito, com a maioria dos jogadores contando com classificação ao mata-mata. Tutão é um deles. Antes de o seu Wake 'n' Bake se reabilitar ante o ótimo Danonight, o histórico wakenzense mantinha a paz ao me perguntar sobre a derrapada do WB na primeira rodada diante do Juvena. Tutão não esteve presente na estreia, mas minimizou o peso da goleada sofrida pela certeza da classificação que tem. Fruto de uma divisão que só deverá ser, definitivamente, acertada em 2026. Porque somente quando o Puzzle chegar à Série Ouro é que estarão equipes de estrutura alta - substituindo uma parte das atuais, que deverão encerrar suas atividades naturalmente.
Quando o líder do Grupo A da Aço 20 com duas vitórias em dois jogos alcançar a Ouro 37, nela deverão estar Lauzangeles Galaxy, The Homer, Cabotagem Vasco, Avaí Xurupita, Na Hora é Bom, Originais, entre alguns outros times que se encorpam cada vez mais. São equipes, hoje, que impulsionam a Série Ouro, e forçam os adversários a se planejarem melhor na parte organizacional e mental. Sauna e OC Tabão liderarem o Grupo B da Bronze 25 é exemplo. Esperava-se o AX e/ou Joga Fácil. Sim, ainda é cedo e cru, porém já faz rotas traçadas anteriormente serem revisadas e mudadas.
Pontos de vista mudam. Pode ser que nada aventado aqui aconteça. A discórdia é interessante quando o clubismo, a ignorância, a arrogância e a prepotência são deixadas de lado. Para a garotada do Gbex, que aceitou o desafio de jogar a Prata 28, perder pro SPQSF quando “dava para ter vencido esse time” é a análise. Imediatista ou não, é uma tese.
Se for colocado peso sobre os passados de ambos, dá para entender porque um dos times que mais disputou a divisão prateada saiu-se como vencedor, e não os estreantes da série, os gbexsenses. Pode explicar, os pesos, porque os campeões do semestre passado - com exceção do Puzzle - patinam. Deverá responder em breve porque temos uma LCOF7 diferente. Cada dia mais estranha. Foi em 2013 ou em 2020 que isso começou? Isso mesmo, Murilo Franco, você está certo: depois que colocaram a cobertura…
Tempos modernos - Do extinto bicampeão Torce Contra, Interior foi pro Panela, e Pedalástico pro Interativo, jogar a Ouro 34. Thiago e Matheus Salgado, Cauê e Diegão, todos saindo do Pervas para o Ventiladores, na Prata 28 - que tem Alemão (ex-Catimba e Basicus) e China João (ex-Entre Amigos) no Marola, e Julinho (campeão da Ouro 32 com o Sexta-Feira) e Torkar (deixando o Sauna) no Cabotagem Vasco. Léo Turiani permaneceu na Série Bronze, saindo do inativo Canxa Mirra para o Lapiros. Na Aço 20 o Cura Ressaca contratou Santana (ex-Canxa Mirra), e o Deu Certo tirou Otávio de um concorrente, o Independiente del Baile, este, que trouxe do Divino Rafinha Bigode. Ainda há inúmeras outras transferências no mercado da bola chuteirense que causam surpresa nos primeiros sábados até o costume das novidades com a passagem das rodadas.
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