O que reservará a 5ª rodada depois de alguns times performarem abaixo do esperado – indo com poucos suplentes ou tendo atitude aquém das tradições – na última jornada?
Havia a possibilidade de, ao término da rodada 4, o Classic 3 ficar com as doze equipes muito próximas na tabela. Porém, o que se viu foi o oposto, com Soberanos e Cachorro Velho se distanciando na ponta de cima, enquanto times tradicionais (na competição, claro, pois aqui, tratando-se de Liga Chuteira de Ouro F7, todos são clássicos) permaneceram no passado e ficaram para trás. O torneio chega à metade incógnito, fruto da qualidade que os elencos possuem. Porém, o ponto de vista muda com o fato de dois times serem eliminados antes da hora, e o comportamento de quem perdeu, levanta suspeita: é muita segurança no próprio taco ao “renunciar” a jogadores e\ou determinação nos atuais confrontos diretos?
A qualidade técnica do Classic 3 foi elevada com as chegadas de Sagrado, Real Madruga, Se7e de Perdizes e Interativo – mesmo com as saídas do atual campeão, Divino, e de Bode e Spartacus. Se os três ficassem, trariam ainda mais predicados ao torneio que visa manter acesa, a quem participa, a chama chuteirense de menino. O ‘se’ permeará o futebol sempre, mas é necessário ir adiante e as doze equipes apresentaram, em quatro rodadas, potenciais para estarem no mata-mata. Só que duas ficarão de fora até do Play in – Repescagem fatalmente, e o que se notou na última jornada foi um desaforado mix (detalhes no próximo parágrafo) entre os times que saíram derrotados, casos de Real Madruga, La Coruja, Se7e de Perdizes, Ras Time, Sagrado e Arouca.
Sim, é torneio amador, mas a imprensa deve fazer sua parte e revelar fatos. Ausências de ânimo e de jogadores foram notados logo nos dois jogos inaugurais da 4ª rodada. O Real Madruga, então às vésperas de disputar as oitavas de final da Ouro 35, além de não contar com Ornelas e Jajá, ainda viu sua equipe sofrer do próprio veneno ao encarar um defensivo, mas altamente eficaz, Interativo. “Um jogo em que não concluímos quando poderíamos. A Arena Chuteira de Ouro nos deixou mais preguiçosos. Não tiramos o pé, mas não fomos concentrados como deveria”, acusou o golpe Zé Mannis, um dos destaques do torneio até agora. O meia ainda se lembrou de outro fator importante: pontaria antipática. “Faltou capricho nas conclusões, tanto que a trave trabalhou legal (risos)”, finalizou.
O Sagrado foi outra equipe a apostar na economia ao tentar bater de frente a um objetivo Cachorro Velho. Com elenco reduzido, e sem muitos de seus jogadores de maior poder de decisão, acabou engolido na etapa final pela cachorrada e ficou para trás quando justamente se esperava ascensão. “Entramos em quadra como humildes servos do acaso, apenas com a pretensão de sobreviver às dificuldades do carpete, à ausência de metade do elenco e ao som onipresente de um narrador exaltando o Brasil nas eliminatórias“, começou a se defender o ‘presida-jogadô-torcedô’ Rochinha. “Naturalmente, não obter o êxito nessas condições não foi um tropeço, mas uma obra-prima da resistência!”, continuou o sagrado 10.
O que pesa a favor dos sagradistas é o fato de estarem sempre performando em alto nível, mesmo com tropeços. O time tem excelente histórico nas Copas Calcio, Roca e Red & Blue. Tentará se reabilitar contra uma equipe que conseguiu responder positivamente depois de apresentação desastrosa contra o algoz Real Paulista: o All Games. “Para este jogo, com o retorno dos nossos talentos e sem os fatores cósmicos atrapalhando, esperamos apenas demonstrar o óbvio: que mesmo em meio ao caos, conseguimos marcar gols e manter o ‘tique taca’ sagradista no certame. Imaginem o que esse elenco completo, pode fazer? Talvez chegar com o time completo, jogar em um horário em que não coincida com o Corujão da Globo, eclipse solar ou jogo do Brasil, e — ouso dizer — numa quadra que não exija bota de trilha, quem sabe assim consigamos ‘apagar a impressão’ como algo... como uma vitória", desafiou (incluindo a organização do Classic 3) Rochinha.
Quanto ao AG, o bicolor em branco e vermelho apostou no simples e se sobressaiu diante de um Se7e de Perdizes aparentando ser um refrigerante de 2l a perder o gás logo que aberto, oriundo de dois jogos iniciais ao qual somou 4 pontos (sobre o líder Soberanos e o Real Madruga), mas vindo de duas derrotas. Do 7 se parte do princípio: tem jogadores de categoria elevada, mas é nítido para quem o acompanha que o conjunto poderia render mais, para não deixar o seu Antonio Gallego, e a fanática massa se7ista, chateado e preocupado se o time ficará flertando com o atual perigo de ser eliminado sumariamente.
Veteraníssimos em apuros – Se o limite tênue entre se classificar ao Play in – Repescagem e conquistar o passaporte da alegria às férias antecipadas (para deixar as respectivas famílias em polvorosa) ainda magnetiza o Se7e de Perdizes, essa realidade já acontece para o La Coruja, e aos finalistas da primeira edição, o Arouca derrotando o Ras Time. Não à toa, ocupam as três últimas colocações, e colecionando problemas e incertezas.
A aroucada se encontrar na 10ª colocação trouxe maior responsabilidade para o Classic 3, e encarar o igualmente habilidoso Real Paulista na próxima quarta-feira poderá dar um rumo definitivo para o que o Aroucão busca em 2025. Além da atual posição incômoda, e das duas goleadas sofridas, há também o problema de o conjunto não empolgar – um pouco de ilusão ao golear o Interativo na 2ª rodada – sua apaixonada torcida. No dia seguinte, o prematuro ‘jogo dos desesperados’: as equipes a ocuparem as duas últimas posições, Ras Time e La Coruja, encerra a 5ª rodada. Desnecessário lembrar que o vencedor poderá sonhar com o título mesmo aparentando sinais de fadiga no meio da temporada.
OS ELEITOS PELA REDAÇÃO NA 4ª RODADA:
O MELHOR E O PIOR DA 4ª RODADA DO CLASSIC 3:
- o melhor
“A apresentação sólida, calculista e surpreendente do JP ao golear o Arouca, deixando o duplamente finalista entre a cruz e a espada justamente às vésperas de enfrentar, talvez, a equipe com a melhor qualidade técnica do Classic 3 em quatro rodadas, o Real Paulista. Apostou na frieza de seu sistema defensivo, para se colocar como bom postulante ao título (mesmo à distância), a turma de Furta, Jadson The Gol e Ramalho” (Dodô)
- o pior
“Atesto que ’seo’ Antonio Gallego só esteve presente em outra derrapada do Se7e de Perdizes por amor ao filho Diego, porque de novo o time de Pereira foi sonolento ante um inconstante (no campeonato) All Games. É inegável que o elenco se7ista é invejável, porém, as performances, são insuficientes. Ver Profeta brigando sozinho no ataque na etapa final, enquanto o 7 perdia no placar e seus companheiros guardavam-caixão, incluindo Rubão, foi mesmo um dissabor, mestre Antonio Gallego!” (Dodô)
Comentários (0)