Hora da verdade da XIV Copa Estrelato. Finalmente, estamos no mata-mata! Agora é ganhar ou ir para casa! Para inaugurarmos a fase decisiva, frente a frente, Sequela e Só Feras. Opostos? Talvez... Afinal, o Sequela foi para a fase final com a famosa classificação culposa – quando não há intenção de classificar, visto que foi um time de apenas uma vitória durante a competição. O Só Feras, por sua vez, brigou até o último instante pelo segundo lugar na fase de grupos, o que lhes daria uma folga dessas oitavas de final. Na lógica, o SF classificaria. Mas a lógica não entra em campo, muito menos em jogo decisivo! E assim, com ares de dramaticidade, o Sequela despachou o Feras na morte súbita!
E a história desse jogo não é um acaso. O Sequela entrou confiante. Como não vimos ao longo de toda competição. Para isso, contaram com o elenco reforçado, oferecendo maiores alternativas para combater o SF. Os minutos iniciais não foram de enormes emoções. Típico de um jogo eliminatório, onde os times estão cientes que qualquer erro pode ser determinante para irem para casa.
De qualquer forma, o Sequela foi quem tomou a iniciativa, sendo o time com a postura mais agressiva. Senna foi o homem de criação, que mais tentava criar jogadas, tendo Rasta como o pivô - e referência - no campo ofensivo. No entanto, os espaços eram poucos. Aqui entra o mérito dos excelentes combates vencidos por Diogo e Fabinho, que fechavam as portas para as ofensivas do Sequela.
Segurando as pontas lá atrás, o SFC foi achando eventuais espaços no contra-ataque. Na maioria das vezes com o trio Tchelo, Arcuri e Rod. A primeira boa chance do time saiu de uma triangulação entre os três, em que Arcuri achou Rod pelo esquerdo para finalizar, mas Melo apareceu bem para fechar o gol. Outro contra-ataque rápido do Feras, gerou perigo momentos depois, quando Diogo se antecipou e recuperou a bola no campo de defesa, acionando Arcuri, que já virou o corpo finalizando, parando novamente em Melo.
Apesar das oportunidades, a partida seguia mais favorável aos Sequelados, que continuavam com mais volume. Para combater a forte marcação, os chutes de média e longa distâncias, se tornaram alternativas. Assim, Ramon arriscou de muito longe, levando perigo ao gol de Alê.
Com os minutos passando, o Sequela seguiu com dificuldades de transformar o volume de jogo em chances concretas. No entanto, o time pareceu confortável e com sinal verde para finalizar de longe. Em outra boa finalização - dessa vez de Gui Lima – a bola acertou a trave, após leve desvio de Alê. O caminho parecia ser esse...
Mas a bola teimava em não entrar. E conforme esse bom momento dos Sequelados não se traduziam em gol, o Feras tinha a oportunidade de castigar o rival. No entanto, o time parecia desconexo. Quem acompanhou o SF ao longo da Estrelato e pelas histórias aqui narradas anteriormente, notou que o Feras é um time de posse de bola, triangulações e de um individualismo brilhante do seu craque, Tchelo.
Foi assim nos melhores momentos ao longo da competição, mas, definitivamente, não contra o Sequela. Mérito do rival com certeza, mas também um desconforto do próprio time que, em muitas oportunidades, optou por ligações diretas e lançamentos longos, ao invés de trabalhar a posse de bola.
De qualquer maneira, ainda se tratava de um time perigoso. À medida que nos aproximamos do final da etapa inicial, o jogo nivelou em termos de posse e volume. E aí, vale o destaque para Renato, que teve um desempenho defensivo fantástico. Qualquer chegada do Feras, era interrompida pelos cortes e forte marcação do camisa 20 do Sequela. Tirando tudo lá de trás! E assim, com defesas sobressaindo aos ataques, Só Feras e Sequelas foram zerados para o intervalo.
De volta a campo após um breve respiro, o cenário era mais do mesmo. O SF seguia apostando nas ligações diretas e colocando os pontas Arcuri e Rod para correrem, com lançamentos vindos de Diogo, Fabinho e Tchelo. Muitas vezes, sem sucesso.
Como foi na etapa inicial, o Sequela estava mais à vontade no campo. O time chegou primeiro e novamente com os chutes de longe. Dessa vez, Rasta arriscou de média distância, parando em boa defesa de Alê. Apesar de todo cenário favorável, o Sequela seguia sem achar o gol. E assim, o jogo foi se tornando morno, sem grandes chances para nenhum dos times.
Mesmo sem ser o Feras de sempre, o placar zerado, até esse ponto, era de se comemorar para o SF. Como sabemos, o Chuteira de Ouro é imprevisível e pode mudar muito rápido. Tratando-se de jogo eliminatório, então, todo erro pode ser decisivo... E assim foi.
Com 11 minutos jogados, o Sequela dava a saída de jogo no campo de defesa, quando o Feras subiu a marcação. A defesa se embananou e Arcuri recuperou a posse; com muita frieza, o capitão do SF fintou um marcador, deixou Melo no chão e ficou com o gol escancarado para si! Foi só empurrar para as redes! Arcuri neles! 1 x 0!
E como é o Chuteira de Ouro, amigos... O Sequela na sua - possível - melhor partida em toda competição, foi castigado em um erro de saída de bola. O Só Feras, que de bobo não tem nada, aproveitou a besteira e saiu na frente. Se não era a tarde do time, aproveitar as oportunidades, já que seriam mínimas, se tornaria totalmente necessário. E assim foi.
Mas ainda tinha muito a ser jogado. O que esse gol causaria, era a dúvida que pairava no ar. Ou o Sequela responderia com a cabeça erguida, mantendo o ritmo ou o time sentiria o gol e tornaria a vida do rival mais fácil. Os minutos seguintes foram de um jogo aberto. O Só Feras achou espaços e levou perigo. Diogo se antecipou a marcação e achou Rod pelo lado esquerdo, que finalizou na saída de Melo; o goleirão fechou bem o gol e desviou de leve para defender. A bola ainda triscou na trave e saiu! Quase o placar foi ampliado!
O Sequela, por sua vez, seguia firme no plano de jogo, que consistia em troca de passes constantes e jogadores se movimentando sem guardar posição. Quem seguia sendo um pilar do time, era Rasta, que seguia sendo a referência no pivô de ataque. Numa jogada em dupla com Senna, Rasta fez a parede, para a batida do 88, que levou perigo.
Se ao longo do jogo, os Sequelados já tomaram a iniciativa, com o prejuízo no placar, não teve outro jeito. Só que além do adversário, o relógio agora era inimigo. E a cada chance perdida, a frustração crescia. Novamente em um chute média distância, do meio do campo, Rasta carimbou o travessão de Alê!! Novamente, a trave sendo a melhor amiga do Feras...
Momentos depois, Lucas recebeu na entrada da área e de frente para o gol, pegou muito embaixo, mandando por cima. Com o time todo lançado ao ataque, espaços surgiam para o Feras. Em uma escapada, Diogo conduziu da defesa para o ataque e teve a oportunidade de matar o jogo, mas Melo fechou bem demais o gol, mantendo o Sequela vivo!!
Passando dos 20 minutos, o clima seguia extremamente tenso. O Só Feras só se defendia e ocasionalmente, escapava para atacar, apesar de parecer mais focado em atrasar o jogo e levar esse 1 a 0 até o apito final.
Mais na vontade do que qualquer outra coisa, o Sequela foi se lançando. Eis que, um lance inacreditável... Já estávamos na porta dos acréscimos, quando o Sequela seguia pressionando. Em um ataque, com todo o time no campo ofensivo, Rasta recebeu na área, próximo ao gol, pelo lado esquerdo do campo e rolou para o outro lado; na linha de fundo, próximo a segunda trave estava lá Lucas, do lado do gol; o camisa 17 só escorou para mandar para as redes, mas Alê, milagrosamente apareceu e salvou NA LINHA!!! Inacreditável a chance perdida!
Já nos instantes finais, parecia que o Só Feras sobreviveria as ofensivas do Sequela. Eis que, AOS 27 MINUTOS, Ramon cobrou um lateral em direção a área, na segunda trave e lá estava Zebral para cabecear e mandar para as redes, finalmente vencendo Alê!! Literalmente no ÚLTIMO lance do jogo!!
De maneira DRAMÁTICA, o Sequela igualou a parada no minuto final! Insistir até o último minuto valeu a pena! Com isso, vamos para a morte súbita, o gol de ouro! Nada é mais decisivo que um gol de ouro em jogo eliminatório. Agora é quem fizer, passa.
O Sequela foi quem chegou primeiro, novamente com Rasta, após passe de Zebral; Alê novamente apareceu bem e defendeu! O Só Feras respondeu com duas chegadas. Na primeira, Rod desviou para o gol, após lateral de Tchelo, exigindo boa defesa de Melo; no ataque seguinte, novamente o camisa 10 cobrou lateral que achou Arcuri no segundo pau, sozinho, mas o cabeceio saiu por cima do gol.
Lá e cá, os times seguiam trocando socos. De longa distância, Ramon finalizou e carimbou, novamente, o travessão da meta defendida por Alê!! A bola teimava em não entrar!
Finalmente, aos 8 minutos, o gol da classificação saiu!! E de maneira dramática! Zebral conduziu ao ataque e rolou para Rasta; pelo meio, o camisa 13 fintou um e arriscou de média distância; a bola, MAIS UMA VEZ, acertou o travessão... Mas dessa vez, ela caiu e pingou dentro do gol! Milímetros decidiram a partida!! Rasta decidiu! É o Sequela nas quartas!!
Depois de dois tempos insanos e uma batalha, finalmente, na morte súbita, o Sequela foi premiado pelo seu melhor jogo na competição, despachando o Só Feras! Agora, pós-jogo é esperar a adrenalina baixar e colocar foco nas quartas de final. Pela frente, um dos favoritaços da edição, o Desportivo América, cujos caminhos já se cruzaram na primeira rodada, quando o DA aplicou um 6 a 0. Mas, depois desse jogo, alguém ainda dúvida do Sequela? Certamente, será um grande duelo!
Ficha técnica
Sequela 1 (1) x (0) 1 Só Feras – Oitavas de final da XIV Copa Estrelato
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