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O eterno embate com arbitragem só faz você se desviar do caminho do sucesso

O título acima é uma adaptação para o futebol da famosa frase quando se discute postura de vida visando satisfação e felicidade: “Você quer ser feliz ou ter razão?”. Ela traz em si a ideia de ser impossível conciliar as duas coisas. Ela cabe bem no futebol, cabe bem no nosso universo Chuteira.

Quanto mais paro e assisto aos jogos penso nisso quando vejo e ouço as reclamações com arbitragem.

Simplesmente todo mundo quer que tudo seja marcado a favor de seu time.

Simplesmente todo mundo quer que nada seja marcado contra seu time.

Como conciliar tantas visões? Como buscar o meio termo? Aliás, existe?

Se pensarmos na figura do árbitro, temos que por regra ele é o elemento neutro, que lá está para intermediar dois lados. Ambos querem algo – que é o inverso do que o outro quer. O árbitro serve para dizer e apontar os limites de cada lado na busca de seus objetivos. Isso tendo um livro de regras e apontando condutas que cada um pode ou não pode fazer dentro do espaço-tempo chamado de jogo.

Cada esporte tem um objetivo esportivo antes de chegar à vitória – é o gol, a cesta, a bola no chão, o touchdown, a linha de chegada. Assim como qualquer um que entre numa disputa, eu quero ganhar. Você também quer. Temos um impasse. No futebol, para vencer é preciso fazer gols. Na verdade, para vencer é preciso também defender e impedir que o outro time faça gols.

Na somatória final, você precisa ter feito mais gols do que sofrido. É simples. É matemática.
GP – GC = R
ou
Gols feitos – Gols sofridos = Resultado

R, para você ser feliz, tem de ser positivo.
Se der zero, você ficou na igualdade. Saiu como entrou.
Positivo, a vitória veio.
Negativo, você se deu mal.

O R positivo de um lado é o R negativo do outro. Não tem como escapar disso.
Simples, né? É futebol, é matemática.

O problema reside no caminho percorrido, no como chegar lá. É o processo para se construir o R positivo – ou sua tentativa. Porque, como toda lógica de apenas dois possíveis resultados, 50% sairá feliz e a outra metade, cabisbaixa (quando não esbravejando e amaldiçoando a mim, aos árbitros, aos adversários – menos a si e sua equipe).

Para atingir seus objetivos, existem coisas que você pode fazer e coisas que você não pode fazer. É ilegal atingir o adversário e não a bola. É ilegal usar as mãos e braços para movimentar a bola. É ilegal marcar gol se a bola não ultrapassar toda a linha do campo. É ilegal usar de força excessiva e desleal para recuperar a bola. Falamos de ilegalidade dentro da realidade do jogo, das regras do jogo.

As infrações à legalidade podem acarretar em penalidades. Em punições. Para isso servem os cartões amarelo e vermelho, que surgem para punir e conter ânimos. Eles entram em ação quando excedem em ilegalidade. A arbitragem entra em ação quando algo excede a legalidade. Se ninguém fizer algo ilegal dentro de uma partida, a arbitragem não terá trabalho.

Além das questões que envolvem a dinâmica e regras do jogo, existem coisas também consideradas imorais, amorais. Falo em imoralidade tudo que ao fim busca desvirtuar a moralidade do esporte, do jogo, do bom andamento da partida. Aqui entram os pontos tidos como antidesportivos. O antijogo, por exemplo, a catimba, a cera.

São várias imoralidades esportivas, mas aqui quero focar numa delas que é um vício e especialidade do brasileiro – a reclamação. Considero imoral um jogador ficar ostensivamente reclamando do árbitro e tentando ludibriá-lo a cada lance.

Atenção, não estou a falar da reclamação que envolve a conversa no momento certo, bem colocada, argumentada, que visa melhorar e ajudar no bom andamento do jogo. Estou a falar da reclamação ostensiva, motivada mais por vício, fé cega, do que por razões lógicas. É a reclamação dolosa, digamos assim, com o intuito de ludibriar, de tumultuar, de não visar o bom andamento da partida.

Há quem ache normal e se vanglorie disso. Há quem diga que isso é parte do jogo. Às vezes até acha que está fazendo um favor ao esbravejar, reclamar, desrespeitar, intimidar e querer impor a sua crença e vontade a quem está ali para justamente dizer se está dentro do aceitável ou não cada conduta.

Tem gente que vai jogar e parece ter como meta apontar erros e condutas de árbitros que considera falhas. Tem gente que busca tacar fogo no parquinho. O caos é melhor que a ordem se ele, ao fim, for a melhor forma de meu time chegar lá.

Para esses, usar da palavra e da voz para se fazer presente num jogo, faz parte do jogo. O futebol, para eles, não é jogado com o pé. Para muitos, o futebol ganhou uma nova camada, uma nova base. Esse pessoal criou o futebol-narrativa!

Sai de cena o futebol-jogado, entra o futebol-falado!

Sim, pois para eles o futebol é acima de tudo falado. Ele entra em quadra e se prepara na criação de uma guerra de narrativas, em que tentará de todas as formas influenciar em decisões da arbitragem a seu favor. Quando não busca provar, por A – B, que ele está errado!

Observo jogador\técnico mais preocupado em (tentar) mostrar ao árbitro o quanto ele, o árbitro, está errado! Ao lado da linha lateral ou dentro da quadra, sinto que aquela pessoa não está ali para conduzir seu time, ajudar os companheiros, melhorar o nível do futebol e do espetáculo em si, mas sim para PROVAR QUE ELE TEM RAZÃO! Ele, jogador\técnico, para deixar claro.

Quando você vai com um pré-conceito formado – “todo árbitro é ruim”, “a Organização não gosta do meu time e nos persegue”, ou então a clássica “contra tudo e contra todos” (tolices como essas ainda abundam os corredores) – a chance de você ter razão é praticamente de 100%! Porque se de antemão o outro é ruim, ele está sempre errado! E, se me coloco como seu antagonista, eu estou sempre certo!

Vejo jogadores esbravejando e perdendo a cabeça num jogo porque ele achou que o árbitro inverteu o lateral! Sim, um lateral! Eu vejo jogadores desfocarem de jogos porque o árbitro não marcou uma suposta falta que ele acha que devia ter marcado! Eu vejo times desmoronarem emocionalmente em quadra porque se preparou de antemão a culpar arbitragem em caso de fracasso!

Você se prepara para uma guerra contra o adversário ou contra a arbitragem? Se disser os dois, você está indo para um jogo mal preparado.

Enquanto você deixar arbitragem te afetar em quadra, suas chances de vencer estarão reduzidas. Isso num jogo, imagina num campeonato, que é uma sequência de jogos! Enquanto seu foco for ter razão e mostrar a árbitro ou organização o quanto eles são ruins ou fazem mal um trabalho, você estará focando na equação errada.

Afinal, você entra num jogo para disputar e ganhar ou para debater e ter razão? Deixa a segunda opção para a resenha pós-jogo!

Ao apito final, o que vale é o tanto de bola na rede que seu time meteu, não o quanto de narrativas que você criou para influenciar\manipular arbitragem. Você ali é jogador, não influencer. Seu objetivo é jogar para ganhar, sabendo que pode perder. Não é ter razão. Sua forma de convencer que merece a vitória é jogando, não esbravejando ou se impondo na base do grito.

Gritar, intimidar, ofender ou praticar o antijogo só te coloca num pedestal que ao fim e ao cabo beira o ridículo. E, pode prejudicar você e sua equipe. Mesmo se você, após o jogo, se gabar que é ‘ispeeeerto’ por ter sido bem-sucedido na falação. Você é craque de futebol ou de oratória? O rei da garganta ou da habilidade no pé?

Se você acha que para ganhar precisar falar, provocar, desrespeitar, intimidar e às vezes até ofender e, em casos extremos, agredir, é sinal que seu esporte deveria ser outro. A sua conduta não está sendo sadia ao esporte e à sociedade em geral.

Deixe a língua em casa, foque em como fazer seu time melhorar de desempenho e controle o lado emocional. São coisas que estão sob seu controle. O resto, bem, o resto cabe ao imponderável.
 
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