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Arouca vence o Bode pelo cansaço e vai disputar o bicampeonato; a nota fora do comum foi os dois bancos de reservas “vazios”

Douglas Almasi
Nov 28, 2024
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No antigo estádio Palestra Itália – bem próximo ao complexo de quadras da LCOF7 -, o cantor Roberto Carlos fazia mais um espetáculo de sua vasta carreira. Emoções e sentimentos misturados: quem compra o ingresso para ver o “Rei” imagina experenciar essas sensações. Quem acompanhou o Classic 2 durante 2024 pensou que acompanharia um duelo sendo decidido nos “detalhes tão pequenos” entre os dois. Até aconteceu, mas de uma forma até pejorativa. Numa semifinal mais do que arrastada, o Arouca marcou 4 x 3 sobre o Bode somente no final de um confronto onde se esperava diversas alternativas, mas que acabou tendo mais embate tático e físico do que técnico. Fruto de poucos jogadores para revezar. O atual campeão abriu dois de vantagem, mas sofreu a igualdade ainda na primeira etapa. No tempo final, um show que envergonharia Roberto Carlos tamanho desperdício de contragolpes, porém, o gol de Zé Henrique no apagar das luzes deu oportunidade para o bicampeonato da aroucada sem a necessidade de os jogadores se rastejarem em quadra na decisão por shoot outs.

Fran, vamos lá, sei que está ansioso para saber o que vou escrever. Primeiro, devo contar que Galizé e Romulo estiveram num longo abraço e satisfação entre si por se reencontrarem. Veio Galizé e M1 pra semifinal, segurem as perucas! Segundo, a aroucada não estava com muitos aroucas disponíveis para revezar – “somente” cinco! Estava exposta a chance de o Bode fazer história! Só que sua própria torcida desconfiou de tal realização ao notar apenas três bodes como opções para trocas. Ante Dih, Marcos Bohn, Markinho, Nelsinho, Mateus e Bozó, o ótimo quadro inicial com Moita, Romulo, Fran, Rafinha, Renatinho e Gabrielzinho sentiria na alma o que é faltar o ar. O gás começou a gastar com quarenta e cinco segundos: Renatinho, após escanteio pela direita, pegou sobra na entrada da área e isolou pra Arena Chuteira de Ouro 12!

O cronômetro nem tinha alcançado dois minutos, mas era possível detectar a dificuldade de ambos os times de criar tramas. Mesmo assim, o Bodão da Galera parecia ser o controlador da situação, como na chegada de Romulo ao pivô de Rafinha, que ajeitou para Fran honrar seus tempos de Só Vai e cacetar sem perigo a tiro de meta. O Arouca, pouco depois, poderia, sim, ter saído atrás no placar no arremesso de escanteio cobrado por Rafinha pela direita, com Gabrielzinho aparecendo sem marcação no miolo da zaga arouca, mas sua cabeçada foi com olhos fechados, mandando nas mãos de Marinho a grande oportunidade!

O jogo mostrava que seria lento. O Arouca tinha um maior controle do melão, mas não possuía o entrosamento necessário para aproveitar, por exemplo, contragolpe 4 contra 3 onde Mateus carregou, com Markinho e Nelsinho abertos nas pontas, mas Moita e Romulo estavam atentos, com Renatinho na proteção, e logo era o Bode quem ficava mais a bola. Mesmo assim, os bodistas também sofriam para criar tramas. Ainda por cima, acompanharam a tijolada que Marcos Bohn inverteu perigosamente para Dih, que dominou com dificuldade, e então Moita viu a oportunidade. Porém, o bote foi errado, e o arouca 25 carregou sem marcação, passando no meio para Mateus abrir na esquerda para Markinho. Daí foi um cruzado lindo de morrer, com a perna direita, no ângulo oposto! Piero até jogou suas luvas! 1 x 0! O artilheiro poderia ter ampliado no minuto seguinte ao chutar no canto, da entrada da área, para fora, mesmo com perigo! Porém, sofreu o castigo ao notar o passe de Renatinho pela direita, Bozó não cortou, e Rafinha “joguei bem” concluiu cruzado! 1 x 1!

Thiaguinho, Luan DJ e Zé Henrique entraram para refrescar a aroucada, um pouco incisiva, inclusive com falta no bico esquerdo da área bodista. Thiaguinho com as mãos na cintura, pensou e cruzou, a zaga afastou mas, o rebote, ficou com Mateus, que desceu a porrada. Piero defendeu pro lado! O atual campeão começava a colocar suas manguinhas de fora. O Bode deu muito mole no ataque, então Nelsinho desfilou no contra-ataque, levando para a esquerda até rolar para o meio, de forma macia, para Mateus empurrar 2 x 1 pra dentro! Zonzos, os bodistas, dessa vez, não encontraram a igualdade, e ainda cederam falta na ala direita de sua zaga. De novo Thiaguinho, mas agora ele rolou para a entrada da área, para Mateus dominar e concluir com felicidade! 3 x 1! A cúpula bodista pediu tempo imediatamente!

Gaúcho, Romulo, Gabrielzinho, Túlio, Renatinho e Moita voltaram decididos. Luan DJ, Caio Gothardo, Zé Henrique, Barba, Bozó e Thiaguinho buscavam manter a boa vantagem, mas não evitaram a linda trama bodista de Renatinho para Gaúcho, e deste para Romulo, que deixou para Gabrielzinho concluir cruzado! 2 x 3! O Bodão da Galera aumentou a pressão e veio com nova jogada tempo depois, com Gabrielzinho mandando rasteira ao encaixe de Marinho, mas a verdade é que a peleja passava por uma fase “chutes nas bundas”: era cada carimbada nas lordoses dos marcadores nos dois lados que é melhor nem comentar! Esse fato ocorreu até vinte e cinco minutos, quando a aroucada subiu toda no escanteio e não voltou, então Piero repôs com as mãos para Gabrielzinho levar sozinho, fintar o desesperado Marinho, e empurrar o 3 x 3 pro gol vazio antes do Intervalo Ininteligível do Chuteira de Ouro!

Vai ser um segundo tempo difícil, leitor(a). Até iludiu com um minuto inicial de puro suco Arouca tamanha pressão sobre o Bode. Porém, quando Markinho foi o primeiro amarelado, logo poderia ser notado um período onde megafones entrariam em cena. Até o quinto minuto, além das catimbas com a boca, muitas infrações, duas defesas trancadas, e Moita deixando o espetáculo numa falta que ele mesmo cometeu.

Fran, sua emoção ao dar passe errado no ataque, e voltar e ter de atropelar Nelsinho no costado esquerdo, mostrava a ansiedade que pairava. O Bode estava na quarta falta antes dos dez minutos! Um confronto eliminatório tecnicamente ruim. Enquanto Roberto Carlos performava com paixão a alguns metros do estádio Chuteira de Ouro 14, os jogadores de Bode e Arouca mostravam sofreguidão quando desperdiçavam ataques, contra-ataques, e contragolpes dos contra-ataques! A aroucada até possuía um maior volume de jogo, mas quando Nelsinho mandou pedrada na Lua, seguido de Luan DJ desabando no gramado, era nítido que essa seria a tônica.

O Arouca era superior, mas isso não significava segurança. Qualquer um dos lados poderia marcar. Bozó, por exemplo, com tentativa rasteira, ou depois da emoção de Thiaguinho pela direita defensiva arouca e Gabrielzinho sapatando no canto esquerdo. Marinho salvou a corner! Porém, foram fatos isolados, porque logo o marasmo tomaria conta do jogo. Nada a acrescentar, a não ser a quinta falta coletiva do Bode, e que as defesas se portavam muito bem. O atual campeão até tentava crescer de produção, mas, do tempo pedido pelo Bode, até os vinte e três minutos, somente de importante o equívoco bodista pelo meio, e Zé Henrique abrindo na esquerda para Bozó levar perigo!

O triunfo arouquista para encarar o Divino na decisão começou a se desenhar no lançamento para Mateus ajeitar e Thiaguinho experimentar Piero! Mais trinta segundos e de novo o lendário arqueiro bodista salvando pro lado em tentativa de Mateus! No arremesso lateral, o arouca 33 busou outra, dessa vez a tiro de meta! O Bode estava emparedado! Mais trinta segundos e a retomada arouquista pelo meio chegou para Zé Henrique parar em Piero! O Bode perdeu o contra-ataque mais uma vez e Mateus pediu mão bodista dentro da área! Resfolegado, o time não suportaria a pressão, e Mateus recebeu pela esquerda para rolar no meio a Zé Henrique anotar um 4 x 3 para lá de chorado!

Logo após o gol da classificação, professor Galizé pediu tempo, aniquilando as condições físicas dos bodistas, que mesmo assim partiram para uma pressão pós-retorno. Foram dois minutos onde professor Galizé regressou aos seus tempos de Série Ouro 13 – conquistada pelo Arouca em cima do Rabelosca! No último lance, Piero abriu na ala direita para Renatinho, que avistou Romulo na área. A trama lembrava o gol da vitória palmeirense na Libertadores 2020, num cruzamento estilo Roni para o mais magro que eu Romuleta ser Brenno Lopes, mas sua cabeçada não foi cruzada, foi reta, e à linha de fundo, decretando o Arouca na segunda final seguida!

Ficha técnica

Arouca 4 x 3 Bode – Semifinal do II Chuteira Classic

Gols: Markinho, Mateus (2) e Zé Henrique (A); Rafinha e Gabrielzinho (2) (B)

Cartões amarelos: Markinho (A); Moita e Fran (B)

MVPs: 1 – Mateus (Arouca); 2 – Bozó (Arouca); 3 – Gabrielzinho (Bode)

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