Foi-se o tempo em que a boa e velha chuteira preta reinava absoluta entre jogadores de futebol e peladeiros. Hoje, atletas profissionais e de fim de semana desfilam por campos e quadras com calçados das cores mais variadas. Na última rodada da Aço, o Futsamba lançou moda quando derrotou o Xoras pelo placar de 5 x 3!
Há quem dissesse nas beiradas da quadra “Aquele ali está com uma chuteira rosa”? Ao que outra pessoa respondeu “não, não é rosa, é salmão”, referindo-se aos sapatos de Prego, camisa 5 do Futsamba. Outro passante ainda falou baixinho “Esse jogador pegou emprestada a chuteira da irmã”, será? Na rodada seguinte, o Futsamba feminino atuou com uma jogadora com uma chuteira igualzinha, mesma marca, mesma cor.
Maldades à parte, Prego fez muito uso de seus pisantes, pois em vários momentos, disparou foguetes de longa distância, provando que cor de chuteira não interfere no bom e velho jogo de futebol. O próprio Prego foi quem encerrou o marasmo dos primeiros minutos de partida, quando de sua defesa disparou uma bomba, que só não entrou porque Piero atirou-se no canto esquerdo e fez o encaixe.
Talvez querendo provar que também podia, Thesko mandou um canudaço de sua defesa e surpreendeu Piero, que nem se mexeu, pois a bola entrou no meio do gol. 1 x 0! Na tentativa de empate, Caio Fernandes e Lucas Silva desferiram um chute cruzado e uma cabeçada à queima-roupa, respectivamente, em que Ferrugem defendeu com tranquilidade. Em seguida, Prego limpou uma jogada no meio da quadra e arriscou outro potente chute, a bola triscou no ângulo esquerdo e por muito pouco não entrou. Em uma jogada sensacional, Caio Fernandes driblou meio time do Futsamba e serviu Lucas Silva que chegou batendo de chapa por cima da meta; quase o empate.
Pois não é que Thesko mais uma vez quis imitar a jogada dos outros? O jogador arrancou pela direita, ultrapassou seus marcadores e cruzou na medida para Cahé bater de chaleira no canto esquerdo de Piero, aumentando o escore. 2 x 0! Em seguida foi a vez de Zé ser o protagonista. O camisa 10 disparou pela direita, passou por três defensores como se fossem nada, e mandou uma pancada no canto esquerdo. Piero nem esboçou reação. 3 x 0!
Num momento de descuido da defesa adversária, Lucas Silva aproveitou um lançamento em que ficou sozinho com Ferrugem para mandar no canto esquerdo, diminuindo o placar. 1 x 3!
Na sequência, uma daquelas jogadas de pagar ingresso. Jorge Melki tomou a bola de Levin, fintou um marcador e mandou uma bomba para o gol, que foi afastada pelo próprio Levin. A bola foi mal afastada e Melki aproveitou para driblar seu marcador mais uma vez, além de Piero, que não pôde impedir da sua meta ser vazada mais uma vez. 4 x 1! No fim do primeiro tempo, Carioca subiu livre para cabecear uma bola oriunda de escanteio, mas caprichosamente explodiu no travessão e voltou à quadra.
Na volta para a segunda etapa, ambos os times não produziram muito, pelo menos, nos primeiros minutos. Até que num lançamento partido da defesa, Rodinei cabeceou alto o suficiente para encobrir Piero que, sabendo de sua baixa estatura, nem tentou a defesa, pois sabia que não alcançaria. 5 x 1! Pouco depois, Zé abusou mais uma vez da habilidade. O camisa 10 partiu do meio da quadra, fintou quatro adversários e mandou um biquinho no canto direito, tendo a bola indo para fora, frustrando a chance de fazer o seu segundo gol.
Num lançamento em profundidade, Rodinei recebeu nas costas da defesa, preparando-se para entrar com bola e tudo, até que Piero partiu para o combate e o desarmou. Lucas Silva tentou dar uma sobrevida, quando disparou para a área adversária, deu uma pancada que explodiu em Ferrugem e a bola só não entrou porque tocou no travessão e foi para escanteio. Num lance de disputa de bola, Digão e Rafael Pereira se estranharam e quase partiram às vias de fato, mas a turma do ‘deixa disso’ os afastou, por isso, a arbitragem os mandou para o chuveiro mais cedo. Bom descanso, rapaziada, vocês merecem e nos vemos depois do feriado.
A partir de então, o Futsamba passou a jogar conforme a música, envolvendo os adversários e fazendo a bola rodar na quadra. O ‘Enredo’ só foi interrompido quando o Xoras quis tocar um ‘Breque’. Lucas Silva arrancou pelo lado esquerdo e serviu George Sanchez, que viu onde Ferrugem não estava, para meter no canto esquerdo. 2 x 5! Na sequência, Dutra correu pelo lado esquerdo e mandou uma bomba da intermediária, a bola explodiu na defesa e matou Ferrugem, pelo menos, duas vezes, já que o goleiro agonizou ao ver a redonda entrar mansamente na meta, sem ter condições de voltar para impedir. 3 x 5!
“Demos uma dormida depois da expulsão, sofremos dois gols numa bobeada nossa. Tá certo que saiu um de cada lado, mas perdemos o poder de marcação sem Digão”, analisou Thesko.
Já Caio Fernandes elogiou a postura do adversário, sem esquecer as limitações de sua equipe.
“Não faltou futebol. O Futsamba veio com a proposta de jogar bola, e nós não conseguimos transformar nossas chances em gol. Nas próximas partidas, precisamos acertar o pé, pois não é sempre que boas chances surgem”, finalizou.
Ficha técnica
Xoras 3 x 5 Futsamba – 7ª rodada do XII Chuteira de Aço
Gols: Lucas Silva, George Sanchez e Dutra (X); Thesko, Cahé, Zé, Jorge Melki e Rodinei (F)
Cartões amarelos: Bruin (X); Felipe Nunes e Prego (F)
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