A expectativa por um grande jogo foi confirmada. A.A.A. e Bacaninha – que fizeram as duas melhores campanhas do Grupo A durante a fase de classificação – travaram uma disputa intensa, decidida somente nas penalidades. Henrique Pimenta anotou três gols aos bacanas – dois deles já nos acréscimos, quando o time empatou após estar perdendo por 3 x 1 –, mas quem levantou a taça foram os alcoólatras, que seguraram a prorrogação e viram Cauê desperdiçar seu pênalti antes de Léo Nascimento converter o seu e carimbar o título ao A.A.A..
 
Assim que a bola começou a rolar, os jogadores reservas, principalmente do Bacaninha, incentivavam e passavam instruções para aqueles que estavam em campo. Era muita vontade, muita vibração. Já no princípio do jogo, os ânimos estavam exaltados, dentro e fora das quatro linhas. Marcelão, técnico do Bacaninha, e alguns suplentes do A.A.A. chegaram a trocar insultos. Deixa para um jogo nervoso e pegado.
 
O primeiro lance de perigo aconteceu após tabela entre Balãotelli e Dudu. O camisa 10 dos alcoólatras recebeu de volta, dentro da área, mas Erich saiu bem do gol e ficou com a bola.
 
A partida seguia quente, e os jogadores do banco do Bacaninha vibravam muito a cada vez em que a equipe desarmava o adversário. As chances de gol, na verdade, eram poucas. Balãotelli era bem marcado e não conseguia jogar. Em muitas vezes ele ia ao chão pedindo falta ou pênalti, mas nada efetivo segundo a arbitragem. Com um jogo assim nervoso e cheio de combate no meio de campo, o zero do placar só foi sair aos 18 minutos. O time comandado por Marcelão teve falta a seu favor frontal. Na cobrança, Henrique Pimenta bateu colocado, com precisão, por fora da barreira, no canto esquerdo do goleiro Fê, levando grande parte dos torcedores que acompanhavam a partida ao delírio.
 
A resposta do A.A.A. veio dois minutos mais tarde. Balãotelli recebeu pelo meio e ligou Léo, pela esquerda. Ele cruzou e Henrique Jr. foi tirar, mas mandou para dentro. O tento foi anotado ao meia alcoólatra. Tudo igual! Ainda na etapa inicial, em nova cobrança de falta, que dessa vez saiu com força dos pés de Henrique Jr., Fê pulou no canto esquerdo e praticou boa defesa.
 
Os primeiros 25 minutos foram disputados com muita intensidade, sem a superioridade de nenhuma das equipes. As marcações eram o destaque, com os craques ainda apagados em campo.


Entretanto, no segundo tempo o A.A.A. voltou melhor. Renanzinho arriscou do meio, obrigando Erich a se esticar no canto esquerdo, fazendo bela defesa, e desviando a bola para corner. Aos sete minutos veio a virada! Ronald cobrou arremesso lateral pela direita. Balãotelli, na segunda trave, escorou para o meio da área, para a finalização certeira de Dudu.
 
Aos nove minutos, Ronald − que deu início ao lance que resultou na virada de sua equipe – se estranhou com Iuri, no meio de campo, e ambos foram expulsos.
 
Os jogadores reservas das equipes, especialmente do Bacaninha, continuavam incentivando aqueles que estavam dentro de campo. Aos 15 minutos, o A.A.A. chegou ainda mais próximo do título. Balãotelli recebeu dentro da área, finalizou, mas foi bloqueado. Na sobra, Dudu completou para o gol aberto. 3 x 1!
 
O Bacaninha foi então para o tudo ou nada. E foi pressão até o apito final! Leandro Rezende bateu colocado e o goleiro Leozinho, substituindo Fê, caiu no canto direito para fazer a defesa. A equipe de Marcelão trocava passes no campo de ataque, mas não encontrava espaço para a finalização. Aos 24 minutos, Henrique Pimenta encontrou o tal espaço. Ele recebeu a bola na entrada da área e disparou o chute que terminou no fundo das redes, à direita de Leozinho. 3 x 2.
 
A arbitragem apontou quatro minutos de acréscimos, mantendo vivas as esperanças do Bacaninha. Leandro Rezende tirou dois marcadores do lance, ficou de frente para o gol, mas chutou por cima, desperdiçando uma grande oportunidade de igualar o placar.
 
O Bacaninha, que jogava com Demehur improvisado como goleiro-linha, pressionava, enquanto os alcoólatras se defendiam. Aos 28 minutos, após finalização de longe de Demehur e desvio na zaga, a redonda caiu nos pés do artilheiro da equipe na competição, Henrique Pimenta, e ele não perdoou! 3 x 3! Jogo dramático!
 
No último lance, Ton concluiu à esquerda do gol defendido pelo improvisado Demehur. Ao apito final, os jogadores reservas do Bacaninha comemoraram o empate como se fosse uma vitória. Após o terceiro gol, o A.A.A. recuou, o Bacaninha cresceu e com muita luta chegou ao empate. O time de Marcelão foi para a prorrogação melhor na parte psicológica, e muito mais confiante.
 
No tempo extra, as duas melhores chances foram justamente do Bacaninha. Rato recebeu pela direita e chutou cruzado, para fora, tirando tinta da trave. Leandro Rezende também tentou. Ele bateu colocado, mas a bola saiu à direita de Leozinho. Não havia mais tempo. A decisão do título do Chuteira de Bronze seria mesmo nas penalidades.
 
Pelo lado do A.A.A., Balãotelli e Ton converteram as duas primeiras cobranças. Pelo Bacaninha, Lelê acertou a primeira, enquanto Cauê desperdiçou a segunda. Leozinho defendeu a cobrança do camisa 15. A responsabilidade de decidir a partida caiu nos pés de Léo, e ele não desperdiçou. Festa para os jogadores do A.A.A., que comemoraram o terceiro título consecutivo no Chuteira - Taça Verão, Série Aço e agora a Bronze!


O Bacaninha demonstrou muita garra e jamais desistiu da partida, buscando um jogo que parecia perdido. Entretanto, na loteria das penalidades, sucumbiu diante do nervosismo e ficou com seu segundo vice-campeonato da Bronze.



Ficha técnica

Bacaninha 3 (1) x (3) 3 A.A.A. – Final do IX Chuteira de Bronze

Gols: Henrique Pimenta (3) (B); Léo e Dudu (2) (A)

Cartões amarelo: Cauê e Leandro Rezende (B); Murilo (A)

Cartões vermelho: Iuri (B); Ronald (A)

MVPs: 1 – Dudu (A.A.A.); 2 – Henrique Pimenta (Bacaninha); 3 – Léo (A.A.A.)


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