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Mulekes não consegue emplacar seu futebol; triunfo na final foi a primeira do CAV contra adversário em um mata-mata no Chuteira


O Chuteira de Ouro teve, no confronto entre CAV e Mulekes, uma final histórica. Não tanto pelo placar – módicos 3 x 1, conquistados pela equipe negra de forma quase que cirúrgica –, mas sim pela rivalidade e relevância dos concorrentes.
 
Polêmicas sobre hegemonia à parte, é indiscutível que os contendores são as duas equipes mais fortes do torneio há anos. Tanto são que as quatro últimas taças do campeonato os pertencem. E foi exatamente a rotina semelhante de triunfos que transformou a dupla na maior rivalidade existente hoje em todo o Chuteira de Ouro.

Nesta edição, o CAV chegava à decisão com um leve favoritismo. Fora um tropeço na rodada inicial ante o Futsamba, a equipe de Caio Fleischmann vinha para o último jogo do semestre jogando o fino da bola – isso mesmo com uma equipe cheia de peças novas. A primeira colocação do Grupo A – assim decidida pela vitória no confronto direto com a mulekada – confirmou a posição. Na fase final, vitórias muito convincentes frente Kansado e Inflação credenciaram o time como aposta preferencial.
 
Mas do outro lado estava o Mulekes, um dos times mais maduros de todo o torneio. Uma equipe que sempre soube fazer o rival dançar conforme seus desejos. Se a derrota para o CAV na primeira rodada mostrara que alguma vibração era necessária à equipe, os triunfos sobre Fora de Série e Roleta Russa Olímpica nas fases finais indicavam que o tricampeão também vinha forte.
 
CAV: campeão do XIX Chuteira de Ouro
 
Mulekes: vice-campeão do XIX Chuteira de Ouro

Era luta de cachorro grande, e que foi resolvida durante a tarde do último sábado. Os adversários se apresentavam com seus times praticamente completos; a única baixa relevante era do lado do CAV, pelo qual Thithi, suspenso, teve de assistir de fora.
 
Com a bola rolando, o que se viu foi um início de relativa calmaria. As equipes procuravam avançar, mas de forma calculada. Tuco recebeu em profundidade e Renan saiu corajosamente para rachar. A resposta veio com Japa, invadindo a área após tabela com Mike; Alemão dividiu e ganhou. Eram apenas os primeiros atos.
 
Àquela altura, o sol a pino atrapalhava os jogadores que atuavam pelo lado oposto às arquibancadas. Foi por aí que Tuco roubou da defesa caveira (com falta?) e lançou para Caíque, que avançou até a linha de fundo. Ao invés do passe, o camisa 17 quis a consagração e tentou um chute forte, mesmo sem ângulo. A bola explodiu em Renan e saiu.
 
O CAV criaria sua primeira chance real de gol pouco mais de um minuto depois. A diferença é que a conclusão desta foi exitosa. Tudo começou com um desarme de Mike no meio da quadra: o camisa 8 jogou em Japa, seu parceiro preferencial, e recebeu já dentro da área de Alemão, que foi vencido com um tapinha. Bola na rede! 1 x 0!
 
O carequinha Mike pouco aparece em campo, mas é dos que mais correm e tem estrela de matador
 
Briga de gigantes: dois dos melhores zagueiros da competição, Pedrinho e Piffer, disputam bola na final

O Mulekes tentou uma reação imediata e quase chegou ao empate. Victor Amato encontrou Vitinho Laruccia em uma posição tão boa que este pensou estar impedido, tanto que vacilou durante instantes e permitiu a chegada da zaga. O chute saiu mesmo assim, e Renan defendeu no canto com um tapinha providencial. No escanteio, Matheus levou muito perigo de cabeça. No seguir, o camisa 10 do Mulekes inventou passe primoroso para Tuco, mas a zaga chegou para botar ordem na casa.
 
A defesa do CAV fazia bem seu trabalho, mas a ofensiva do Mulekes era contundente. Matheus tentou novo lance e deixou Vitinho Laruccia de cara com o gol, mas ele chutou para fora. Léo Moratta respondeu com venenosa cobrança de falta, mas Alemão espalmou. Já Caíque levou certo perigo arriscando contra a meta de Renan a longa distância. No mais, o Mulekes desperdiçava muitas chances – algo raro ao grupo, normalmente tão regular.
 
Quem quase deixou tudo igual para a equipe branca foi Quinho, que por pouco não destruiu o próprio patrimônio quando tentou afastar bola alta com a cabeça e quase encobriu Renan. Apesar do susto, o defensor levava a melhor sobre o ataque rival, junto com seus companheiros Paulo Netto e Diego Orsi.

A tranquilidade da mulekada, de Caíque, Tuco e Victor Cruz, se foi quando o CAV fez 2 x 0 antes do intervalo

O Mulekes seguia em busca do empate e provava do próprio veneno. Acostumado a colocar rivais na roda, aguardando o erro, a equipe era obrigada a mostrar a cara. O gol não vinha e o nervosismo já aumentava. Uma suposta saída da área com a bola nas mãos por parte de Renan gerou reclamações entre os jogadores.
 
O CAV não era incisivo, mas não perdia a calma. Contudo, fazia muitas faltas, o que os deixava em uma situação delicada. Tuco conseguiu furar a linha de defesa caveira e encontrar Victor Amato em boas condições, mas o camisa 6 não acreditou na jogada e finalizou de forma incorreta. A pressão aumentou e Cioffi foi obrigado a gastar a quinta falta parando contragolpe perigoso com o corpo.
 
Era praticamente o lance final do primeiro tempo. A cobrança poderia levar perigo ao gol de Renan, mas o que se viu foi algo totalmente diferente. A falta foi cobrada, a posse de bola, perdida, e o contra-ataque do CAV, executado de forma exata. Diego Orsi lançou David na direita. O camisa 7 encarou Gian, ganhou do adversário na força, invadiu a área e ampliou o placar – logo quando o rival vivia seu melhor momento. A primeira etapa terminou com um placar de 2 x 0 que só seria revertido a muito custo, dadas as circunstâncias.
 
Partida impecável do zagueirão Paulo Netto foi primordial para CAV chegar ao título

“Não estamos fazendo nada aquilo do que fazemos”, reclamou Alemão durante o intervalo. Já o CAV sabia que bastava manter a cabeça no lugar por mais 25 minutos que o título viria. Por via das dúvidas, a equipe voltou querendo ampliar a contagem. Mike fez grande jogada no lado direito do campo e cruzou de forma insinuante: a bola só não morreu na rede porque Matheus cortou a tempo de impedir que ela chegasse no rival. Depois foi Paulo Netto quem levou perigo com chute insidioso. O camisa 13 ainda comandava a retaguarda da equipe negra.
 
Enquanto isso, o Mulekes errava passes bobos e entregava a posse de bola com frequência. Quando Gian encontrou Tuco em boas condições, Renan saiu para afastar. O gol parecia trancado, mas o sortilégio terminou quando Tuco alçou na área para Matheus, que se arriscou de peixinho. A bola atingiu a trave, mas Vitinho Laruccia, brigador, apareceu na área para completar de canela. O Mulekes estava vivo!
 
Exército caveira, de Moratta, Quinho e Jorginho, esteve em tarde inspirada de sua defesa e eficiente do ataque

Pouco depois, Vitinho Laruccia foi amarelado ao lado de Edinho, graças a um pequeno bate-boca. Já o CAV chegou perto do terceiro com David, que recebeu de Paulo Netto nas costas da zaga pelo lado esquerdo, mas finalizou pela linha de fundo. Matheus voltou a levar perigo pela mulekada, dessa vez em cobrança de falta. Um gol significaria prorrogação! Por via das dúvidas, Paulo Netto tentou pegar Alemão desprevenido com uma bicuda de longe, mas a bola encobriu o travessão.
 
Os times fizeram um tempo. Na volta, Léo Moratta por pouco não escorou para a rede cruzamento de Paulo Netto. Depois Netto serviu grande bola para Japa, que dominou mal. O CAV jogava bem, mas perdia boas chances de definir o placar. Enquanto isso, a contagem de faltas era elevada: quatro para cada lado. A quinta do Mulekes veio em uma canelada desnecessária de Pedrinho sobre Jorginho.

 
Time do meia Gian criou mais chances e perdeu gols que não costuma perder; CAV fez o oposto e levou o caneco

A reta final se aproximava, e o CAV fazia o que podia para administrar o resultado de forma muito consciente, obrigando o rival a se expor. A tática do treinador se mostrou acertada: já aos 23, Tuco foi desarmado no campo de ataque. A bola caiu nos pés de Léo Moratta, que saiu cara a cara com Vitinho Laruccia. O camisa 11 caveira gingou e chutou forte; a bola desviou em Pedrinho e matou Alemão. Era o gol do título! 3 x 1!
 
O Mulekes ainda esboçou uma reação, mas a defesa do CAV neutralizou o último suspiro do outrora campeão. E Paulo Netto só não finalizou a histórica partida com um gol antológico – de cobertura! – porque Alemão conseguiu fazer uma defesa incrível antes do apito final.
 
Era CAV na cabeça! Finda a partida, coube ao mais novo tricampeão do Chuteira soltar o grito da garganta, colocar as medalhas no pescoço e levantar a taça. Dos dois lados, o pensamento já estava no segundo semestre. O Mulekes quer a revanche. O CAV, a hegemonia. Mas se depender de certos alcoólatras, a parada deve ficar mais difícil. Tudo fica para a próxima edição do Chuteira de Ouro.
 
Após eliminar o CAV por duas vezes - numa semifinal e numa final - Mulekes sentiu o gosto do próprio veneno

Ficha Técnica
 
CAV 3 x 1 Mulekes – Final da XIX Chuteira de Ouro
 
Gols: Mike, David e Léo Moratta (CAV); Vitinho Laruccia (M)
 
Cartões amarelo: Edinho e Léo Moratta (CAV); Vitinho Laruccia e Gian (M)
 
MVPs: 1- Paulo Netto (CAV); 2 - Mike (CAV); 3 - Matheus (Mulekes)
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