No dia 29 de outubro, Guaxupé e Taurus se enfrentaram pela 6ª rodada da competição. Naquela oportunidade, o confronto terminou com vitória dos mineiros, por 10 x 6. Passado mais de um mês, as equipes se reencontraram, desta vez para duelar pelo título da competição. Em jogo decidido somente nos acréscimos, os taurinos levaram a melhor, devolveram a derrota da primeira fase e de quebra faturaram o caneco. Nasce um novo gigante!
 
Com a bola rolando, quem assustou pela primeira vez foi o Guaxupé, dono do melhor ataque do certame, com 47 gols até o momento. Jeh mandou uma sapatada em cobrança de falta da intermediária. A bola explodiu no travessão de Kaio, quicou quase sobre a linha e não entrou! No entanto, os mineiros não demoraram a marcar. Aos 5, Luquinhas acionou o próprio Jeh, que, sem marcação, dentro da área, não perdoou. 1 x 0!

No primeiro bom momento a favor do Taurus – que não contou com Eric e Masotti, suspensos –, Vini deixou Ivan de frente para o gol. Este finalizou para fora, perdendo boa oportunidade. Pouco depois, nova chance para os taurinos. Veloso arriscou chute rasteiro, de média distância, e Marcão defendeu com os pés. Pelo Guaxupé, Jeh recebeu na entrada da área e emendou de voleio, sobre o gol.
 
Aos 23, o Taurus chegou ao empate. Pela direita, Brites cobrou falta. A bola desviou na barreira e entrou no canto esquerdo do goleiro mineiro. Tudo igual. 1 x 1! Fim da etapa inicial. O Guaxupé começou melhor, conseguindo chegar com perigo, e logo abriu o placar. Os taurinos equilibraram as ações, e a partir da metade do período passaram a assustar o adversário. O gol marcado antes do intervalo foi fundamental para dar confiança à equipe.
 
Contudo, no período derradeiro, os mineiros novamente foram superiores nos minutos iniciais. Jeh roubou a bola de Brites, na intermediária, e concluiu à esquerda da meta. Em seguida, Gusta ajeitou no lado esquerdo da área para nova finalização de Jeh. Kaio fez grande defesa, cedendo escanteio.
 
O cenário se desenhou ainda mais favorável ao time mineiro quando, aos 6 minutos, Veloso cometeu falta, recebeu o segundo cartão amarelo e foi para o chuveiro mais cedo. Mesmo com um jogador a menos, o Taurus virou a partida. Aos 7, Rodrigo acertou uma pancada do meio da rua. Golaço! 2 x 1!
 
O gol taurino serviu também para exaltar os ânimos do adversário. Aos 11, Luquinhas cometeu falta e reclamou com a arbitragem. Não satisfeito, tentou peitar o árbitro e acabou expulso. O nervosismo já começava a aparecer. O Guaxupé então partiu ao ataque, mas era afobado em suas investidas e não conseguia ter êxito. Na intermediária, Caio fintou o marcador e arrematou à esquerda da meta. O jogo era tenso, com divididas fortes, empurra-empurra e bate boca. Aos 20, Dias, por reclamação, também recebeu cartão amarelo.
 
A chuva caía, jogadores do Guaxupé tocavam a bola e, quando algum chutava, era sem muita pontaria. Ninguém chamava a responsa de decidir. Os torcedores do Taurus presentes na arquibancada já comemoravam a vitória, até que, aos 25, Gusta, pela direita, bateu cruzado. A bola desviou em Dede, traindo Kaio, e entrou. 2 x 2!
 
A festa agora era da torcida do Guaxupé, que cantava mais alto. Mas o mundo do futebol dá voltas. Aos 27, o mesmo Dede – que tivera a infelicidade dois minutos antes – cobrou falta do meio de campo, quase na lateral. Campo molhado, último minuto. Vai que dá, né?! A pelota foi rasteira, pegou velocidade deslizando no gramado, desviou no caminho e nenhum pé apareceu para interceptá-la. Só parou na parede, nas redes, no canto direito de Marcão, na loucura de algazarra de jogadores e torcida! 3 x 2! Não tinha mais jeito. O olhar incrédulos dos mineiros dizia tudo. A festa tinha dono, o destino queria assim, que o pequeno Taurus, ao final de 10 rodadas, virasse o GIGANTE Taurus. O apito final foi a deixa para comemorar, e como, um título mais que inesperado, mas nem por isso absolutamente justo.
 
Em termos de chances criadas e perigo de gol, o Guaxupé foi melhor. Entretanto, os taurinos demonstraram muita raça e tiveram forças para superar situações adversas em duas ocasiões. A primeira delas quando perderam Veloso, expulso, e ainda assim buscaram a virada. A segunda, quando sofreram empate no último minuto do tempo regulamentar, e não se abalaram, marcando o gol da vitória logo em seguida e evitando a prorrogação.
 
O Guaxupé chega à Série Aço passando por Olé e Chuteira 5 e tido como forte concorrente, mas fecha o primeiro ano de Chuteira com um vice-campeonato. Já o Taurus, mais experiente após campanhas ruins, encerra o ano de 2016 comemorando o fim do tabu de nunca ter ganhado um jogo e, de quebra, o título. A trupe de Vini, Rodrigo, Kaio e cia., agora, partem para a Aço, para continuar subvertendo a ordem. Ou, depois desse torneio, manter a ordem.
 
Ficha técnica

Guaxupé 2 x 3 Taurus – Final do VI Chuteira 5

Gols: Jeh e Gusta (G); Brites, Rodrigo e Dede (T)

Cartões amarelos: Luquinhas e Dias (G); Veloso e João Brilha (T)

Cartões vermelhos: Luquinhas (G); Veloso (T)

MVPs: 1 – Jeh (Guaxupé); 2 – Rodrigo (Taurus); 3 – Dede (Taurus)