CAMPEÃO DOS CAMPEÕES
 
E o campeão dos campeões é o Nois Que Soma! Só que pode colocar muito disso na conta do goleiro Tinho, que agarrou quatro shoot outs após empate no tempo regulamentar ante o Wake 'n' Bake por 1 x 1. O arqueiro acabou sendo o grande responsável pela conquista da I Copa Hua dos Campeões do Chuteira, crescendo na hora decisiva ante os batedores adversários. O time de Leite, mesmo com o vice-campeonato, deixou uma boa impressão às vésperas de sua estreia na Série Prata e se credencia a subir à principal divisão do Chuteira já neste semestre.
 
O atual bicampeão dourado teve a grande vantagem de chegar diretamente à decisão. Já o Wake passou por 3 provas de fogo antes da grande final, derrubando o Condor's (numa revanche da semifinal do XIII Série Bronze, vencida pelo Condor's por 2 x 1), #Torce Contra e Bode. Inclusive, o embate ante o Bode, válido pela semifinal, fora realizado no mesmo dia da finalíssima. Empate também no tempo normal e classificação conquistada nos shoot outs.
 
Com o Wake já tendo jogado no mesmo dia, a vantagem seria do time de Bruno Bollito por estar 100% fisicamente? Não foi bem assim. Os meninos de branco mostraram muita determinação e chegaram até a ser superiores ao adversário, sobretudo na etapa final. Só que o Nois Que Soma teve a frieza para errar menos e sair vitorioso.
  O ponto negativo da grande decisão foi a parte técnica. Os torcedores que acompanharam a partida esperavam grandes jogadas, algo que raramente aconteceu durante os poucos mais de 40 minutos de jogo. Em contrapartida, foi um duelo tático digno de dois gigantes do Chuteira. E muitas, muitas provocações entre os jogadores. O primeiro grande momento foi do Wake: o goleiro Cutait fez grande lançamento com as mãos ao ataque para Ri. Ele ajeitou para Lipe finalizar, mas seu chute saiu fraco e não levou perigo à meta de Tinho.
 
Com os times ainda se estudando em quadra, muitas jogadas eram construídas, mas pouco se finalizava. E quem passou a comandar as ações da partida foi o Nois Que Soma. Em jogada rápida trabalhada pela equipe, a bola chegou ao lado esquerdo para Paulinho, que recebeu, girou o corpo sobre seu marcador e chutou cruzado. O guarda-metas Cutait se esticou todo no chão para espalmar a pelota. Logo depois, em contra-ataque muito veloz, Paulinho recebeu e acionou Luiz Fernando. O camisa 25 tentou por cobertura (inspirando-se no palmeirense Dudu, que no momento fazia um gol de cobertura no Choque-Rei realizado no outro lado do viaduto Pompeia), mas a bola passou por cima do travessão – levando perigo.

Mais NQS: em nova troca de passes, a bola foi invertida do lado esquerdo para o direito até chegar aos pés de Paulinho, que arriscou rasteiro com a perna esquerda. Cutait, novamente como um Homem-Borracha, esticou-se todo no canto esquerdo para espalmar e salvar o Wake. Foi neste instante que a decisão começou a ficar mais quente, com muitas faltas e pouca criatividade. Além disso, alguns atletas passaram a se estranhar e o clima em quadra chegou a ficar carregado. A etapa primeira entrava na reta final quando o Wake voltou a acertar um bom ataque. Nieto avançou pelo meio e, de perna esquerda, tentou cruzado, mas Tinho estava ligado na peleja e fez defesa segura.
 
O tempo se esgotava, mas ainda reservava emoções. O time do contundido Maciel voltou à carga com Pedro Paulo. Pelo lado esquerdo, ele fez boa jogada individual, puxando para seu pé esquerdo e chutando rasteiro, mas o goleiro também estava absorto e realizou boa defesa. Só que, em seguida, acabou sendo surpreendido ao deixar sua meta e, numa saída de bola desastrosa do sistema defensivo do Wake, o gol acabou ficando vazio para Rodriguinho apenas chutar e sair para o abraço. Estava aberta a contagem no placar, e o atual campeão da Ouro largava em vantagem!
 
No último lance do primeiro tempo, Luiz recebeu na entrada da área e arriscou de pé esquerdo, mas o chute saiu fraco e facilitou a vida de Cutait, que evitou mais um tento do NQS.
 
A etapa final parecia destinada ao Nois Que Soma. Isso porque o time estava descansado, enquanto o Wake poderia “abrir o bico” após ter jogado horas antes. Não foi o que aconteceu. A equipe de Frajola estava mais disposta ainda e manteve o alto nível tático do embate. O problema é que o começo do tempo foi igual ao primeiro: travado. Muita troca de passes, mas também muitos desarmes e destruição.
 
A primeira chance real demorou a acontecer, mas, quando foi sacramentada, veio através de grande jogada de Luiz Fernando. Do campo de defesa do NQS ele fez um lindo passe rasteiro pelo meio. A bola passou por toda a extensão do campo, entre os marcadores rivais, até achar a Rodriguinho em velocidade. O camisa 14 recebeu, mas, de forma arrojada, Cutait saiu aos seus pés e realizou grande intervenção, salvando mais uma vez o Wake. Apesar da disposição, o novo integrante da Prata pouco produzia de forma efetiva no ataque.
 
E ainda viu o adversário quase ampliar, quando Uber roubou a bola e tocou para a esquerda nos pés de Luiz. Ele recebeu, ciscou e soltou a chinelada. A bola foi em cima do goleiro, que espalmou e salvou o Wake. A partir desse momento, Fex e cia. passaram a ter mais o controle da bola e a girar buscando espaços na boa defesa do NQS. As alternativas eram criadas, mas as finalizações eram poucas. Porém, o time foi premiado pela perseverança. Em cobrança de escanteio pelo lado esquerdo, Men10 se antecipou ao seu marcador, aplicou um lindo voleio de primeira e acertou o barbante de forma inapelável para Tinho. Um golaço para dar ânimo ao Wake e mais emoção à decisão! 1 x 1 no placar!
 
Além de buscar a igualdade, o WnB quase aplicou também a virada logo em seguida. A defesa do NQS se perdeu na troca de passes do adversário e a bola chegou até Dani no lado direito. Livre de marcação, ele soltou um tirombaço que passou raspando a trave esquerda de Tinho, levando muito perigo. A partir daí ficou nítido o duelo tático das equipes, com os sistemas de marcação bem postados, mas os jogadores de construção não alcançando seus objetivos. A última oportunidade efetiva foi do NQS. Em cobrança de falta, a bola foi tocada para Paulinho no lado esquerdo. O camisa 94 dominou e chutou cruzado para o meio da área no afã de algum companheiro empurrar a redonda às redes. Poderia ter sido Levy a estrela, só que ele se esticou todo mas não alcançou, para alívio de Cutait. E assim terminou o tempo regulamentar, com um justo empate em 1 tento.


O campeão da I Copa Hua dos Campeões do Chuteira de Ouro seria decidido, então, na cobrança alternada (e única) do shoot out. Quem errasse poderia dar o título ao rival. Men10 e Luiz Fernando converteram suas cobranças e uma nova série foi aberta. Frajola, machucado, foi para a cobrança igual fez ante o Bode e não sentiu o peso. Guardou o seu. Paulinho fez o mesmo pelo NQS, mantendo a decisão em aberto.
 
Foi aí,com 2 x 2, que começou a brilhar o nome do arqueiro Tinho. Primeiro, ele pegou a tentativa de Leite, mas Murilo chutou no travessão e adiou o título. Depois, Tinho defendeu a cobrança de Tutão, só que Pedro Paulo ficou na trave! Tinho pegaria seu terceiro shoot out, dessa vez na cobrança de Lipe, só que Antonio acertou o peito do guarda-metas Cutait! Não é possível! 3 chances para ser campeão e por 3 vezes o NQS desperdiça! Após 10 cobranças, contudo, viria a série que definiria o campeão. O inspirado goleiro do NQS defendeu mais uma cobrança (a quarta!), dessa vez de Fex. Coube ao gigante Uber pegar a bola e assumir a responsabilidade. Com frieza, o camisa 17 chutou no canto esquerdo de Cutait, que ainda tocou na bola mas não evitou o balanço das redes a enfim dar o título de campeão dos campeões ao Nois Que Soma!!!
 
Festa e muita comemoração da equipe que já se acostumou a levantar troféus. É o sétimo em 3 anos no Chuteira. E eles querem mais. Quem sabe o tricampeonato dourado venha a partir deste sábado...
 
Ficha técnica
 
Nois Q Soma 1 (3) x (2) Wake ‘n’ Bake - Final da I Copa HUA dos Campeões
 
Gols: Rodriguinho (NQS); Men10 (WnB)
 
Cartões amarelos: Maciel e Pedro Paulo (NQS); Nieto e Dani (WnB)