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Doutrinando as divisões de acesso, Baixada de Munique enfim chega à Ouro como pretendido e planejado: multicampeão e pronto para dividir o protagonismo na elite

Sonhar é permitido — e é de graça. Pois, no sonho do cronista, Moacyr Jr. roubava a bola aos 30 do segundo, avançava com ela e mandava, da intermediária, direto no ângulo esquerdo, pra tirar o 0 do placar e dar o título ao Invictus! Mas a realidade, cruel que só ela, foi toda diferente. Os amarelos fizeram jus à cor predominante do uniforme; tiveram no máximo, sendo muito otimista, uns três bons momentos no jogo; e deixaram a torcida — e o tal do setorista — aos prantos, durante todo o almoço de domingo. 
 
Na Baixada, por outro lado, vai verão, vem verão, e a festa se repete! De novo, mais que merecida. De verdade. Eis uma obviedade que é preciso reafirmar. Primeiro, por causa da mania de perseguição do Seu Santiago; segundo, porque os times que chegaram à final foram os que mais se preparam pra ela, de fato. E, se a gente, da imprensa, está cansado de falar que o Invictus tem como mérito a organização e a força do conjunto, os santistas têm isso também, e mais: parecem ter aprendido, mesmo sem quase espaço para erros (para quem defende que só se aprende no erro), a importância de ter um elenco, e não só um time, forte. 
 
O Baixada se reforçou, como prometido no semestre passado, e muito bem: além dos excelentes Mamer, Piu e Padron, trouxe um dos jogadores que mais dá gosto de ver nas quadras chuteirenses. Estou falando de Kinhas, um dos protagonistas desse time e MVP das finais. Além disso, puderam contar com a experiência de Lói na beira da quadra, técnico que conhece como poucos cada centímetro da Playball, literalmente. Soma-se a isso a obsessão de Guina — e da torcida apaixonada pelo time — em levar essa camisa até seu destino, onde todos os amantes do Chuteira esperavam ansiosos vê-la, a Série Ouro. 
 
A torcida, aliás, é um capítulo à parte. A arquibancada do Baixada é capaz de, por exemplo, desfalcar o time, vejam só! E isso não é necessariamente algo ruim... Um Beça a menos em quadra é um Beça a mais gritando, entre um gole e outro, do lado de fora. Pedrinho tomou, antes, o segundo amarelo, dizem, de propósito, só pra também se juntar ao camarote. E Hec... ah, Hec, que tarde, hein?! Não poderia ter imaginado despedida melhor! Nem mesmo em sonho. O camisa 7, agora oficialmente aposentado (pelo menos até o Baixada montar um Master), é mais um que reforça o canto do “time que não bebe e não fuma não ganha”. A 'inferno grená' — não poderia ter nome mais apropriado — estará com mais frequência na G14, palco que o Baixada, talvez pela cor similar ao uniforme, já domina faz um tempo. Os santistas chegaram empilhando canecos e, respeitando a nova divisão, como já aparentam fazer, com certeza vão rivalizar com as principais forças da Ouro — para talvez igualar o feito do Nois Que Soma, de ganhar tudo que têm direito, na sequência!
 
O jogo começou meio amarrado, mas, não podia ter o destino escolhido horário melhor, na marca dos 4:20, Soninho desenrolou pra cima da marcação de Faustinho, deixou o camisa 20 na saudade e mandou um torpedo pela ala direita, no travessão!, pra levantar a torcida. Soninho também se empolgou e, já no lance seguinte, tentou atravessar Léo Chamma, que fez o corte. A bola sobrou pra General carimbar a defesa em chute frontal e ficou novamente com os grenás, em Holanda, pela direita, que chutou sem direção.
  
Do outro lado, no lance seguinte, Raito e Léo Chamma apertaram e roubaram do próprio Holanda, pelo lado esquerdo do ataque invictense. Léo tentou o chute cruzado, mas Matheusão ficou com ela antes que Bruninho tivesse a oportunidade de completar o chute do companheiro. Depois, já aos 7 minutos, Moacyr trombou em Padron, do ladinho da torcida santista, que ficou na bronca, e passou a cobrar que a arbitragem apresentasse a cartolina amarela aos adversários, sem sucesso nisso até o final da partida.

O embate ia se desenvolvendo sem muitas alegrias, principalmente para nossa exigente equipe de transmissão. Passes errados dos dois lados, até que Raito, pela esquerda, conseguiu levar algum perigo à meta adversária, em chute que buscava o canto. Matheusão espalmou pra linha de fundo, na marca dos 10 minutos jogados. Troca de mais decisões erradas e, 3 minutos mais tarde, a oportunidade voltou a ser do lado grená. Bola cutucada por Padron, que ficou com Soninho no comando, mas o camisa 19 parou dessa vez nas luvas de André Engel!
 
Aos 14 minutos, tempo na quadra que, se não serviu para o Invictus entrar no jogo, foi ao menos um alerta para outro complicador pra equipe: já eram 4 as faltas cometidas pelos comandados de Leandro Dias. Quem teoricamente entrou na partida foi Alê Bianco, para fazer o pivô, segurar a bola, distribuir... mas com tantas atribuições importantes e sem muito ritmo de jogo, o 18 invictense acabou dominando mal a bola, aos 18 minutos (pra combinar com a camisa), proporcionando chance para General que, para a sorte do primeiro, chutou por cima. Na jogada seguinte, novamente nascida de um desarme de Padron, a bola ficou com Mamer, que devolveu para a subida do 8 santista pela direita, para bater cruzado e ver André Engel defender com o pé! 
 
De 19 para 20 minutos, o Invictus chegou à quinta falta — de novo a vítima foi Padron. Piu foi pra cobrança e desperdiçou, por cima. Na meia-cancha, enquanto a arbitragem ignorava Kinhas, que atrasado usava a beira da quadra de trocador de loja de departamento, ignorou também uma trombada de Bruninho em Mamer, que não só acabou não resultando em falta, como virou esticada de Derek pra Léo Chamma, em boa condição de marcar, mas o Barba recuou a bola pra Matheusão... Do outro lado, Jerry, o craque invisível, achou Mamer em boa condição e lançou. O 11 agradeceu e bateu na saída de André Engel, mas ela também saiu, à direita, com perigo! Lói pediu o tempo que lhe cabia e voltou com Kinhas em quadra, com só acréscimos a jogar. Pouco ele ou qualquer outro fez, e assim fomos para a segunda etapa.
 
Com o segundo tempo iniciado, Kinhas teve enfim a primeira oportunidade para concluir a gol, com quase 3 minutos, mas ele titubeou, e Bruninho fez o corte. No lance seguinte, o camisa 18 se desvencilhou da marcação de Alê Bianco e, no contra-ataque, bateu pra boa defesa de André Engel. E o Baixada aos poucos foi crescendo. Aos 5 minutos, General, já caindo, conseguiu soltar em Jerry pela direita, que bateu cruzado, pra fora! Depois, o Invictus saiu errado pelo lado direito com Raito e acabou proporcionando nova conclusão dos santistas, com Mamer, também pra fora. 
 
Enquanto a cabine de transmissão, mancomunada com o Invictus, via um jogo que não existia, os amantes do pós-jogo não acertavam mais que dois passes na não-criação de jogadas, e o Baixada seguia insistindo, por exemplo, aos 7 e depois aos 8 minutos, em dois chutes sem a direção correta desferidos por Mamer. Na resposta, Che, provavelmente o melhor entre os de linha pelo lado amarelo naquela tarde, tocou em Bruninho atrás, recebeu de volta, gingou pra cima da marcação e bateu à esquerda do gol! Do lado santista, mais Mamer, dessa vez pelo lado esquerdo e acertando o gol, e nova defesa de André Engel. 
 
Com o gol do Baixada amadurecendo, eles abriram um pouco para os invictenses, e isso quase resultou nos amarelos à frente, quando Bruninho acelerou o jogo na esquerda com Che, e o camisa 22 prendeu a bola e rolou para a chegada pelo meio do mesmo Bruninho, que obrigou Matheusão a praticar boa defesa, colocando pra linha de fundo! O Invictus errou a jogada de escanteio, Matheusão ficou com ela e ligou rápido em Padron, que tocou na frente pra Kinhas, pela esquerda, dar um tapa nela e ver sair do outro lado, sem Mamer ter a possibilidade de chegar pra empurrar.
 
Aí, na marca dos 11 minutos jogados, quando Kinhas partiu pra cima pela ala esquerda, não teve jeito. O 18 penteou pra dentro, mas mudou a direção e avançou por fora, e da linha de fundo cruzou para Mamer, que dominou com liberdade, esperou a definição de André Engel e deu um tapa com classe, por cima, pra guardar o primeiro e soltar o grito entalado da garganta do torcedor santista! 1 x 0!, com direito a recado do diretor e papai Serginho!
 
Leandro Dias ainda usou o tempo para tentar colocar o time de volta na decisão, mas a torcida santista já tinha dominado a festa. Faustinho quis contribuir para antecipação do churrasco e saiu errado. Mamer ficou com ela e serviu Soninho, que, para cumprir a estatística de gols perdidos antes de um feito, perdeu mais um, por cima, aos 15. Na tentativa de resposta, Vitinho conseguiu apertar e tomar de Kinhas, no ataque invictense, mas não teve a noção de espaço — e dos companheiros que o preenchiam —, quis pegar ela antes de cair e isolou...
 
Aos 18, depois de perde e ganha do outro lado, Piu conseguiu tocar em Soninho, que levou para a esquerda, bateu e ficou em mais uma boa defesa de André Engel, que foi buscar no canto. Derek tentou afastar dali, mas ela ficou novamente com Piu, que insistiu mais uma vez em Soninho, mais uma vez frustrado por Engel, em defesa espetacular! Léo Chamma foi bem pra evitar o rebote, enquanto o arqueiro invictense sentia o ombro na jogada.
 
Com o tempo parado — ainda mais em razão de uma possível lesão de André Engel —, a expectativa era de termos Faustinho fazendo o goleiro-linha nos cinco minutos de tempo regulamentar restantes. Mas não só o goleiro voltou pro jogo, como o Invictus não se permitiu arriscar, e o Baixada continuou a criar. Tínhamos quase 23 minutos no cronômetro, quando General, da defesa, lançou bonito pra Mamer, pela esquerda do ataque. O camisa 11 chegou nela batendo pro gol, mas André Engel estava lá de novo pra operar novo milagre! Aos 24, Kinhas tabelou pelo meio com General, mas errou o chute. Do outro lado, com já 25 minutos, quando a vitória do Baixada parecia encaminhada, Bruninho roubou a bola e puxou contragolpe com Che, que de frente pra Matheusão bateu cruzado e perdeu! No lance seguinte, Che abriu espaço na individualidade e ia acertando o canto, mas Matheusão não só defendeu o primeiro tiro como operou milagre no rebote de Léo Chamma à queima-roupa, para assim como o goleiro adversário mostrar seu valor na decisão!, quando o jogo ainda estava, salientando, apenas 1 x 0, apesar da superioridade mais evidente dos santistas no segundo tempo. Padron ficou com a bola e não só levou ela pra longe da própria meta, enquanto Matheusão merecidamente batia no peito, comemorando a defesa, como carregou até tocar em Soninho, que parou, pra variar, na bela apresentação de André Engel! 
 
Kinhas ainda chutou uma pra fora, antes da jogada derradeira, que encerraria de vez as dúvidas de qualquer espectador sobre o jogo ainda permanecer ou não em aberto. Drible desconcertante, de videogame, de Padron pra cima de Raito, que foi ao chão, e assistência pra Soninho (faz um, pelo menos e pelamordideus!) e o camisa 19 teve a tranquilidade de ainda limpar a marcação antes de bater forte no canto e marcar 2 x 0, fechando o caixão do Invictus e levando este repórter às lágrimas! Com 27 minutos e meio no relógio.


E ainda deu tempo, no finalzinho, de Lói promover a entrada de Hec, se despedindo do Baixada de Munique, pra completar de vez a festa. A arbitragem gostou muito da homenagem e anotou mais uma falta contra o Invictus, a sexta, nas contas dos juízes. O 7 santista foi pra bola, rolou na frente e bateu na saída de André Engel, pra fazer 3 x 0! 

 O resto é resenha. E das boas. 
 Com a vitória esperada do Baixada, que homenageia mais uma vez à altura o também muitas vezes hegemônico Bayern, a galera de Santos já coloca na conta 4 títulos do Chuteira (Chuteira 5, Aço, Bronze e Prata). Agora, sim, eles estão onde merecem, a Série Ouro. E, apesar de chegar agora, o time tem tudo para dividir o protagonismo da elite chuteirense com os hoje favoritos Nois Que Soma, Mulekes e Catado, o que já coloca o BM com grande possibilidade de, a depender de cruzamentos óbvios, figurarem no mínimo entre os semifinalistas já na próxima edição.
 
O Baixada é, para o bem ou para o mal e querendo ou não, a famigerada QUARTA FORÇA no Chuteira de Ouro. Já o Invictus, que ao que parece chegou até onde nem os próprios jogadores imaginavam, entram com muito mais cautela na elite, mas, como há certa generosidade da parte organizadora em relação à zona de classificação (6 de 9 é chance pra p*), a expectativa é que o time não só se mantenha na elite como belisque alguma vaga, e ganhe rodagem no mata-mata da Ouro. Se não vier completo, para entrosar quem chega para engrossar a base, vai ser, endossado nas palavras do próprio Raito agora, um atropelamento atrás do outro. 
 
Ficha técnica
 
Baixada de Munique 3 x 0 Invictus – Final do XXI Chuteira de Prata
 
Gols: Mamer, Soninho e Hec (BM)
 
MVPs: 1- Kinhas (Baixada de Munique); 2- Padron (Baixada de Munique); 3- André Engel (Invictus)
 
MVP DAS FINAIS: Kinhas (Baixada de Munique)
 
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