Associação Alcoólicos Anônimos e Primatas se enfrentaram na tarde do último sábado para decidir qual dos dois iria para a grande final junto com o RP Classic, que vencera a prévia. E, no final das contas, deu aquilo que as casas de apostas já imaginam: vitória segura do A.A.A., com grande atuação dos irmãos Balãotelli e Thi.
 
O Primatas entrou em quadra com uma péssima notícia para os torcedores: o craque Marcelo Gama não estava entre os relacionados. Os jogadores foram para a batalha mesmo assim. E o começo da partida foi bem equivalente, com os dois times se digladiando no meio de quadra pela posse de bola.
 
As primeiras oportunidades vieram em cobranças de falta: no Primatas, Litho arriscou, e Balãotelli respondeu pelo outro lado. Litho teria nova oportunidade pouco tempo depois, quando uma bola oriunda de escanteio o encontrou sozinho na área, mas o 11 testou muito alto.
 
O placar foi inaugurado com polêmica: Balãotelli recebeu da defesa e tirou do zagueiro com facilidade. Seu chute não foi tão forte e Durazzo hesitou durante um segundo. A bola bateu na rede e saiu – A.A.A. e arbitragem viram ele dentro e saindo pelo buraco na rede. O repórter nunca saberá se aquela bola entrou ou não, mas o juiz garantiu que sim. O Primatas esboçou uma reclamação, se desconcentrou e quase tomou o segundo, de Ronald, que acertou o travessão.
 
Balãotelli esteve perto de fazer o segundo em um lance quase idêntico – pode-se dizer que os movimentos do camisa 10 são previsíveis dentro da quadra, mas ele é praticamente imarcável. Quando Thi partiu da defesa como um trem, ganhou de Litho no corpo e cruzou para o camisa 10, este só precisou de dois toques para marcar o segundo.
 
Mas o alvirubro diminuiria no lance seguinte, com Tieppo subindo mais que todo mundo para estufar as redes em cobrança de escanteio. Só que o Primatas não jogava bem, e seu rival se aproveitava. Intera, que fazia primeiro tempo consistente, arranjou bela jogada para Balãotelli, que carimbou a trave.
 
Uma bola que poderia ter mudado a partida caiu nos pés de Tom. Depois de um novo escanteio, o camisa 8 do Primatas dominou a pelota sozinho, mas ficou nervoso e finalizou muito alto. Gui Fenômeno quase teve um infarto. Tieppo também levou perigo, mas o A.A.A. saiu de quadra para o intervalo com a vitória parcial.
 
O Primatas quase empatou na volta. Mathe roubou de Leo, avançou e serviu Litho, que viu Leozinho efetuar grande defesa. O castigo veio logo em seguida, quando Leo completou escanteio para a rede, assinalando o terceiro do A.A.A. O Primatas seguiu pressionando, mas a zaga dos alcoólicos levava a melhor na maioria das vezes. Estágio teve boa chance, mas Leozinho fez nova defesa. Thi respondeu jogando para Balãotelli nas costas da zaga, mas o goleiro do Primatas saiu corajosamente e dividiu com o camisa 10.
 
A marcação sobre Balãotelli era intensa: ele mal recebia a bola e ao menos dois já chegavam para dar o combate. O problema foi que esqueceram Léo livre. O camisa 22 partiu da defesa despreocupado, invadiu a área e bateu de chapa para marcar o quarto. As coisas ficavam muito difíceis para os símios, que resolveram arriscar para o goleiro-linha com Mathe como líbero.
 
Interior, na esquerda, fez nova boa jogada e deixou para Balãotelli, que finalizou mascado. Depois foi Thi quem serviu o matador, mas Mathe dividiu e pôs para fora. O Primatas queria atacar, mas não havia quem articulasse as jogadas. O A.A.A. se aproveitava e levava perigo sempre que subia.
 
Rafinha, batendo de longe, pôs Leozinho para trabalhar. Depois Tieppo tentou uma puxeta muito estranha, que não assustou ninguém. O Primatas enfrentava uma maré de azar e não ganhava uma dividida sequer; o goleiro-linha também não mudava em nada o estilo de jogo da equipe. No A.A.A., Drinho liderava a retaguarda.
 
Mathe teve que se virar para defender chute traiçoeiro de Interior. Em seguida, Thi fez lance incrível, deu duas sainhas e acionou Balãotelli, que não conseguiu finalizar. O craque tentou se redimir com um golaço de cobertura, quando pegou Mathe adiantado, mas Marcelinho impediu usando a mão. Foi expulso. O próprio Ballãotelli cobrou e Mathe defendeu.
 
O A.A.A. cometeu sua sexta falta. Fábio foi para bola e tirou do goleiro com calma. Os primatas correram para reiniciar o jogo, na esperança de um empate heroico. Acabou se expondo. Quando os alcoólicos conseguiram ligar um contra-ataque com Balãotelli, este matou a partida. E com um golaço: ele avançou com toda a serenidade da terra, tirou Mathe da jogada com um lance de corpo e pôs lá dentro. Interior ainda pode ampliar, mas nem precisava.
 
Resta um último desafio para o A.A.A. antes da uma possível campanha perfeita: o perigoso Real Paulista Classic. O campeão do Chuteira de Prata sai daí.
           
Ficha Técnica
 
A.A.A. 5 x 4 Primatas – Semifinal do XIII Chuteira de Prata
 
Gols: Balãotelli (3) e Léo (2) (A); Tieppo e Fabio (P)
 
Cartões amarelo: Pera (A); Feco e Gui Fenômeno (P)
 
Cartão vermelho: Marcelinho (P)
 
MVPs: 1 - Thi (A.A.A.); 2 - Balãotelli (A.A.A.); 3 - Intera (A.A.A.)