Ficar em segundo lugar tem suas vantagens. Claro que não é tão bom quanto ter a vaga garantida para a próxima série, como acontece com o líder do grupo, mas escapar de um confronto de mata-mata pode ser fundamental para equilibrar melhor a equipe, descansar e estudar o adversário.
No duelo entre Bacaninha e Leões do Brás, os três pontos decretariam o vice-líder e também daria mais moral para chegar forte na segunda fase. A partida começou melhor para o Bacaninha, que tentou surpreender o Leões em seu próprio campo. O camisa 13, Leandro Alvaro, roubou a bola no meio-campo e tentou um "drible raio-x", passando no meio da defesa adversária. E de fato conseguiu, mas faltou pernas para chegar inteiro para a finalização.
Sem se assustar com o ritmo imposto, os jovens valores do Brás gostaram da ideia de correria e também se mexeram. Em um ótimo lance pela esquerda, Luan tabelou com Daniel, que apareceu livre, na frente de Kiko, e finalizou com força. A bola explodiu no corpo do goleiro e subiu, mas estava fácil para o camisa 8 do Leões concluir de cabeça. Após a cabeçada que tinha endereço, o desespero de Filipe Arbix se fez presente e o camisa 10 do Bacaninha colocou a mão na bola a la Luis Suarez na Copa do Mundo de 2010. Pênalti claro, expulsão e Berga na marca da cal. Chute forte, no canto que Kiko adivinhou, mas um pouco acima do goleiro. Gol do Leões.
Em menos de dois minutos, o time branco e laranja já chegava novamente com fome de gol. Mel tocou para Berga, que devolveu de calcanhar para o camisa 10 bater de bico, sem tanta força, mas deslocando o goleiro Kiko, que ficou irritado com sua defesa depois de tanta facilidade para o adversário. 2 x 0 em cinco minutos.
Veloz e habilidoso, Iuri chamou a responsabilidade de sua desfalcada equipe e tentou de longe, mas a bola pouco assustou. Quem conseguiu o objetivo foi Leandro, que disparou pela esquerda, cortou para o meio e bateu forte. A bola ainda encontrou a trave antes de entrar. Reação do Bacana?
Na saída de jogo, Daniel voltou para chamar a marcação e sair jogando, recebeu no centro da quadra e observou a passagem de Luan, que disparou pela esquerda, recebeu a bola, venceu o zagueiro na corrida e bateu cruzado, no ângulo, fora do alcance de Kiko. O Bacaninha, que tentou reagir, parecia atordoado com o ritmo que tentará aplicar, em outras palavras, o feitiço virou contra o feiticeiro.
Mas o imponderável aconteceu. Aos 18 minutos, após correria intensa do Leões, o Bacaninha conseguiu colocar a bola no chão e voltou a chegar com perigo. Iuri encheu o pé e a bola explodiu na zaga, mas encontrou o peito do atacante João Paulo, que dominou com categoria e soltou um petardo de canhota na forquilha. Sem chances para o goleiro, que desconfio nem ter visto a cor da bola.
Na segunda etapa, o time bacana tentou segurar mais a posse da bola e só atacar no momento adequado. Kiko lançou a bola com as mãos para Henrique, que apareceu atrás da zaga e dominou, tirou o goleiro da jogada e bateu quase sem ângulo, mas Turcão se recuperou no lance e mergulhou de lado para abafar o arremate. Milagre!
A chegada animou o Bacaninha, que armou uma linda trama ofensiva com Leandro, João e Iuri. O camisa 13 tabelou com o 9, que fez o pivô para a chegada de Iuri. O quinze recebeu cercado por dois e conseguiu fintar a marcação com uma linda penteada na bola, da direita para a esquerda, adiantando a passada e chegando antes do goleiro Turcão, para concluir no canto direito. Lindo gol.
Mas a alegria durou pouco. Ao sair muito para buscar a virada, a defesa bacana se descuidou e deixou Daniel no "mano a mano". O camisa 8 apoiou-se em Simões e girou, batendo firme no canto de Kiko, que não esperava o chute. Na saída de bola, outro vacilo: erro de passe e quatro jogadores do Leões apareceram para desarmar Iuri. Diante do lance absurdo, Kiko viu-se contra quatro adversários vindo em sua direção e tentou jogar-se contra a bola. Inútil. Luan bateu com tranquilidade e aumentou o marcador.
O Bacaninha estava apático e até o bom Vitão parecia nervoso demais. Num entrevero com o zagueiro Helinho, o camisa 6 acabou expulso de jogo, dificultando ainda mais as coisas para a sua equipe. Daniel, que não tem nada a ver com isso, aproveitou nova falha de marcação, desta vez no escanteio, e apareceu livre para marcar atrás da zaga.
O último gol, novamente no carnaval que se tornou a defesa bacana, surgiu do lançamento longo de Caio Diniz, que encontrou Berga sozinho, com tempo de esperar Kiko definir o lado e tocar com tranquilidade. Um passeio do Leões, que teve mais calma e eficiência para jogar na correria e na pressão.
Agora, nas oitavas de final, o Bacaninha enfrentará o Primatas, às 13h30. Já o Leões descansa por um sábado e poderá só assistir a definição de seu próximo adversário.
Ficha técnica
Leões do Brás 7 x 3 Bacaninha – 9ª rodada do VIII Chuteira de Bronze
Gols: Berga (2), Luan (2) e Daniel (2) e Mel (LdB); Iuri, João e Leandro (B)
Cartões amarelo: Luciano, Caio Diniz e Dumbão (LdB); Iuri e Vitão (B)
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