O Astúcia ficou perto de perder a classificação para o mata-mata da Aço na derradeira rodada ao empatar com o lanterninha e já eliminado Ressaca em 3 x 3. Num momento em que o Chapolin havia virado o placar para 3 x 1, pecou em não golear o adversário, e olhem que chances não faltaram. O Etílico aproveitou e foi para cima. Para os colorados, pontuar era mais que necessário. Já à Laranja Mecânica o triunfo daria uma despedida honrosa.
A rodada já tinha definido os destinos de Xoras (eliminado) e Futeloucos (classificado) que, com 7 pontos, não poderiam mais alcançar o Astúcia com 8, mas Faroeste (com 6) e Rabisco ainda iam se bater no fechamento da rodada. Portanto, era melhor vencer o último colocado e não precisar por torcer por uma vitória dos cavaleiros, já classificados. E, todo mundo se aproveita da nobreza do Chapolin, pois como na maioria das rodadas, o time começou atrás no placar, mas até lá, muita coisa, ou melhor, quase nada de interessante ainda iria rolar.
A partida começou sem muita inspiração de ambos os lados. A partir do quinto minuto, os jogadores impuseram mais ritmo, sem, contudo, acertar o pé nas finalizações. Nesse mar de marasmo, apareceu alguém que trouxesse a tempestade. Vitinho arrancou pela direita e enxergou Melgar entrando livre pela direita e fez o passe. O camisa 10 girou e bateu no canto direito de GK, que voltou após contusão, para abrir o escore. 1 x 0!
Mais aguerrido, o Ressaca parecia mais lúcido do que de costume e jogava como se fosse o líder do campeonato. O Astúcia estava perdido, tentando encaixar uma boa jogada para o ataque. Pouco depois do gol, Bruno Fernandes recebeu na intermediária e desferiu um potente chute, do qual Nicaretta espalmou para escanteio. Em seguida, Biro reclamou da forte marcação de Ângelo Cocuzza e quis partir para a agressão, mas os dois times não permitiram. Até que Melgar resolveu abrir uma chapelaria em plena quadra, pois saiu cobrindo os cocos de três defensores do Astúcia, como se já não usassem suas anteninhas de vinil, de forma simultânea. Seria um golaço, se GK não tivesse pulado para o lado esquerdo para agarrar a bola!
Coube ao cérebro dos colorados pôr ordem na casa. Marquinhos apanhou a bola na esquerda, conduziu para o lado oposto e, da entrada da área, mandou uma bomba no meio do gol que Nicaretta nem viu por onde passou. 1 x 1!
Com mais confiança, Marquinhos passou a comandar o meio da quadra, empurrando o Ressaca para sua quadra de defesa, principalmente quando tabelava com Biro. E, numa jogada dessas, veio a virada. Marquinhos cobrou escanteio, Nicaretta devolveu ao adversário, que cruzou da esquerda para a direita. Biro entrou livre e deu só um toque levinho no canto direito. Nicaretta voou para buscar, mas não alcançou. 2 x 1! E sigam-me os bons... Em seguida, GK espalmou bola chutada por Gustavo Diniz, só que a redonda caiu nos pés de Melgar, que mais uma vez tentou aplicar coberturas nos colorados, mas ele mesmo embananou-se e a mandou para fora.
Após a volta do intervalo, Vitinho executou uma linda jogada. Pegou a bola no meio da quadra, limpou para a esquerda e mandou um canudaço de canhota, obrigando GK a mandar para escanteio. Porém, o Ressaca sofreria um golaço! Os etílicos perderam a bola em seu ataque e Vinicius Spricigo disparou pela lateral direita; a jogada foi tão rápida que os adversários só tiveram tempo de olhar para trás e observar o camisa 2 cruzar com muita força, Nicaretta nem viu o branco da redonda, e quando ela sairia, Renê Dohani deu um carrinho e entrou com bola e tudo. 3 x 1!
A esta altura, a ‘ressaca’ começou a fazer efeito nos laranjas, pois foram eles que ficaram tontos após tomarem o terceiro gol. A partir daí, Marquinhos e Biro infernizaram a defesa contrária e poderiam ter aumentado a vantagem, se Magro não tivesse perdido três gols de cego embaixo das traves de Nicaretta.
Dá até para entender a irritação de Biro quando ele ou alguém perde um gol feito, pois o camisa 20, que atuou com a 7, é esquentadinho que só ele, mas quando o sempre calmo Marquinhos perde a paciência, significa que é melhor pôr o pé na fôrma. Como não era da sua conta, Melgar teve um lampejo de artilheiro e partiu com a bola dominada pela direita. Os defensores colorados nem conseguiram acompanhá-lo. O camisa 10 parou e mandou uma pancada no canto esquerdo de GK, que nada pôde fazer. 2 x 3!
Marquinhos teve a chance de ampliar, bateu forte na trave direita de Nicaretta, e quando a bola voltou, Biro mandou uma bomba que foi espalmada pelo arqueiro, quase. Quando a partida já caminhava para o fim, falta frontal para o Ressaca cobrar. A barreira do Astúcia se posicionou e parecia bem nervosa, esperando um tiro direito. No entanto, Juba só deu um toquinho para o lado direito, onde não tinha nenhum adversário, e Melgar apareceu de surpresa para mandar a patada no canto esquerdo de GK. 3 x 3! Na sequência, Vitinho e Vinicius resolveram trocar ideia sobre a partida, mas o jogador do Ressaca se cansou do bate-papo e foi para o bar beber cerveja. No jogo, ambos os times não apresentaram mais nada para mudar o placar.
“Tentamos, perdemos bastante gol. Metemos bola na trave, o goleiro deles catou tudo. Mas já sabemos que não podemos mais vacilar, agora é mata-mata. Quanto a Magro, ele vai pegar um banquinho para aprender a chutar em gol”, disse Marquinhos, entre risadas. “Estamos vindo muito contado neste campeonato. Perdemos a maioria dos titulares após o Chuteira 5. Ninguém agora está conseguindo vir jogar por falta de comprometimento ou por seus próprios problemas. Eu mesmo só pude vir em três oportunidades. Não paramos ainda para discutir o futuro, mas vamos conversar para saber se mantemos o time ou não, vai depender da atitude de todos. Mas é inegável que este foi um semestre atípico para todos”, reconheceu Melgar.
Ficha técnica
Ressaca 3 x 3 Astúcia – 9ª rodada do XII Chuteira de Aço
Gols: Melgar (3) (R); Marquinhos, Biro e Renê Dohani (A)
Comentários (0)