Depois de amargar uma acachapante derrota na rodada passada por 6 x 2 frente ao Zero 13, o Catimba voltou a vencer. Bateu o Resenha por 4 x 2 que, pela terceira vez consecutiva, perdeu por dois gols de diferença. Justamente para não correr riscos desde o início, os grenás procuraram sufocar os azuis desde o início e, de tanto baterem na porta, conseguiram entrar, só que não foram muito bem-vindos.
Cesinha fez uma linda jogada individual quando passou por dois adversários, só que quando chegou na frente do gol, bateu tão fraco que só foi preciso Bernardo agachar-se para pegar. Na jogada seguinte, Mion correu em disparada pelo lado direito; da linha de fundo, cruzou milimetricamente nos pés de Pelé – não aquele – que, embaixo dos três paus, só precisava escorar para o gol, mas ele conseguiu o impossível de isolar por cima da meta.
O curioso é que a jogada posterior foi quase um repeteco. Mion correu pela mesma lateral da quadra, mas fustigado pela defesa, jogou-se ao chão para conseguir impulso para centrar para Pelé, que mandou uma bomba no meio do gol, justamente onde estava Bernardo, sua sorte que a bola passou por entre as pernas do goleiro. 1 x 0!
A partir daí, a partida começou a ficar mais franca, pois os jogadores dos dois lados passaram a atacar mais, mas sem se descuidarem da marcação. Quando um lado perdia a posse da bola, o ataque descia para auxiliar a defesa. O jogo em conjunto estava sobressaindo das habilidades individuais, até que...
Tiago Porto protagonizou uma jogada genial, quando disparou pela esquerda, limpou para o meio, ludibriando seus marcadores e bateu firme no ângulo esquerdo de Yamada, que não teve chance de defender. 1 x 1!
Numa jogada de conjunto, Mion e Digão tabelaram na frente da defesa azul, que tentou fechar-se em bloco. Por tal situação, Digão deu um totozinho na bola, que encobriu a defesa e Pelé apareceu de bate-pronto, cabeceando de cima para baixo, mas a bola foi em cima de Bernardo que defendeu sem sustos.
Pelo lado do Resenha, a bola teimava em não querer mais chegar na frente, no entanto, quando apareceu, os jogadores perdiam excelentes oportunidades. Numa delas, Buch estava livre na entrada da área, recebeu uma bola pelo alto, mas ao invés de parar e escolher o canto, soltou a bomba de pé esquerdo do jeito que ela veio no canto direito do gol, só que para fora.
O gol perdido acabou fazendo falta. Na jogada seguinte, Mion e Cesinha infernizaram a defesa contrária, até que Cesinha, do lado esquerdo e atraindo a marcação, soltou a bola no meio para Pelé que, sozinho, chutou completamente sem direção. Ao retomar a bola após cobrança de lateral, o Catimba ficou à frente no placar.
Helder apanhou a bola e rolou para Pelé soltar uma cacetada no canto direito de Bernardo, fazendo seu segundo gol e abdicando de só chutar no meio das traves. 2 x 1!
Até então, a primeira etapa seguiu sem maiores surpresas, foi como se os times estivessem satisfeitos com o resultado parcial e poupando as energias para o segundo tempo.
O Resenha aparentava mais tranquilidade, os jogadores conversavam sobre como furar o bloqueio contrário, já o Catimba, isto é, Pelé, gritava tanto com seus companheiros que mais parecia que tinha ido para o intervalo com uma derrota difícil de ser revertida.
Veio a segunda etapa e o temor do camisa 2 do Catimba parecia fazer sentido. Os azuis partiram para o ataque como se não houvesse amanhã e quase furaram o bloqueio nos primeiros minutos. Matheus cobrou uma falta com muita violência, obrigando Yamada a mandar de soco para escanteio.
Logo depois, Alemão recebeu uma bola na banheira, completamente livre, não tinha um só defensor que pudesse fazer-lhe combate. Pacientemente, o camisa 8 recebeu a bola, deu um toquinho para ajeitar e soltou um torpedo no rosto do goleiro, tendo todo o gol para escolher o canto. Para provar que tinha condições de permanecer, Bernardo precisou dizer que dia da semana era.
Alemão ainda chegaria a perder três gols seguidos de ‘cego’, pois o lado direito onde ele se postara, era o mapa da mina do Resenha, pois deixaram essa área completamente sem marcação, só que o camisa 8 não estava num dia muito inspirado. A cada chance perdida, tomava uma bronca de Pelé, lá da defesa. O lado sereno dos grenás era as articulações de Digão para servir seus companheiros e tirar as bolas que povoavam a defesa de sua equipe.
Se vento que venta lá, venta cá, as chances perdidas do Catimba favoreceram e muito os adversários. Menezes acabou por receber um lançamento nas costas da defesa grená e fuzilou Yamada, no seu canto direito, empatando novamente a partida. 2 x 2!
Não demorou muito e Cesinha resolveu acabar com a instabilidade no meio da quadra. Partiu do centro em jogada individual, ultrapassou um defensor na corrida e bateu forte no canto direito, Bernardo ainda chegou a tocar na bola, mas não foi o suficiente para impedi-la de entrar. 3 x 2!
Há uma expressão no mundo das artes que diz que o corpo fala, pois bem, Cesinha pegou a bola na defesa e saiu em corrida, mas parecia em câmera lenta ao som de uma valsa de Strauss: tirou um, dois, fintou Bernardo e, com o gol aberto e desprotegido... chutou para fora. Neste instante, a música foi quebrada por: “*%¨&$#@*&” vindo de quem? Pelé, é claro.
Insatisfeito com a perda de gols da equipe, o próprio Pelé resolveu abandonar a defesa, recebeu na frente e, com o gol escancarado, com só o goleiro para tentar defender, o camisa 2 disparou uma bomba... para fora, mas muito, muito longe do gol.
Sem reclamar com o reclamão, os jogadores do seu time resolveram dar a resposta na bola e não na gritaria. Pelo menos, o lance não deixou de ter a assinatura do camisa 2. Pelé cobrou lateral nas costas da defesa e Alemão apareceu de surpresa, arrematando firme no canto direito de Bernardo e dando números finais à partida. 4 x 2! Nem assim, Pelé parou de proferir impropérios, mas desta vez não era buzinando nos ouvidos dos companheiros, mas comemorando a vitória.
Ficha técnica
Catimba 4 x 2 Resenha – 3ª rodada do XI Chuteira 5
Gols: Pelé (2), Cesinha, e Alemão (C); Tiago Porto, e Menezes (R)
Cartões amarelos: Coloda (C); Marcos Barreto, Menezes e Vinícius (R)
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