O duelo era decisivo. Com apenas um ponto, o Bacana tinha de vencer de qualquer jeito. Com 4, o Fúria podia chegar a 7 e deixar de vez a briga do rebaixamento. O primeiro tempo foi bom ao Fúria, que fez 3 x 1 jogando bem – defendendo-se com disciplina e explorando as chances criadas nos contra-ataques – mas o Bacana decidiu jogar bola no segundo tempo. Na verdade, Wallace resolveu que era hora de jogar e, com 4 gols, aniquilou o Fúria, que sofreu com o forte calor e não teve pernas para aguentar o tranco.
A iniciativa ofensiva era toda do Bacana. Com Romulo no comando do ataque, o time chegou com o camisa 10 recebendo na entrada da área e girando batendo para fora. Não tardou para Sucão ter trabalho: Kiwi experimentou da esquerda e o goleiro mandou a escanteio. Vitor Hugo também testou o arqueiro, que tentou encaixar e não conseguiu, mas a bola acabou afastada pela defesa.
Quando Romulo deixou para Vitor Hugo bater, este acertou Fah, que puxou o contra-ataque. A bola chegou a Thiago Motta após jogada de Bruno Gladiador e fez 1 x 0 com 6 minutos jogados. O Bacana saía perdendo, mas não se desesperou. Kiwi sofreu falta não marcada na entrada da área e a bola sobrou para Rodrigo chutar cruzado e nenhum pé empurrar às redes.
As coisas pareciam que não dariam certo ao Bacana quando a maior deficiência do time foi exposta aos 11 minutos. Vitor Hugo foi inverter a bola de lado no campo de ataque e acabou interceptado por Bruno Gladiador. O camisa 11 arrancou, tocou a Thiago Motta e recebeu de volta para chutar forte e alto. 2 x 0 num lindo e clássico gol de contra-ataque!
Após travar com a sola na entrada da área Romulo, Fah saiu amarelado. Era a chance do Bacana de reviver com a saída do melhor defensor/armador do Fúria. Rodrigo bateu a falta e Sucão espalmou. Na seguinte não teve jeito. Escanteio batido e a bola ficou para Romulo, na entrada da área. O camisa 10 girou e bateu consciente à meia altura rente a trave esquerda de Sucão. 2 x 1 aos 13 minutos.
Mas o Bacana gosta de emoções e não tem dificuldades de entregar o ouro ao bandido. Felipe Laet dormiu na saída de bola e Adriano Motta quase fez mais um. Em novo erro de passe atrás – para desespero do capitão Romulo, que não cansava de gritar para evitar esse tipo de jogada perigosa – Felipe Laet teve de parar Adriano com falta.
Até então o Bacana pouco produzia de efetivo, e Fábio Caruzo era o melhor defensor furioso, desarmando Bahia e Wallace com propriedade. As melhores jogadas do Bacana vinham de toques rápidos, como em tabela de Romulo com Bahia que culminou em chute fraco fácil para Sucão do camisa 10.
Nos minutos finais da primeira etapa, o Fúria voltou a marcar. Na primeira tentativa, Gamito saiu do gol e salvou após Kiwi chutar a gol, ser parado por Papai do Axé e ver Adriano ser lançado no contra-ataque. Na segunda o Fúria foi mais feliz. Papai do Axé empurrou o zagueiro e o tirou da jogada, ficando com a redonda e mandando para as redes! 3 x 1.
Mesmo perdendo, o Bacana não perdia a cabeça e jogava bola. O segundo tempo demonstrou isso claramente, quando o time parou de errar passes e o Fúria não teve pernas para puxar os contra golpes que vinham dando certo até então. Vitor Hugo começou tentando de longe e viu Sucão mandar a escanteio. Aos 6 minutos, o gol do Bacana. João Werner recebeu na direita, cortou o zagueiro em direção ao meio do campo e mandou no canto! 3 x 2!
A partir daí, o jogo teria um dono. Wallace, até então apagado, despertou e começou a jogar. Aí o Fúria sofreu o knock down. Antes de marcar, em jogada com Romulo, ele chutou para fora. Vitor Hugo estava endiabrado e chutava de todo lugar. E de novo Sucão apareceu bem. O Fúria podia ter feito o quarto gol se Papai do Axé fosse mais veloz após interceptar passe (mais um) de Rodrigo José no ataque.
O Fúria pediu tempo aos 11 minutos para tentar se reorganizar e tomar uma água. Não deu certo. Na volta, Wallace teria seus 10 minutos de herói. Ele arrumou bola para Vitor Hugo chutar na rede pelo lado de fora. Se seu companheiro não estava em dia certeiro, o camisa 11 chamou a responsabilidade. De fora da área, ele mandou o dedo. A bola bateu na trave e morreu abraçada nas redes! Era o empate!
De cabeça Wallace tentou e Sucão ficou com ela. O quarto gol não teve nada a ver com Wallace. Vitor Hugo tocou a Bahia na área. Ele parou a bola, esperou, enganou o defensor e virou para bater à meia altura de Sucão e virar o jogo! 4 x 3! Em compensação, os demais seriam dele. O quinto gol foi uma pintura de habilidade. Ele recebeu no meio, ainda em seu campo de defesa, disparou no meio de dois marcadores, que ficaram para trás na corrida – um deles o incansável Fah – e tocou rasteiro ainda de fora da área colocado no canto de Sucão. Golaço!
O Fúria não se deu por vencido e diminuiu com Adriano Motta, batendo de primeira após cruzamento de Fah para a área. Foi a deixa para o tempo técnico do Bacana, aos 20 minutos. Foi a deixa para Wallace respirar e voltar. Em contra-ataque, Bahia tocou para Wallace ampliar. 6 x 4. No sétimo e derradeiro, o camisa 11 tocou no canto inferior e matou o goleiro! Ele não fez o oitavo porque não quis. Ficou cortando já dentro da área e acabou desarmado.
Ainda teve tempo de Sucão salvar com o pé tentativa de Bahia e Adriano Motta ser amarelado após “tapinha” na cara de Wallace. Apito final, muita vibração bacana, que comemorou como se estivesse escapado da degola. De fato se não vencesse podia considerar como tal.
Com 4 pontos, Fúria e Bacana estão fora da zona de rebaixamento, mas ainda correm riscos, já que É Verdadeee e Med Taubaté somam 3 pontos cada. Na penúltima rodada, o Bacana tem a difícil missão de enfrentar o líder invicto e único 100% da Ouro, o CAV. JÁ o Fúria terá duelo contra justamente o Med Taubaté. Se ganhar, as chances de cair são zero.
Ficha técnica
Bacana 7 x 4 Fúria – 7ª rodada do XVIII Chuteira de Ouro
Gols: Wallace (4), Bahia, Romulo e João Werner (B); Bruno Gladiador, Papai do Axé, Thiago Motta e Adriano Motta (F)
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