Foi sobretudo uma bela apresentação coletiva do Spartacus, que com o placar amplo lidera seu grupo após essa primeira rodada. O time foi mais rápido nas decisões em quadra e construiu o placar, também rapidamente, com até alguma tranquilidade. Joãozinho, no primeiro tempo, e Assump, no segundo, dominaram a meia-cancha. Destaque também para Té, claro, que anotou um hat-trick, e para Velame, sempre seguro nas traves para impedir várias tentativas de reação do adversário. Rernanes martelou, tentou, mas não conseguiu sozinho resolver muita coisa. Foi de longe o destaque do Ras Time, que sofreu com ausências, especialmente de Fezolas, e poucas opções de troca. Ao final, um 6 x 2 justíssimo para o Spartacus, que devolve em grande estilo a eliminação sofrida para o RT na Prata do semestre passado.
 
O primeiro gol do Spartacus saiu logo no início. Destaque para a boa interceptação de Caio na quadra de defesa, ele acionou Joãozinho no meio, que abriu a jogada para Té fuzilar. A bola ainda bateu na trave antes de entrar. 1 x 0! O Ras tentou trocar passes e entrar na zaga spartana, buscando o empate. Em vão. A defesa estava bem postada e a primeira possibilidade veio mesmo em chute de longe, pela direita, com Rernanes, excepcionalmente com a camisa nº 8, pra confundir a reportagem. O chute foi sem a direção correta, entretanto, por cima do gol defendido por Velame.
 
Aos 2 min., outra possibilidade para o Ras: Pet recebeu no pivô e mandou na esquerda para Dú (com a  camisa 13), que foi bloqueado pela defesa na hora da conclusão. Escanteio, que só serviu para contra-ataque rápido, com bola esticada para Biel, mas Cipó estava lá para impedir o segundo, pelo menos por enquanto. Isso porque, um minutinho depois, Joãozinho tocou para Japa na meia-cancha, ninguém do Ras apareceu para atrapalhar, então coube ao próprio, da intermediária, mandar pro gol; Cipó caiu mas não achou. 2 x 0!
 
Com a vantagem, o Spartacus esperou mais o Ras, que ainda não conseguia furar o bloqueio apesar de rodar bem a bola, e contra-atacava sempre que a possibilidade surgia. Ainda sem acessar a área adversária, Rernanes tentou outra de onde deu, e a bola não ajudou: saiu pererecando à esquerda, sem causar dor de cabeça a Velame. No lance seguinte, os gladiadores ainda reclamavam de um carrinho do adversário quando a bola chegou para Joãozinho, que desperdiçou sua chance. Do outro lado, Pet teve a possibilidade de descontar, mas também errou: tiro à esquerda da meta.
 
Agora, já com 7 minutos, contra-ataque esperto do Spartacus. Joãozinho, sempre ele, levou a criança e soltou na esquerda para Té. O dono da 77 viu Cipó caindo pra fechar e deu belo toque por cima, mas o travessão estragou a festa! Rernanes agradeceu aos santos da bola e caiu dessa vez pela esquerda para fazer a mesma coisa que vinha tentando desde o início: clarear e chutar. Pegou em cheio nessa e viu Velame enfim sujar as luvas em bela ponte! E, fomos para o ‘breique’.
 
Não sabemos o que foi conversado, mas o retorno do tempo técnico não mostrou nada de diferente. Nova roubada de bola do Spartacus, diante de um Ras pouco criativo. A esférica foi enviada para Joãozinho, que dessa vez serviu Biel. Chute firme e boa defesa de Cipó, com a perna, mandando para corner. A primeira tentativa não deu em nada. Na segunda cobrança, Bahia mandou na testa de Biel, que desperdiçou mais uma e ouviu um monte da rapaziada. Do outro lado, Velame começava a trabalhar com mais frequência. Subida pro ataque de Rernanes, que dessa vez optou por não finalizar. Passe na direita para Favilla, que pegou de primeira, e assistiu de camarote a mais um belo voo do goleiro spartano! E, quando parecia que o goleirão não chegaria, a defesa estava postada pronta a ajudar. Com 16 minutos, Rernanes arriscou pelo lado esquerdo, mas a bola ficou na parede spartana.
 
A partida continuou da mesma forma, com direito a mais um chute pra fora de Rernanes, que tentava resolver a parada a favor de sua equipe. E, quem acabou chegando ao gol, seguindo o mesmo script, foi outra vez o Spartacus. Lateral cobrado por Té, Cipó caçou borboletas e Jadinho, sozinho, agradeceu; já embaixo das traves, cumprimentou pra rede, fazendo 3 x 0 - a 4 minutos do fim do tempo regulamentar.
 
O Ras não se entregou e apresentou sua melhor jogada até então ainda antes do intervalo. Troca de passes, lançamento da quadra defensiva e bola escorada por Dú. Rafa chegou emendando de primeira, mas errou, por cima do gol. A dupla de arbitragem resolveu dar uma ajuda e interpretou recuo, em lance pouco contestado pelo Spartacus, talvez por conta do placar já construído. Decisão acertada ou não, foi desperdiçada: Dú encheu a bota, mas mandou longe. Numa última tentativa de diminuir o grande prejuízo, Sujeira acionou Brier, que girou e bateu, à direita do alvo.
 
O Spartacus começou o segundo tempo com o time todo modificado, mas já tentando ampliar o sacode. Saída e chute de Assump da meia-quadra. Cipó, ligado, caiu bem pra fazer a defesa. Do outro lado, claro, mais um chute de longe de Rernanes, rasteiro, buscando o canto. Velame espalmou pra escanteio. O Ras começou a ter mais volume. Dú teve oportunidade cara a cara, só ele e Velame, mas ficou acanhado com o primeiro encontro, se atrapalhou e levou um fora: bola com o goleiro. No lance seguinte, Rernanes novamente mandou um ‘chá comigo’ e fuzilou. Velame estava lá de novo e mandou pra lateral.
 
Aos 5, quase um golaço do Spartacus. De antes da meia-quadra, Luiz Paulo mandou por elevação pra Biel, no ataque. Ele tentou, de cabeça, encobrir Cipó, o que até conseguiu, mas a bola saiu à esquerda, próximo à trave! Enquanto os de verde lamentavam, o Ras foi pra resposta. Brier recebeu na parede e girou, mas foi bloqueado por Luiz Paulo. No lance seguinte, o mesmo Luiz Paulo recebeu lateral ainda na defesa, levou sozinho pelo flanco direito e finalizou. Cipó se jogou nela e fez o bloqueio, mas nem teve tempo de respirar. Na sequência, Biel recebeu na esquerda passe de Assump, protegeu bem a bola, bateu firme e fez o dele. “Sai zica”! Cipó até tocou nela, mas não conseguiu evitar. 4 x 0!
 
Depois, com 8 minutos, Brier saiu tocando e Velame foi muito bem, se esticando todo pra interceptar o passe. A bola foi ao encontro de Dú, que teve o chute bloqueado. A jogada prosseguiu e Rernanes tentou mais um chute, em cima do goleiro spartano. O Ras seguia sem conseguir inaugurar seu lado do marcador. Do lado verde, só festa. Assump recebeu pela esquerda e, com tranquilidade, acionou Té, que vinha correndo do outro lado. Toque sutil por cima de Cipó, que tentou sair no pé do atacante pra abafar o chute, sem sucesso. 5 x 0!
 
Agora, Assump errou uma, pra variar. Dormiu com a bola na defesa. Rernanes aproveitou pra bater a carteira dele, encher o pé e marcar o primeiro pra sua equipe. 1 x 5! Pareciam ter encontrado o caminho. Se não conseguiam até ali construir muitas jogadas, acabaram tentando de novo, já no lance seguinte ao gol, na base da marcação alta e roubada de bola já no ataque. Rernanes foi de novo no abafa e ela sobrou com Pet, livre. Pancada no alto e milagre de Velame, que ignorou os apitos e deu um show, nem valia mais nada. Falta cometida por Rernanes, e antes que a goleirada venha a reclamar, não, a gente não considerou essa defesa difícil pra conta do spartano na competição pelo MVG.
 
Aos 15, Joãozinho deu um rapa na intermediária defensiva e acabou saindo, contrariado, por cartão amarelo. Boa possibilidade em cobrança de falta para o Ras. Favilla tentou mandar por fora da barreira posicionada milimetricamente por Velame. Passou perto, mas a tiro de meta. Na sequência, Rernanes tentou mais uma, à esquerda do gol. Depois, mais um cartãozinho pro Spartacus, sem nenhuma necessidade. Em mais uma rápida troca de passes, Té resolveu completar o cruzamento com uma cortada de vôlei. Chamou a atenção do Dodô e seu canal no Youtube ‘Vôlei Total’, mas não da arbitragem, que tirou a cartolina do bolso sem piedade.
 
Já passados os 20, Jadinho conseguiu bom roubo de bola na defesa, foi avançando e tocou em Biel, na esquerda, sozinho, e ele chutou pra fora. No lance seguinte, Rernanes brigou sozinho pela posse com a zaga spartana, ficou com ela e chutou no canto de Velame, fazendo mais um! 2 x 5! Uma emoçãozinha, não muita, a mais pros minutos finais.
 
Jogo recomeçado e Rernanes de novo pra cima. Ele chamou Brier, no pivô, pra tabelar, recebeu de volta e tentou de chapa. Muito embaixo da bola, que subiu, subiu… junto das mãos do atacante, lamentando a chance perdida - que poderia colocar o Ras de vez, e enfim, no jogo. Os de branco e azul, apesar disso, continuaram vendo alguma luz no fim do túnel e apostando na marcação alta. Japa conseguiu, porém, prender bem a bola e melhor: se livrou no momento exato pra acionar Biel, com boa condição, no comando de ataque. O atacante spartano tentou o chute e mandou à esquerda da meta. No lance seguinte, foi a vez de Favilla dar uma dormida na defesa, e Biel tomou dele. Cipó saiu do gol pra chegar antes e ficar com ela. O goleirão se empolgou, avançou e acionou Rernanes. Mais um chute forte pro gol e outra boa defesa de Velame!
 
Depois da quase assistência, Cipó decidiu de vez ajudar a equipe na armação, mas mais atrapalhou. Primeiro, em dividida com Santana, a bola espirrou contra e quase entrou. Depois, em outro lance, Té lhe tomou a rapadura e obrigou o goleiro do Ras a se recuperar e fazer o bloqueio em tentativa de cobertura. Dá uma segurada aí, Cipó! Até porque o Spartacus mandou avisar que ainda tinha mais sofrimento! Antes, mais Rernanes, que saiu com o pé inchado de tanto chutar. A primeira finalização bateu na zaga e voltou. Rernanes ajeitou o corpo e mandou o rebote de voleio, bonito, do meio da rua, mas à esquerda do gol!
 
Aí Joãozinho arrumou a casa, protegeu a bola na defesa, se desvencilhou da marcação e esticou na direita do ataque com Santana. Dele pra Enrico no meio, e de Enrico para Té na esquerda, que ajeitou o corpo e fechou a conta. 6 x 2!
 
No recomeço, Rernanes mandou mais uma de longe, Velame bateu roupa, mas Brier não conseguiu aproveitar o rebote. Ainda sobrou tempo pra marcação de mais uma falta contra o Spartacus, a sexta e, consequentemente, o shoot out. Os verdes reclamaram de uma infração do adversário que teria acontecido antes, mas Velame aproveitou a ‘chance’ pra se consagrar. Pet foi sem muita vontade, é verdade, e o arqueiro cresceu pra cima dele. Bela defesa pra fechar bem a excelente estreia do Spartacus. Na rodada 2, o Spartacus pega o Lokomotiv, que também venceu na primeira. Já o Ras Time enfrenta o reformulado-incógnita Vikings, que descansou no último sábado.
 
Ficha técnica
 
A. A. Spartacus 6 x 2 Ras Time – 1ª rodada do XXI Chuteira de Bronze

Gols: Té (3), Japa, Jadinho e Biel (AAS); Rernanes (2) (RT)

Cartões amarelos: Joãozinho e Té (AAS)

MVPs: 1 – Té (A. A. Spartacus); 2 – Joãozinho (A. A. Spartacus); 3 – Rernanes (Ras Time)