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Tiozão marca duas vezes e coloca a equipe na final

O longo prólogo

Enquanto um grupo de aventureiros urbanos tirava uma folga do mercado financeiro para fazer tirolesa e tomar banho de cachoeira no Pico das Agulhas Negras, em Itatiaia, bem longe dali, os reis do rock faziam o sétimo show da turnê Master of Reality, em Alabama, para 60 mil fãs enfurecidos que – a cada nota vinda da guitarra de Tomy Iommi em dó sustenido, ou seja, um tom e meio abaixo do habitual – imploravam para o ritual continuar. O Black Sabbath já estava na estrada há três anos, mas 1971 marcou o destino da banda. O álbum vendeu dois milhões de cópias nos EUA. O telefone da gravadora Record Plant não parava de tocar. Eram convites para apresentações mundo afora, da Grécia a África do Sul. As produtoras, muitas das quais duvidaram que aquelas canções cheias de ocultismo e profecia pudessem atrair o público americano ainda bastante influenciado pelo rockabilly, agora concorriam pelos termos contratuais nada ortodoxos impostos por Ozzy. Era o começo do que se convencionou chamar de doom metal, um subgênero do heavy metal caracterizado por letras sombrias, introspectivas e apocalípticas. Vem daí a critica, nem sempre justa, de que o quarteto subia ao palco para adorar o diabo. Na verdade, esta época foi um ponto de inflexão nas próprias composições, que a partir de então passaram a tocar em temas como instabilidade social, corrupção política e caos no Vietnã.
 
Entre um daqueles 60 mil enfurecidos estava John Mill, um engenheiro desiludido que veio tentar a vida no Brasil a convite de Brito Bertoni, quem conhecera quatro anos antes num programa de escoteiros sêniores nas Cataratas do Niágara. Bertoni abrira uma empreiteira voltada à infraestrutura sanitária no Rio de Janeiro numa época em que o governo militar patrocinava a construção de grandes obras no país, como a Ponte Rio-Niterói, inaugurada em 1974, o que, a exemplo do que ocorrera nas décadas anteriores, atraiu grande fluxo de mão de obra para a capital fluminense. Apesar de São Paulo ter se tornado a cidade mais populosa do Brasil já nos anos 30, a expansão urbana no Rio continuava – num ritmo mais lento, mas longe de estagnar. Aumento populacional demanda serviços de saneamento básico, e assim Bertoni acreditava que teria um trabalho para o amigo.
 
Brito era sobrinho do uruguaio Oscar Bertoni, o habilidoso armador do América Football Club de Belford Duarte, patrono do alvirrubro carioca. Após um amistoso em Campos dos Goytacazes entre a sua equipe e o combinado local, Oscar decidiu permanecer na cidade e, ao lado do seu irmão Nico, fundou, no dia 1º de julho de 1914, o Americano Futebol Clube, time que revelaria três décadas depois um dos maiores meias do futebol nacional – Valdir Pereira, o Didi.
 
O plano de Bertoni ajudou de fato Mill, que não teve trabalho para se adaptar à rotina carioca dos anos 60. Ele nunca mais quis saber de beisebol depois de assistir a um Fla-Flu no Maracanã. Lia sempre as crônicas de Mário Filho na seção esportiva do Globo e numa delas chegou a duvidar da descrição sobre o que Zizinho fazia com a bola nos pés. Meses antes de ser eleito o melhor jogador da Copa de 50, Zizinho deixou uma legião de rubro-negros desiludida ao trocar o Flamengo pelo Bangu numa transação milionária que, segundo o Jornal dos Sports, alcançou os R$ 800 mil cruzeiros e superou a de Leônidas da Silva pelo São Paulo e a de Domingos da Guia pelo Corinthians.
 
Desde então Mill teve a certeza de que o futebol não se tornara um grande negócio, mas sempre o fora, e de que aquela história de amor à camisa era tão linda quanto inocente. Mesmo assim ele jamais leiloou a sua paixão tardia e, apesar de não ter nascido Flamengo, morreu Flamengo. Embora fosse um homem instruído e afeito ao diálogo, ganhar dinheiro não estava entre uma das suas diversas virtudes. Na verdade, a grande realização de Mill em território nacional foi ter gerado um filho, que anos depois teria o mesmo entendimento do pai sobre o esporte, mas que, em vez de tentar reformá-lo em cruzadas boêmias no baixo Gávea, o aceitou como ele é e criou uma agência que transformaria para sempre o maior negócio das emoções. E assim foram dados os primeiros passos da conturbada trajetória de José Hawilla a frente do grupo Traffic.
 

Muito antes de se interessar por trilhas e ações na bolsa, Cana já ouvia Bob Dylan e não desprezava o convite para uma boa pelada na rua sem saída onde morava com os avós em Catanduva. Preferia não participar do par ou ímpar e não fazia questão de ser o primeiro a ser escolhido na formação das equipes. Era um aluno acima da média com inclinações desde cedo para a área de humanas – geografia, especificamente, que combinada ao gosto por biologia – ajudaria a moldar o seu ativismo em relação a temas ambientais, desde a preservação da Mata Atlântica ao combate à pesca predatória das baleias japonesas e à extração de gás de xisto nos EUA. Ao contrário dos colegas, nunca sonhou em ser jogador profissional. Os seus ícones eram os atletas que conciliaram a carreira esportiva com ocupações convencionais, como Sócrates e Tostão. Certa vez, criou coragem e se aproximou de Ana Júlia na festa junina da escola. Ela recusou a dança porque o irmão estava presente, o que levou Cana a adotar durante um tempo postura menos ativa em relação às garotas. Anos depois, foi Ana Júlia quem quis, mas nesta altura Cana estava comprometido com o futebol e com rock ‘n’ roll. Excursionava aos finais de semana com o Progresso FC, o clube local, e após os jogos deixava a concentração à caça de bares escondidos onde se voluntariava a tocar as canções para as quais havia se dedicado a ensaiar, dentre elas – Iron Man. O treinador muitas vezes perguntava o paradeiro de Cana aos companheiros de time, mas jamais o puniu pelas escapadas porque ele próprio se considerava um rock n´rolla inveterado. Ele não achava certo culpar o garoto pelo o que ele também era.
 
Este ambiente de hábitos bastante liberais parece ter colaborado com o desempenho do Progresso, que foi vice-campeão da Copa Gazetinha em 1998. A derrota na final nunca foi atribuída ao fato de quatro jogadores terem visitado na véspera da decisão um centro de entretenimento adulto a fim de descarregar toda a angústia que a ocasião provocava. Para não deixar dúvidas de que uma coisa não tinha nada a ver com a outra, e também para distrair a equipe que queria tanto ser campeã, o treinador ordenou todo o elenco a retornar ao local onde teria acontecido, segundo boatos sempre desmentidos, um verdadeiro ritual dionisíaco. O fato é que, na temporada seguinte, com um ou outro reforço, o Progresso foi campeão invicto e Cana, apesar de ter passado em branco o campeonato inteiro, salvou uma bola em cima da linha a três minutos do fim e recebeu de mão beijada o Passat amarelo do presidente como gesto de gratidão. O bicho não era bem o que ele esperava, mas para sua surpresa a caranga funcionava. Funcionava tão bem que prometeu nunca se desfazer dela. Já foram para Santos, Pantanal e Roraima. Quando é preciso dar no tranco, a bicha estala, mas vai. A relação já dura anos e, a despeito dos contratempos, nada leva a crer que a promessa será quebrada. Na viagem para o Norte, em agosto de 2004, um velho hippie o abordou num posto de gasolina no Km 43 da BR-116. Ele parecia inconsciente, mas esta impressão durou apenas alguns minutos. Depois eles desandaram a falar sobre literatura, aquecimento global e modos de vida alternativos. Foi quando Cana se deu conta de que muito do que o velho falava, na verdade, fazia perfeito sentido. Tornaram-se bons colegas. Naquela noite, revezando-se no volante, acabaram indo parar numa pequena cidade do Mato Grosso do Sul, onde o hippie o apresentou ao Daime. Desde então, Cana mudou radicalmente os seus hábitos alimentares. Procurou se reaproximar dos entes queridos e passou a ouvir músicas folclóricas. Ele jura ter ouvido um chamado – uma voz estranha que se ouvisse outra vez certamente a reconheceria. No entanto, ele nunca mais a ouviu. No dia seguinte, o velho já não estava lá. Aliás, ninguém o tinha vista na noite anterior. Então, Cana seguiu o seu caminho renovado, até que alguns anos depois, em uma situação muito semelhante, ele trombou com uma criatura de outro mundo, que se tornaria o seu companheiro inseparável e mudaria, outra vez, a sua vida para a sempre.
 
“Lambari ou Cação?”, perguntou Tiozão, um senhor carrancudo, na casa dos 50, que ao abrir a boca não podia evitar que alguns fios do bigode esbarrassem na língua. “Quanto está o quilo do cação?”, perguntou a madame, enquanto a sobrinha protegia os olhos do sol com uma mão e com a outra segurava a coleira da Lassie desesperada por uma bacia d´água. “R$18,00”, respondeu Tiozão. “Tá fresquinho, hein, madame. É pra moqueca?” “É. Vou levar três, por favor. Vocês aceitam cartão?”. “Aceitamos. Vai ali com o meu sobrinho que ele passa para a senhora. Peixe, dá uma força aqui”, gritou. Peixe ouvia Robert Plane no fone de ouvido enquanto atendia outra clientela. Tiozão subiu o tom e dessa vez Peixe ouviu. Caminhou calmo na sua direção, tocando a guitarra no vento. “Fala, tio”, prontificou-se. Tiozão arrancou-lhe o fone e ordenou que ajudasse a senhora. E assim ele o fez, com um olho no peixe e o outro na donzela, que parecia não ver a hora de sair dali.
 

A barraca do senhor Alcides Vasconcelos Burcios – o Tiozão – está localizada na frente do Praia Hotel, um dos poucos pontos da orla principal de Marataízes que não foi engolido pela maré no ano passado. O fenômeno, dizem os ambientalistas, é a resposta da natureza à obsessão do homem em meter concreto onde não deveria. Os racionalistas discordam. Para eles, o homem não tem qualquer influência sobre a natureza, que age a seu bel-prazer. Já os tecnocratas tendem a seguir nesta mesma direção, mas, às vezes, aceitam argumentos contrários, de modo a transparecerem moderados. Durante a alta temporada, a barraca chega a vender 150 Kg de pescado, o que dá em torno de dois barões e meio de reais. Por uma questão de economia, Tiozão não assina a carteira de ninguém. Além da colaboração forçada do sobrinho, ele emprega aos finais de semana dois ajudantes para quem paga cinquenta pratas por uma jornada de oito horas. Se, por um acaso, a demanda não for a ideal, ele pede aos ajudantes para ficarem lá sem fazer nada até as oito horas serem atingidas. Certa vez, um desses ajudantes entrou na justiça contra Tiozão pedindo vínculo empregatício e acúmulo de função, pois ele tanto atendia o cliente quanto limpava o peixe. Tiozão explicou ao juiz que essas são atividades correlatas e que para trabalhar numa peixaria é preciso ser cabra-macho e não reclamar de trampo. O juiz deu risada, mas concedeu ganha de causa ao reclamante. Tiozão ameaçou apelar à instância superior, mas foi convencido pelo seu advogado, Rico, o irmão mais velho de Peixe, a aceitar a sentença. Concordou a contragosto pagar ao ex-funcionário trinta e seis parcelas de R$75. Mesmo depois do trauma Tiozão não aprendeu a lição. Só que agora ele pede aos colaboradores que assinem um contrato sem qualquer amparo legal no qual exprimem concordância com as tais funções correlatas.
 
Outra situação causou polêmica junto aos peixeiros da região. Na segunda manhã do verão de 2009, o gerente do Praia Hotel surpreendeu o comércio com um mandado de retirada do local. Ele alegava que os hóspedes haviam reclamado da algazarra no horário de pico da feira. Num primeiro momento, Tiozão reagiu dizendo que “os turistas eram um bando de frescos”. No entanto, tudo não passou de um mal-entendido que meia hora depois estaria resolvido. Ao ouvir a reclamação dos feirantes, um dos hóspedes pediu para falar com o gerente. “O que está acontecendo?”, perguntou o turista maranhense, um tal de Choco. “É este furdunço aí fora. Os hóspedes estão reclamando”, respondeu o gerente – um catarinense esguio com cara de agente da PRF que transpirava mais do que o normal. “Quem está reclamando?”, rebateu. “Os hóspedes”, respondeu seco o gerente. “Certo. Mas qual deles?”, pressionou Choco. O gerente tergiversou e tentou cortar o papo. “Eu não me incomodo. No que depender de mim, os feirantes podem trabalhar até a hora que quiserem”, argumentou. “E eu gostaria de conversar com quem está incomodado”, continuou. Nisso, outros hóspedes que passavam pelo saguão ouviram a conversa e também se posicionaram a favor dos feirantes. Dentre esses estava um advogado, que pediu para dar uma olhada no mandado. O gerente desconversou e fez questão de acalmar os ânimos. O mandado desaparecera subitamente, não se sabe por que cargas d´água. O dono do estabelecimento, quando soube do alvoroço, despediu o gerente e fez um anúncio aos peixeiros no qual expressava claramente que eles eram bem-vindos. Na carta de demissão, lia-se que já não é tempo de pessoas emburradas e que pedir silêncio numa feira é o mesmo que exigir bons modos no Maracanã. “Gritos eufóricos são um tipo de reação humana espontânea. Paciência tem limite, mas nós não queremos que este limite seja curto. Enquanto presidir o hotel, estejam certos que da nossa parte não haverá qualquer barreira para dificultar o comércio. Adoro o peixe do Tiozão e comprometo-me a divulgá-lo sem nenhuma contrapartida”, destacou a carta.
 
Fim do prólogo
 
Logo no primeiro lance do jogo, ótima jogada do Raça. Matheus avançou firme pelo meio e soltou o bico nela. A bola subiu e o arqueiro Mamute pôs pra escanteio.
 
A chuva prometia que vinha. O vento arrastava a leva de papel picado para dentro do gramado. Os pingos começaram a cair quando o Raça parecia ditar o ritmo inicial. Matheus e Vitinho invertiam posições no ataque – ora um atacava pelo meio e o outro pela esquerda, ora o contrário. Felipe Natale chegava de trás com ela dominada. Na zaga aurinegra, Cana e Peixe chegavam firme para acabar com a festa.
 
O Camaro não conseguia ficar com a bola. Defensivamente, o time não dava espaço. Obediência tática, marcação homem a homem e todo aquele papo estrategicamente chato poderia ser aplicado. Aos 6, porém, num cruzamento da esquerda, a bola resvalou no braço de Paulinho na área e os jogadores alviverdes pediram o pênalti. O juizão, velho de guerra, mandou seguir e o jogo continuou truncado.
 
Cana orientava a marcação. Peixe parecia atordoado e, num vacilo raro, Matheus roubou na intermediária e bateu cruzado. Mamute encaixou. Na sequência, Natale arriscou um tirambaço de longe e isolou.
 

Aí começou a chover pra valer. Os reservas se encolheram no banco com receio d´água. O vento expurgou os catimbós depositados atrás de cada caçapa. Nenhuma maldição haveria de interferir no andamento natural do duelo. Agora, fé é sempre válida. Superstição também. No futebol, como em qualquer ritual, se alguém acredita que é necessário fazer as coisas de uma forma pouco racional, pode ter certeza que é mesmo, caso o contrário, a benção vira um carma. O Camaro orou antes de a bola rolar. Talvez não tenha pedido a vitória porque isso seria muito descaramento. Afinal, é sempre prudente ser comedido com o divino. Ocorre que o Raça fez o mesmo. Então, se ambas as preces fossem atendidas, o confronto haveria de terminar empatado.
 
Não no que dependesse de Rico, que, aos 12, pediu para bater a falta na intermediária. Soltou a bomba. Ela subiu demais, mas assustou. “Boa bola, Rico”, incentivaram os reservas. Em seguida, Lucas fez boa jogada na frente. Driblou um marcador no meio, cortou para a direita e bateu em cima da marcação. A zaga verde afastou, mas, no lance seguinte, Cana roubou no ataque e tocou na direita para Tiozão bater cruzado e abrir o placar debaixo do temporal. O banco invadiu o gramado para comemorar. Gol do Camaro! 1 x 0!
 
O Raça reagiu de imediato. Primeiro com Felipe Santos, que arriscou da intermediária e pôs Mamute para trabalhar. Depois foi a vez de Matheus na batida cruzada da lateral direita. Mamute saltou para desviar na ponta dos dedos e salvar o Camaro de levar o empate no final da primeira etapa.
 
O time do Raça, sem treinador, sentia nitidamente a ausência de Raphinha, lesionado, mas ainda não era hora de lamentar. Leandro assumiu a meta alviverde no lugar de Cassiano.
 
O Camaro adiantou a marcação para não sofrer pressão na volta do intervalo r  e ainda quase ampliou logo de cara. Digão recuperou a bola na frente e tocou na esquerda para André, que tentou encobrir o goleiro, mas a bola saiu por cima do travessão. No contra-ataque, Felipe Santos cruzou rasteiro para Fabrício, que completou de primeira na área – a bola beijou a trave e voltou nas mãos de Mamute! Uhh!
 
A chuva miou, mas não o time do Raça, a esta altura, empenhado em buscar o empate. Giaco fez de tudo para pô-lo em prática. Driblou um beque na direita e cruzou à meia altura na área. A zaga aurinegra afastou. Natale pegou o rebote, limpou, mas na hora de concluir foi desarmado por Peixe. Depois foi Rafa Magalhães quem fez o dever de casa, mas na hora do teste, miou. É que dois zagueiros – Cana e Peixe, se não me engano, talvez Paulinho – o cercaram e o impediram de finalizar.
 

Agora, chance boa mesmo foi aos 15. Maiko roubou no meio e avançou livre feito um mamute apaixonado. O arqueiro uruguaio saiu nos pés da fera e levou a melhor na melhor oportunidade do time verde na partida. E como a profecia de quem não faz, toma, costuma não falhar, apesar da falta de originalidade, o Camaro cumpriu o que lhe foi destinado. Tudo começou quando Paulinho roubou no meio. Choco abriu na esquerda e cruzou rasteiro na área para Tiozão empurrar de carrinho para a rede e correr para o abraço. 2 x 0!
 
O relógio corria, mas ainda havia tempo. Com a corda no pescoço, na pontinha dos dedos no cadafalso, só restava ao Raça ir em busca do milagre. A equipe não desistiu. Giaco iniciou a jogada de trás. Fabrício pediu e lançou Matheus na esquerda. O meia bateu forte cruzado. Mamute defendeu, mas soltou. Fábio Love chegou feito um louco para completar, mas Peixe já estava no lance para afastar.
 
No contra-ataque, o Camaro desperdiçou a chance de passar a peixeira e desmontar a barraca. Marcãozinho avançou pela esquerda e tocou para Choco, livre no meio, errar o arremate. Tiozão tentou a vaca em Vitinho, mas escorregou. Menos mal que Peixe amolou o facão e deixou o freguês sem reação. Cobrou o lateral na direita para Lucas, que chutou rasteiro na saída do arqueiro para marcar o terceiro do Camaro e praticamente selar a vitória. 3 x 0!
 
O alviverde foi para o sprint final atrás do gol de honra. Rafa Magalhães cruzou da linha de fundo e a zaga uruguaia cortou. Matheus driblou dois no meio e chutou colocado no cantinho esquerdo, mas ela saiu por pouco na última tentativa antes do apito final.
 
Vitória segura do Camaro, que disputará a Ouro pela primeira vez em 2017. Antes disso, porém, encara o Real Madruga na final da 16ª edição do Chuteira de Prata, de onde sairá, seja lá o que aconteça, um campeão inédito.
 
Após se classificar na bacia das almas e eliminar nos playoffs os favoritos Roleta Russa Clássico e, principalmente, Absolutos, o Raça encerra a temporada com uma atuação abaixo do esperado. Fica o indício de que Matheus, Natale, Love e cia. têm bola para jogar contra os melhores, mas para isso terá que dar um algo a mais no ano que vem.


Ficha técnica

Camaro 3 x 0 Raça – Semifinal do XVI Chuteira de Prata

Gols: Tiozão (2) e Lucas (C)

Cartão amarelo: Fabrício (R)

MVPs: 1 – Tiozão (Camaro); 2 – Matheus (Raça); 3 – Peixe (Camaro)
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