O Camelo está garantido no próximo Chuteira de Ouro. Quando o time entrou em quadra para pegar o Bengalas, na última rodada da primeira fase, o Real Madruga já havia vencido seu jogo. OU seja, tudo dependia dos dromedários, que tinham de vencer a qualquer custo para se manter na elite. Com uma bela ajuda do Bengalas, que apareceu contado para o duelo, perdeu dois jogadores machucados e ainda teve o goleiro Baki jogando de atacante, o time fez o que tinha de fazer: bateu o desmotivado adversário pelo placar de 7 x 3 e mandou o Real Madruga de volta à Prata.
 
Grande parte da ação aconteceu no segundo tempo. Durante o primeiro, as coisas foram mais trucadas. Com nenhuma opção no banco, o Bengalas arriscou antes, em cobrança de falta de Salva; Choco defendeu. Luisinho foi barrado pela zaga e depois Salva foi amarelado por sarrafo em Rocha. Quando o Camelo chegou em jogada de Henrique, Noal acertou a trave.
 
O alvirrubro pressionava a saída de bola do rival e Gabrielzinho criou boa oportunidade na base do abafa; Henrique, batendo de fora, ficou em Machado. Quando Rocha arranjou belo passe para Noal, o goleiro bengalense efetuou grande defesa e afastou o perigo. Léo Rinaldi insinuou contragolpes, mas as coisas ficaram bem difíceis a partir do momento que Philip sentiu. Ele deixou a quadra e o Bengalas ficou com um jogador a menos.
 
No primeiro minuto de volta após a paralisação a diferença numérica já pesou: Gabrielzinho recebeu no lado esquerdo, deixou o marcador para trás e bateu rasteiro, sem chances para Machado. Logo na sequência, o segundo: Noal, Fê Cabañas e Rocha fizeram grande tabela dentro da área do Bengalas – pareciam Khedira e Kroos – e o camisa 9 colocou para dentro. 2 x 0.
 
Na arquibancada, as torcidas começavam a se desentender. Provocações desnecessárias ao pessoal do Madruga. Noal tratou de acirrar os ânimos dando um rolinho no zagueiro e batendo para nova defesa de Machado. Apesar de jogar melhor, o Camelo fazia muitas faltas e terminou a primeira etapa com cinco. O shoot out não veio, mas Léo Rinaldi por muito pouco não empatou após bonita jogada realizada com Luisinho.
 
Mais movimentada, a segunda metade começou com Machado atrapalhando nova jogada de Noal. Da esquerda, Léo Rinaldi tentou um golaço de cobertura, mas não teve sorte. O Bengalas já mostrava sinais de cansaço. Fê Cabañas passou na esquerda como quis e cruzou para Noal, que quase marcou o terceiro. Quando Rinaldi ou Luisinho ameaçavam, Choco fazia sua parte.
 
O terceiro gol veio dos pés de Cabañas, após jogada de Gabrielzinho na direita; o camisa 3 só teve o trabalho de escorar. Noal teve ótima chance de aumentar quando saiu cara a cara com o arqueiro rival, mas foi um pouco displicente. Apesar das tentativas da equipe mostarda, o jogo ia ficando lento. Bom para o Camelo, que encontrou espaço para Kadu anotar o quarto, em um baita tapa com endereço certo: o ângulo. Léo Rinaldi diminuiu logo na saída de bola: 4 x 1.
 
Só que Noal queria mais. O camisa 9 insistiu bastante, mas quem marcou o quinto aos 15 foi mais uma vez Fê Cabañas, com assistência de Rocha. Mas a essa altura a vaca já tinha deitado e os jogadores do Camelo nem sequer comemoravam, embora imagine-se que ao menos aliviados eles deviam estar. Andando em campo, o Bengalas seguia levando perigo apenas com Léo Rinaldi. Mas o jogo começou a tomar contornos de goleada elástica quando Noal recebeu na entrada da área, cortou o adversário e bateu forte, no ângulo.
 
Mas Rinaldi não desistia e por pouco não diminuiu em jogada dupla com Salva. Em bomba de fora da área, Choco fez nova boa defesa, permitindo que o placar enigmático (7 x 1) fosse atingido após outra jogada de Noal, que não encontrou em Machado grandes obstáculos para fazer o sétimo. Mas mais uma vez Léo Rinaldi diminuiu logo que a bola voltou para o jogo, acertando belo chute de fora da área.
 
O tom de amistoso da etapa final foi tamanho que, aos 20, nenhuma das equipes cometera uma falta sequer. Luisinho deixou o placar um pouco menos feio para o Bengalas acertando novo chute de fora – 7 x 3. E Cabañas quase marcou o oitavo, o que não rolou. Tanto faz: o objetivo era a permanência e esta foi atingida pelos dromedários comedores de pizza, que se despedem cientes que precisam de reforços para não passar o mesmo sufoco no ano que vem.
 
Já o Bengalas vai para os playoffs, onde pega o Inflação. Quem vencer encontra o Arouca.
 
Ficha Técnica
 
Camelo 7 x 3 Bengalas – 9ª rodada do XX Chuteira de Ouro
 
Gols: Noal (3), Fê Cabañas (2), Gabrielzinho e Kadu (C); Luisinho (2) e Léo Rinaldi (B)
 
Cartões amarelo: Fê Cabañas e Noal (C); Salva (B)
 
MVPs: 1- Noal (Camelo); 2 – Fê Cabañas (Camelo); 3 – Léo Rinaldi (Bengalas)