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Ganhar o grupo e subir de divisão é bom, mas pode ser pouco para agremiações que buscam não só vencer como conquistar o “respeito” alheio

Faturar o grupo e subir diretamente para a divisão acima ainda é uma coqueluche transformada em artimanha para ganhar atalho diante de realidades ocultas. Traduzindo: o time sabe ser esse o máximo que conseguirá.

Porém, a atual temporada revela cada vez mais equipes que visam o título. Ok, você deve ter lançado em sua mente que "até aí, Dodô, minha equipe também busca esse êxito". Concordo, mas quero ir adiante. Falo de preparação mental, antes de tudo. Vontade mesmo. Raça pura. Gente que anda chutando o conceito da moda "preciso cuidar da minha saúde mental primeiro" pra escanteio. Não à toa, seus times passaram a sonhar com levantamento de troféu com embasamento e força. Falo diretamente sobre Midfielders, Fúria ZB e Madureira. 

Em comum, o mesmo pensamento: o acesso é pouco. O Mid se posicionou de uma forma a vencer o Grupo A da Série Prata e subir à próxima edição dourada. É pouco para Dudu. O FZB está a um empate de participar da primeira edição da Prata em 2024 via vencer o Grupo A da Bronze. É pouco para Kauê. O Madureira não escorregou na casca de banana como seu concorrente direto Ou Não e deu grande passo para ganhar o Grupo B bronzeado e ser prateado antes da hora. Pouco para Nery. O título tem de acontecer para que vencer a chave fique justificada. 

Há duas questões envolvendo esse conceito. A primeira é óbvia: ser campeão te abre portas. A segunda, dialoga com a avalanche de realidade quando o sonho de ter obtido o acesso acaba. O Acima da Média, no Grupo A da Bronze, é ótimo exemplo. 

Existe muita confusão oriunda dos períodos de lockdown. Com a Liga Chuteira de Ouro F7 voltando aos poucos - a partir do Chuteira 100 - algumas regras históricas foram suspensas. Para ser mais específico, o critério de rebaixamento de divisão. Por quase duas temporadas ninguém descia um degrau sequer, e isso modificava planejamentos. Se não tem rebaixamento não há com o que se preocupar. O livre pensamento de jogar sem responsabilidade levou a habilidosa turma de Drão (nunca imaginaria que ele lesse essa coluna, e lhe agradeço pelo prestígio), Haxfield, Benoia, Rafa Goldmann a vencer sua chave na Aço 16 e assombrar demais equipes indo à Bronze 22. "Assombrar", no sentido de "puta que pariu! como essa molecada subiu antes da gente?" que pairou na mente de muitas equipes experientes à época. 

Chegou a avalanche de realidade para o Acima da Média, porque caeirá o lanterna de cada grupo da atual edição. Apesar de ter feito a Bronze passada de maneira surpreendentemente madura, na atual, não se encontrou como equipe. Muitas ausências durante a temporada minaram o desempenho da ótima equipe preta e verde. Começando na meta, quando Ezra apareceu com a camisa do Lapiros. Essa notícia surpreendeu até mesmo os próprios jogadores do AM. No decorrer da Bronze, juntou-se também o não-comparecimento de jogadores, sempre fazendo com que o elenco fosse limitado para rodagem nos jogos. A pitada para confirmar o atual infortúnio: não evoluiu taticamente.

É consenso: tecnicamente, o Acima da Média tem um dos melhores times de toda Liga Chuteira de Ouro F7. Porém, o mesmo consenso afirmará que isso é pouco. Se seu ataque vai bem, obrigado, o sistema defensivo é seu carma. Entra a falta de planejamento em uma visão futurística. Quando o AM venceu o Grupo B da Aço 16, era uma novidade; ao estrear com consistência na Bronze 22, deixou equipes que estavam na divisão surpresos; foi mais do mesmo no segundo semestre de 2023, e todos que jogam em sua chave sabiam o estilo AM de atuar por 50 minutos. A ausência de uma variação de jogo derrubou o time para a última posição do Grupo A bronzeado com somente 1 ponto. 

A Liga Chuteira de Ouro F7 é diferente. Precisa-se de uma atenção redobrada quando muda o semestre. Tenho afirmado nesta coluna desde 2021 que 2023 seria o ano da retomada. O AM enfrentou quatro times com idade média próxima - Cozinha da Villa, GalataSarrei, Colônia 355 e Oscuro -, mas não ganhou de nenhum. O CV se valeu da empolgação da estreia; já coloniais e oscurenses sabem que, apenas atacar sem ter garantia defensiva, é um plano kamikaze. No caso oscurense, ainda levou vantagem por saber explorar bolas aéreas desde que venceu o Grupo C da Copa Estrelato 7, sua maior façanha até agora. Os galatasarristas igualmente pecam na parte defensiva, mas é, no momento, o que foi o AM no semestre passado: uma novidade bronzeada, por isso o posicionamento intermediário com 5 pontos por enquanto. Restam Sanjamaica e Fúria ZB para tentar se salvar do virtual rebaixamento para a Aço.

Dilemas ao acimistas. Enfrentar dois times "cascudos", cujas médias de idades batem na casa dos 30 anos e com folga, vai depender de como será o planejamento durante a pausa do próximo dia 04 para um retorno de fogo nos dias 11 e 15, datas reservadas para a sexta e última rodadas, respectivamente. Como encarar essas equipes distintas, mas que têm mais maturidade e estratégias durante o jogo?

Quando jogar contra os sanjamaicanos, não verão um técnico na beira da quadra comandando os amarelinhos, porque estes se viram entre eles mesmos desde que chegaram na Liga Chuteira de Ouro F7 em 2018 via Copa Estrelato 4. Já quando o FZB for o adversário, terá a dupla Leandro Dias-Renan Barnabé montando e recalculando planos táticos para fazer a potencial vitória acontecer naturalmente. Quem vai contra-atacá-la durante o embate, mudando também taticamente a turma de verde e preto? Uma pausa técnica? Aquela boa e velha conversa de amigos de longa data entre gritos de "’vâmo’ acordar, porra" durante o andamento da partida ou no pedido de tempo? Alguém vai chegar e falar que "a melhor forma de defender é atacando" é um conceito ruim a ser seguido a cada acesso de divisão?

A Liga Chuteira de Ouro F7 voltou. Desde o começo do ano. Esqueça o período entre o Chuteira 100 até o Torce Contra fechar a temporada 2022 levantando seu bicampeonato da Série Ouro. Foi um tempo de reestruturação do campeonato e de muitas equipes. Calma, todos os campeões desse período excluído: os títulos de vocês são legítimos e incontestáveis. Não me cancelem ainda, pois me referi sobre a ilusão de não cair de divisão quando escrevi "esqueça o período entre o Chuteira 100 até o Torce Contra". Teve gente me perguntando, durante a realização da jornada 5 entre todas as divisões, se teria rebaixamento! Ah, jovem, enquanto isso, equipes estão aproveitando esse deslize de sua mente…

Esperava-se, sim, um desempenho do Acima da Média ser tão bom quanto o do Colônia 355, e próximo ao do Cozinha da Villa. São três equipes remanescentes da edição bronzeada passada. O curso natural chuteirense seriam GalataSarrei e Oscuro a ocuparem as duas últimas posições. Quiçá o Sanjamaica. Não o AM. Porém, não buscou variação e solidez. Dois conceitos que dominam as mentes de Dudu, Kauê e Nery.

Ambos são unânimes: para chegar na próxima divisão, é preciso ter a chancela de campeão. Suas preocupações fazem sentido. Quem chega numa nova divisão, chega sob desconfiança de quem lá estava. Se você alcançou o acesso ganhando grupo "apenas", até alcançar respeito na nova série levará bastante tempo - mesmo que sua campanha mostre competência, como as de Danonight e Pervas na Série Ouro. O tempo de a respeitabilidade ser alcançada diminuirá um pouco se o acesso for através de título. Mesmo assim, esse respeito dura até os primeiros minutos de um embate. O Sexta-Feira, atual campeão da Série Prata, experimentou esse conceito no último sábado, ao perder por 10 x 2 do atual vice-campeão da Série Ouro, o Torce Contra. Uma goleada histórica, incontestável, impiedosa, dolorida, na qual se mostrou os limites de respeito em relação a quem chega ou não com a chancela de "campeão" na nova divisão.

As aflições e ansiedades de Dudu, Kauê e Nery fazem sentido. No caso do Madureira, a peculiaridade dá o tom. A equipe que conta com Peu, Bernardo, Diga, entre outros madureirenses que ingressaram na LCOF7 em 2019, se sente pressionada pela "molecada que está chegando" a finalmente levantar um título para sua galeria. Nada mais justo. Porém, desde sua temporada de estreia, "especializou-se" em vencer grupos. Assumiu a liderança isolada do Grupo B da Bronze e depende somente de suas forças para terminar em primeiro em uma chave pela terceira vez seguida. Será que Nery e cia. não fazem mesmo questão de garantir logo uma vaga na próxima edição da Prata? Será que tal mérito só teria real valor levantando a taça bronzeada?

Para Dudu e Kauê é um pouco diferente. Tanto Midfielders quanto Fúria ZB jogam em suas atuais e respectivas divisões há bons semestres, e se vêem preparados para conquistar os títulos da Prata e da Bronze, mas não se enxergam ainda nas próximas edições da Ouro e Prata. Um paradoxo que suscita pensarmos que, pressionados pelos corredores da Liga Chuteira de Ouro F7, estão com receio. Pode até fazer sentido, mas se desceu para o parquinho, tem de brincar, diriam outras análises. O Juvena, quando chegou na Ouro, tinha o título da Prata. Só foi ganhar respeito das equipes que já estavam na divisão quando, semanas antes de sua estreia dourada, levantou a Copa dos Campeões? Nem tanto: foi ter sido campeão desse importante torneio em cima do Torce Contra, mesmo que nas cobranças alternadas de shoot out. 

Lembrei do MachuPichu. Sabe tudo de Série Prata, porém, nunca levantou a douradona desde 2007 – ano de seu ingresso na LCOF7 - e isso se tornou o foco principal de Ricci e Tebas. Mesmo assim, o MP só ganhou sua devida notoriedade entre alguns jogadores e equipes quando foi vice-campeão da Ouro 30. A partir dali pouca gente ousou excluir o time que conta com Nikolas e Aldana das apostas para quem será/seria campeão da Ouro. 

Não, Dudu, Kauê, Nery, Drão… não é moleza jogar a Liga Chuteira de Ouro F7, vocês sabem disso. Só talvez não saibam que tanto faz alcançar a divisão acima conquistando o título. Felipe Cavicchioli sabe do que escrevo: mesmo eliminando o Panela na semifinal, e derrotando o Cacildes de Ramos no tempo regulamentar da decisão da Bronze 22 – gol do fundador inclusive –, a atuação do Zona Nossa na atual Prata está sob desconfiança. Se o atual campeão da Bronze não vencesse suas cinco partidas iniciais, seria visto com olhar de desconfiança perante Midfielders, É o Centro Mané, Soberanos, Kiwi, Entre Amigos e Absolutos - coincidentemente times acostumados com a Prata. Foi isso que aconteceu. Bastou o Zona Nossa, campeão da Bronze, perder uma partida, e começou o sentimento de colocá-lo no mesmo patamar do Plata o Plomo no quesito desconfiança por parte das outras equipes. Sinto muito, platistas, e Jarra e Rafa Gil sabem disso: o PP é o “’platatinho’ feio” do Grupo A perante a concorrência.

A pressão pelo título. Pelo menos o Zona Nossa pode rumar nos próximos anos na LCOF7 sem ela transformar seu sonho em pesadelo. Sem acabar com amizades porque a qualificação do elenco está acima do que foi construído no passado. Esse é um dilema chuteirense que deve ser bem conversado. 

 
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