Seu novo uniforme é de PR1MA! Facilitamos a sua vida!

    Agilidade e comodidade para você focar apenas no que importa... o seu time! @pr1masports e (11) 99210-4656

    Veja mais

A turma suplente, que fica no imaginário ‘banco de reservas’ tem papel dúbio numa partida – pode ser o combustível a acelerar o time, mas também pode muitas vezes por tudo a perder

"Vâmo, p0rr4! C4r4lh0"! "C4r4lh0, é isso aí, p0rr4". Certeza que você já ouviu essas orações depois de um determinado gol. Elas vêm de um dos lados do corner. A satisfação extravasada nas duas palavras que não saem de bocas masculinas. Inclusive a minha quando presto a incentivar gente que precisa dessa injeção para "pegar no tranco". Vício. Natural reproduzirmos o que nossos antepassados criaram. A tal "cultura futebolística". Só que as frases citadas no início do parágrafo são proferidas somente em poucos instantes de um jogo. Se o mesmo se encontra travado - complicado para vazar o adversário em questão -, muda-se o timbre da voz e alguns substantivos. Normalmente, trata-se de um incentivo pervertido para cobrir ansiedade e nervosismo. O que dizer do papel do banco de suplentes?

Bem, com certeza, é uma área que, quem pensa o mundo de forma maniqueísta, vai do inferno ao céu e vice-versa na mesma velocidade da chegada da avalanche IA. É do "banco" de reservas que vem o combustível para quem está em quadra. Para equipes vencedoras, ele é bem gerenciado. Às outras, um barril de pólvora prestes a ser detonado. 

Posso citar dois recortes do último sábado, para começar a ilustrar, na abertura do Chuteira 5. 17. Numa das partidas matutinas, a determinada equipe levava uma sonora goleada. O trabalho tático e psicológico feito pelo técnico no intervalo é case de sucesso, porque o resultado foi igualado - incrivelmente.  Seria uma maravilhosa fábula se não acontecesse um detalhe: o mesmo que arrumou a casa, não teve tolerância diante de uma marcação arbitral equivocada. Para lembrar: no futebol society, é uma dupla a apitar determinada partida. Na metade da etapa final, com o placar apertado em somente um de diferença, o time que perdia parou excelente oportunidade do oponente com falta, no perímetro do bico esquerdo da área. A primeira decisão de um membro da dupla foi marcar a penalidade. Pronto, parecia que não havia mais água no planeta! Indignado, o técnico começou a soltar verbos e substantivos em meio a acusações aliadas... a outro jogo, de outro campeonato... distante do instante...

Colérico, o treinador extrapolava sua emoção e sentimento. Fez com quem estava de fora pensasse se tratar de algo pessoal. O outro membro da arbitragem então veio e consertou a primeira marcação: realmente a infração foi fora da área. Porém, isso já não importava ao técnico: a intolerância vencera mesmo com a reversão da primeira decisão tomada. Excluído do restante do ótimo confronto de forma justa, teve de orientar seus jogadores do lado de fora. Seu time buscou o então improvável empate pois já tinha entendido as armas do adversário antes mesmo de a segunda etapa começar. Se não transformasse a cena em algo pessoal, teria ficado dentro de quadra e participaria do próximo compromisso. Somou uma suspensão em seu currículo por não controlar os ânimos.

O outro recorte veio de um dos últimos jogos da rodada. A determinada equipe tinha somente um membro no banco de suplentes. O jogador vestiu o colete para se diferenciar e ficou gerenciando o andamento dos companheiros. Na etapa final, o time perdia não por goleada, mas também não era uma diferença pequena, e com somente um suplente. Quem esperou no banco de reservas trocou de posição com quem estava na linha. O jogador que passou a orientar do lado de fora chamou a atenção tanto quanto a reação de seu time, mas de forma negativa. Já havia "alertado" o árbitro mais próximo que "vai dar m3rd4". Passados alguns minutos, em lance que gerou burburinhos, saiu do perímetro irascível, proferindo bravatas, palavrões e acusações sem fundamento em direção ao arbítrio ao qual encheu seu saco momentos antes. Obviamente foi expulso, merecidamente, por não saber controlar sua ansiedade. Porém, levou o vermelho do outro membro da arbitragem. 

Ambos os casos passam à distância do ineditismo. São reproduções da "cultura futebolística" moldada pelo futebol de campo profissional. A imitação de ídolos é natural do ser humano. 

O papel do banco de reservas em uma partida da Liga Chuteira de Ouro F7 é talvez mais importante em relação a quem está dentro de quadra. O "combustível". Enquanto quem joga tem de pensar em como anular o rival, e ainda por cima o liquidar, quem tá no banco incentiva, apoia... corneta.

Muitos apoios são verdadeiros tiros de canhão. "Vâmo acordar", "vâmo aí, p0rr4", "se liga, fulano" são pequenos frascos da vasta lista de frases de efeitos prontinhas para "incentivar". Sim, com certeza tem jogador que entra de calça jeans e precisa de um choque de realidade. Porém, há um exagero na hora de extravasar, podendo irritar quem está jogando e o desconcentrar. 

O seu papel como suplente é fundamental, chuteirense. Saber o momento certo de incentivar ou reclamar é o que separa equipes campeãs das comuns. Tonalidade e palavras escolhidas são importantes nos momentos em que se espera o "Vem você. Vai no ciclano". Porque então quem era caçador, vira caça. A sorte de quem estava de fora é que, quem estava dentro, sai tão exausto que só consegue sentar e encher os pulmões de ar. Então a cobrança não é similar.

Outros dois casos envolveram o trabalho do banco de suplentes. Na Ouro 33, o Entre Amigos foi ao intervalo vencendo. No início da etapa complementar, quase todo um quadro cheio foi trocado. Quem entrou não conseguiu acompanhar o ritmo mental de quem construiu a vitória parcial: tornaram-se presas fáceis para a virada e reabilitação do Danonight.

Na Prata 27, o Bicho Solto não somou ponto em duas rodadas. Em ambos os confrontos - ante Fúria ZB e Real Madruga – vencia, até levar a virada. Tudo na segunda etapa. A explicação é simples: faltou banco de suplentes. Em um dos casos do Chuteira 5. 17 citados no começo desta coluna, o adversário ainda possibilitava ao time que tinha somente um reserva uma reação, porque a natural imaturidade por conta da faixa etária permitiu. Para uma Série Prata, jogar com poucos jogadores para revezar é a receita para o infortúnio. 

Encontrei alguns jogadores do Oscuro antes de começar a segunda jornada chuteirense do semestre e, perguntado quais eram as características do adversário do dia (o Esquenta), citei que, quem mais atrapalha um time, é a própria equipe. Inclusive em brigas, quando a pessoa de fora entra para “tomar as dores”, muitas vezes colocando mais gasolina na mangueira para apagar o fogo.

Decão, lendário arqueiro oscurense, retorquiu com "mas o banco também ajuda". Citei alguns casos do papel do banco de reservas - composto por técnico, auxiliar-técnico, e jogadores - neste texto. Se o mundo é dividido em bem ou mal, luz ou treva, no seu subconsciente, leitor(a), é algo particular. Fico com a minha certeza, e a de Decão também.

 
Comentários (0)