No Dia dos Mortos, o Elefantes jogou a última pá de terra no túmulo do TNT e ainda sonha com a classificação, já que Bonde dos Abelhas e Real Madruga perderam. Para o TNT, não adianta nem rezar. A vitória do Invictus sacramentou o rebaixamento. Indomáveis, André Dias, Bruno e Joca foram os carrascos na sentença.
O TNT entrou em campo com a corda no pescoço. Ajoelhados no hospital, os familiares suplicavam pela eutanásia.
- Por favor, doutor, não aguentamos mais. Desliga os aparelhos.
Enquanto isso, o vigário já mexia os pauzinhos para a missa do sétimo dia. Era inegável, a marcha fúnebre já se preparava para ser executada. Ainda assim, a dinamite tinha lampejos de vida. Carlão cobrou lateral nos pés de Pane, que chutou rasteiro. Abriu o caixão. Morto-vivo? Não passou de um suspiro.
No que depender de Lucas, o Zé vai permanecer deitado no caixão. O meia rolou para Joca na defesa.
- Mas o que foi isso, Joca? Aonde você foi, amigo? A bola estava no seu pé. Mata a criança!
- Ah, ah, ah, ah, respira fundo TNT.
Chute de longe de Pane. Pede desculpa, mesmo!
O Elefantes acordou com fome. André Dias bateu cruzado. A bola resvalou a trave. No rebote, Lucas chutou na rede pelo lado de fora. O contra-ataque foi rápido. No bate e rebate na área paquiderme, o marfim sobrou para Rapha Bernardes, que esperou o quique da bola.
- Vai fazer? Não. Saiu por cima.
Pedrinho insistiu. Pela direita, o cravo se livrou de dois quadrúpedes e bateu cruzado. Assustou!
André Dias chamou a manada para cima, até receber um encontrão de Puff pela direita. Lero-lero pra cá e pra lá, e quem vai bater? Joca barril. Não chegou a ser uma patada, mas a barreira não barrou (mas essa não é a função dela?) e ainda atrapalhou a visão do caçador. A bola morreu na rede. Elefantes 1 a 0.
- Não vi, não, disse o arqueiro.
Joca queria mais. Da defesa, o meia lançou na cabeça de Bruno, que pôs o mel na chupeta de Fábio. O bebezinho da Dona Lulu engasgou. Mas na sequência, Bruno colocou o bebê no colo e o balançou. André Dias entrou assoviando um ninar e ampliou: 2 a 0.
E a canção não durou. Bobeada na saída de bola do TNT, Lucas roubou a bola e fuzilou. Pasquini espalmou nos pés do brinquedo-assassino para esse empurrar para dentro. Foi o segundo dele, André Dias. Elefantes 3 a 0.
O TNT reagiu com Rapha Bernardes no tiro da intermediária. Chacha segurou, mas soltou.
- Vai!, gritou Gustavo para Nick.
O gambá acreditou, mas Chacha se redimiu e pôs pra escanteio. Na cobrança, Puff nem precisou saltar. O arranha-céu só testou pra rede. Dedo apontado pro filhão! 3 a 1.
- Olha o meio, olha o meio!, gritou Pedrinho da lateral, na volta do intervalo.
Põe ordem no cemitério, líbero. Vontade não faltou.
Bruno e Fábio puxaram o ataque africano. Esse tocou para Douglas na direita, mas antes que o elefante chegasse, a defesa explosiva se recompôs – graças às instruções de Pedrinho na lateral.
Depois de tanto falar, ele decidiu ajudar. Bem, se intenção for ajudar, né. O mijinho do camisa 9 saiu pelo alto e em seguida... nada!
- Dodô!, gritou Joca.
Bufando, o tchu tchu tchu da tia Naná chegou atropelando pela esquerda. Foi travado, mas a gorda sobrou para Bruno. O capitão girou e guardou. 4 a 1.
É vida ou morte, TNT? Morte. A bomba, ou melhor, o mijo rasteiro de Lê no canto direito forçou o magrelo a ir nela.
- Vamos, Dani!, apoiava a torcida na savana.
Na intermediária, a dinamite foi acesa. Quicou. E...
- Precisava derrubar a bicicleta de Chuck, do Cachorro Velho, Dani? Prudente, o vira-lata achou por bem tirar o camelo dali.
O TNT pressionava, mas Douglas, Rambo, não jogava a toalha. Faltou bola, sobrou pé. Tá valendo. Vencer vem de dentro. Tempo para o Gatorade.
- Que toque de classe, Pedrinho! Mas para o goleiro?
Puff e Pasquini resolveram bater uma DR num momento um pouco impróprio. Bruno entrou no affair e roubou a amante. Mas na hora do “vamo-ver” não deu conta do recado. Iiiiiiiiiiiiiiii!
Antes de bater as botas, Carlão tentou mais um transplante. A safena saiu pelo alto. Não deu. Fim de jogo, fim da esperança do TNT. Agora é juntar os cacos e se preparar para a Aço.
Na saída de campo, o capitão do Elefantes disse que o time não fez mais do que a obrigação ao derrotar o lanterna, e já mira o duelo decisivo na próxima rodada. “Agora é torcer para o Real Madruga perder. A gente só depende da gente”, falou confiante. Realista, Pedrinho ressaltou a necessidade de reestruturar o TNT e disse já estar com a cabeça na Aço. “A gente já entrou para este jogo sabendo que a chance de ficar era muito difícil. Agora é terminar o campeonato com hombridade”, consentiu.
Na próxima rodada, O Elefantes fará o jogo mais importante do semestre, quando enfrenta o Real Madruga no duelo decisivo em que um pode ficar de fora do mata-mata. Já o TNT só cumprirá tabela diante do também já rebaixado Elite.
Ficha Técnica
TNT 1 x 4 Elefantes Indomáveis – 8ª Rodada do VII Chuteira de Bronze
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