Futebol society é muito bacana. Quadra pequena, jogo dinâmico. A bola está o tempo todo perto do gol, possibilitando várias oportunidades de arremate. Os goleiros precisam ficar sempre atentos. Se o espectador piscar, olhar pro lado, espirrar ou viajar na maionese por uma fração de segundo pode perder um lance importante. Geralmente as partidas trazem muitos gols também, o que é sempre legal. Mesmo com todos esses elementos favoráveis, ainda é possível fazer uma partida fraca e quase sem graça.
 
Foi o que conseguiram Voando Baixo e Corleone. Tudo bem que as campanhas das equipes até aqui não eram das mais animadoras. O VB tinha apenas um ponto e vinha de derrota de 3 x 2 para o Faroeste, o que o colocava como favorito contra o Corleone, que vinha de duas goleadas sofridas, a última um 10 x 2 pro líder Guaxupé. Mesmo levando isso em conta, o desempenho das equipes foi abaixo do esperado e o assistir ao jogo acabou sendo uma experiência levemente sofrível.
 
O primeiro lance de perigo já foi uma pixotada. O Voando Baixo pressionou e a zaga do Corleone quase entregou a rapadura. Otavio tentou afastar a pelota da meta mafiosa, mas acertou a coxa do companheiro Tchelo. Se o arqueiro Amauri não estivesse atento o placar teria sido aberto dessa maneira pitoresca.
 
Em termos de volume de jogo o VB conseguiu mostrar que realmente é um time mais qualificado que o adversário e criou mais. Aos 2 minutos, quando ainda havia a esperança de o jogo ser bom, Renato bateu lateral na área e Ceará cabeceou no travessão de Amauri!
 
Nenhuma das equipes se movimentava em quadra. Com jogadores estáticos, as marcações eram facilitadas e só restava aos times chutar de longe. Tendo a bola por mais tempo, o Voando Baixo também finalizou mais. Ceará bateu de esquerda para defesa de Amauri. Depois, Wanderley respondeu, obrigando o goleirão Guilherme a justificar sua presença em quadra. Do outro lado, Renato mandou bola de longe que passou bem perto da meta mafiosa.
 
Os voadores eram realmente melhores. Num contra-ataque, Renato enfiou a bola para Ceará partir na ponta esquerda. Johnny chegou num carrinho estabanado e acabou derrubando o adversário. Saiu do lance merecidamente com uma tarjeta amarela em seu nome. Na cobrança, Jorge rolou para trás e Ceará bateu para fora. Em outra subida rápida, Caio Pisano surgiu na ponta direita, botou no meio para Ceará, que dominou e ajeitou. Renato encostou e bateu forte, mas Digão chegou e cortou o chute na hora certa.
 
O Corleone começou a se ajeitar um pouquinho e conseguiu algumas chances em recuperações rápidas. Tchelo interceptou uma jogada e enfiou em velocidade para Otavio errar o chute. No fim da primeira etapa, a famiglia ainda teve duas chances. Gamarra mandou de longe, mas Guilherme estava atento e fez a defesa. Em seguida Wanderley pegou no meio, girou à direita e bateu rasteiro. A bola cruzou a área, passou perto da meta adversária, só que saiu em linha de fundo.
 
Após alguns chutes sem direção o primeiro tempo foi encerrado e o segundo começou com o Corleone correndo mais. O repertório, porém, era o mesmo da etapa anterior. Gamarra bateu forte de longe, mas o goleiro Plinio espalmou. Depois, Wanderley teve liberdade de dominar no meio, avançar e soltar um petardo com a perna destra. A bola voou firme e explodiu na forquilha!
 
Wanderley seguia buscando o jogo e incomodou tanto que foi derrubado por Manuel. Na cobrança, Tchelo tentou seus característicos tirombaços fortes, mas acertou a barreira e Plinio defendeu sem dificuldade.
 
O 14-Bis do Voando Baixo finalmente decolou na segunda etapa. Caio Pisano deu linda ajeitada de peito para Reinaldo, mas o goleirão Rabujo saiu bem da meta e pressionou o atacante voador, evitando o gol.
 
O nível de “pelada” do jogo voltou a ficar mais evidente com os numerosos erros de passes. Se de um lado Henrique deu um passe em profundidade mirando a ultrapassagem de algum companheiro fantasma que só ele viu, do outro, Tchelo até conseguiu indicar que seu lançamento visava o companheiro Wanderley, mas a execução foi péssima.
 
Com mais da metade do segundo tempo ultrapassada, o Voando Baixo tentou duas vezes sem sucesso. Primeiro com Henrique, mandando fraco nas mãos de Rabujo. Em seguida, Ceará teve uma oportunidade de ouro numa bola rebatida. Ele estava completamente livre, com a bola quicando na entrada da área. É agora! A hora do gol! Não! Bola pra fora, por cima do poste…
 
Já com 18 minutos, Reinaldo, que não tinha feito muita coisa até então, roubou uma bola no meio, levou pro lado direito e bateu rasteiro, cruzado, sem muita força. Foi o suficiente. Rabujo caiu mas não alcançou. Gol do Voando Baixo! Inacreditável! 1 x 0! O jogo não terminaria sem nenhum tento! Ufa!
 
O gol voador fez o Corleone ter de correr um pouco mais. Aos 19, Muka tentou empatar com um bonito voleio! Plinio fez ótima defesa. O Voando Baixo aproveitou que o rival saiu pro jogo e quase ampliou com Vitor, mas Rabujo saiu nos pés do adversário. E não é que o jogo ficou movimentado? Ebel recebeu no meio em velocidade e encheu o pé. Plinio fez outra grande defesa! No fim, Gamarra ainda tirou duas bolas de dentro da meta mafiosa e o jogo se encerrou apenas com o tento solitário de Reinaldo.
 
Não faltou vontade aos times, mas a falta de movimentação e de qualidade faz com que o futuro não seja muito promissor a ambos. Com 4 pontos e na terceira colocação, o Voando Baixo tem boas chances de ir ao mata-mata, mas só um milagre faz a equipe disputar o acesso com Guaxupé e TeJanto. O Corleone, por outro lado, vive situação ainda pior. As três derrotas em três partidas tornam a famiglia candidatíssima à lanterna do grupo. Na próxima rodada o time pega o Faroeste, enquanto o Voando Baixo aproveita as semanas de folga – retornando às quadras no feriado do dia 21.
 
Ficha técnica
 
Corleone 0 x 1 Voando Baixo – 3ª rodada do IX Chuteira de Aço
 
Gol: Reinaldo (VB)
 
Cartões amarelos: Johnny e Digão (C)
 
MVPs: 1- Reinaldo (Voando Baixo); 2- Renato (Voando Baixo); 3- Wanderley (Corleone)