Raça não combina com talento? Desde que utilizadas com equilíbrio, estas qualidades podem se completar e formar um time muito competitivo. Em coincidência, a dupla Associação Alcoólatras Anônimos, o popular A.A.A., e o Acidus têm estas duas qualidades em medidas diferentes. Juntos na Série Bronze, os dois times contam histórias diferentes. O A.A.A. chegou da Aço como campeão e os aurinegros tentam se recuperar das sofridas quedas da Ouro e da Prata nos últimos semestres.
O jogo começou com a imposição do A.A.A., que segue muito bem entrosado desde os tempos de Aço e mostra talento dourado. Nos primeiros minutos, gol de Léo, após linda tabela entre Balãotelli e Ton, que entraram na área ácida trocando passes e envolvendo a marcação.
Aos sete minutos foi a vez do habilidoso camisa 11, Ton, partir com a bola dominada. Sem receber nenhuma marcação mais forte, ameaçou duas vezes o arremate chutando o vento, até que decidiu colocar o pé na bola e acertou o canto superior esquerdo do goleiro Urso, que ficou uma “arara” com a falha de sua defesa. 2 x 0.
O terceiro gol evidenciou uma total apatia do Acidus em quadra. Sem conseguir equilibrar o jogo, os aurinegros pareciam não ter vontade, tampouco raça suficiente para brecar o ímpeto dos alcoólatras. O tento nasceu de linda jogada de Murillo, que deixou Victão no chão ao tentar um carrinho na ponta esquerda antes de bater forte e cruzado para aumentar o placar. Golaço.
Caballero, o craque do time, finalmente acordou. Marcando pressão na saída de jogo adversária, o camisa 19 conseguiu uma falta nas proximidades da meta rival e, na cobrança, a bola sobrou para o próprio Caballero completar para o gol. Mas nem deu tempo de comemorar. Na saída de jogo, Vitor contou com duplo vacilo da zaga ácida, que parecia corroída, e ficou cara-a-cara com Urso, batendo forte na saída do goleiro.
No último lance do primeiro tempo, Caballero conseguiu outra falta para o Acidus e Yuri foi para a cobrança. O camisa 7 pegou no meio da bola e contou com o buraco na barreira, que enganou o goleiro. A bola passou com força e morreu no fundo do gol. O placar não era dos piores para o Acidus, que pouco criou e teve pelo menos dois terríveis apagões defensivos na primeira etapa. Intervalo e tentativa de melhora.
De fato, a conversa no intervalo deve ter sido muito proveitosa para o Acidus, enquanto o A.A.A. deve ter aproveitado para “molhar o bico”. Dominados no início da segunda etapa, os alcoólatras apelaram para as faltas para conseguir frear Caballero. O camisa 19 estava infernal e Yuri acompanhava na boa sorte. Em nova cobrança de falta, o camisa 7 calibrou o pé direito e bateu rasteiro, mudando a cobrança. Pegou o goleiro de surpresa e deixou a vantagem em apenas um gol. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Caballero deixar sua marca mais uma vez: Yuri estava iluminado e bateu de fora da área, o goleiro deu rebote e o armador chegou livre para fazer seu segundo tento na partida e empatar o jogo.
Na comemoração, o time todo se uniu e mostrou que raça e talento também fazem parte da descrição do Acidus. Mas a falta de sorte parecia acompanhar os aurinegros. Sem falar na enorme qualidade individual do A.A.A., que voltou a colocar o pé no acelerador de gols.
Na saída de jogo, Léo aproveitou o descuido da defesa e recolocou os alcoólatras na frente. Um verdadeiro banho de água fria no ímpeto do Acidus, que sentiu o golpe e não conseguiu mais frear o “rolo compressor” do A.A.A..
O Acidus até criou boas oportunidades para empatar, mas também pecou pela falta de pontaria de seu ataque. Aos dezoito minutos, o castigo: em bola lançada pela zaga, Balãotelli só ajeitou de biquinho e colocou Renanzinho livre para marcar e aumentar a diferença no marcador. Dois minutos mais tarde, Murillo brilhou em jogada individual. Fintou dois zagueiros e viu a defesa ácida falhar mais uma vez, abrindo um corredor para o camisa 14, que aproveitou o espaço e bateu fora do alcance de Urso.
O último gol do jogo foi de Yuri, novamente em bola parada. Sofrendo com as faltas excessivas do A.A.A., o Acidus chegou à sexta falta sofrida e o camisa 7 partiu para o shoot out. Com calma e categoria, deslocou bem o goleiro Leonardo Kun, que caiu para um lado e viu a bola morrendo no outro. Mas morria também a esperança do Acidus na partida, já que o apito final se aproximava.
Apesar da derrota, o Acidus mostrou incrível poder de reação e deu uma luz para quem ainda sonha em voltar à Série Prata. O time preto e amarelo segue com três pontos, agora na sétima colocação. Na próxima rodada, o Acidus enfrenta o líder Hangover, no domingo, e precisará mostrar que aprendeu a lição desta partida.
Do outro lado, o A.A.A. chegou à vice-liderança do Grupo A, com seis pontos. No próximo sábado, os alcoólatras medem forças contra o forte time do Morada Choque, que também busca reabilitação na chave.
Ficha técnica
A.A.A. 7 x 5 Acidus – 3ª rodada do IX Chuteira de Bronze
Gols: Murillo (2), Léo (2), Renanzinho, Ton e Vitor (AAA); Yuri (3) e Caballero (2) (A)
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