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Lokomotiv bate Olimpo na prorrogação em duelo com várias reviravoltas e está na finalíssima

O público ainda se recuperava do ataque cardíaco na primeira semifinal quando Lokomotiv e Olimpo entraram em quadra. A torcida verde comemorava a vaga na decisão e iniciava os trabalhos boêmios em vista a conciliar farra e análise do confronto seguinte, de onde sairia o seu adversário na final. O Lokomotiv entrou um pouco aliviado porque a classificação do Villa Verde significava o seu acesso ao Chuteira 5, já que, na pior das hipóteses, entraria na vaga de melhor semifinalista, conforme o regulamento.

 
O pessoal do Grano, decepcionado e duvidoso em torno do dilema se a bola havia entrado de fato, também parou para assistir e não arredou mais o pé,  porque depois que a bola rolou foi um pega pra capar da porra. Além disso,  o Grano era interessado direto no duelo. Caso o Lokomotiv avançasse, ele também garantiria vaga por ter encerrado a fase de classificação na frente do Olimpo. Esta era a motivação para engrossar o coro da torcida aurinegra, que por si só já fazia um furdunço de tirar o sossego dos funcionários que passavam pela quadra para conferir se estava tudo em ordem. Mas, deixando-se abater por uma curiosidade incomum, eles próprios quebraram o protocolo com idas e vindas sob o pretexto de retirar o lixo mas que tinha por fim espiar o desenlace de um dos melhores jogos da temporada.
 
O jogo começou a mil, com o time dourado indo pra cima e a equipe branca respondendo pelas pontas. Presida, um rapaz organizado do tipo que considera falta de educação aceitar uma mordida no sonho de valsa alheio, arriscou belo chute da intermediária e assustou o goleiro Marcelo Pimentel, quem, certa vez, pediu um pedaço da banana-nanica do companheiro e arrancou a metade fora. Aos 5, Zezé roubou a bola no meio, avançou e bateu no canto direito para colocar o Lokomotiv na frente. 1 x 0!
 
O Olimpo respondeu logo em seguida e empatou. Saad recebeu na esquerda, driblou um beque e chutou cruzado. O goleiro russo colaborou e a fera pediu descanso, afinal, já havia feito a sua parte. 1 x 1!
 
O jogo seguiu parelho, com as equipes se alternando na frente. Os ferroviários chegaram com perigo na bola parada. Juninho pediu pra cobrar na entrada da área. A bola saiu rente à trave e o meia fechou os olhos para lamentar a falta de sorte. O time branco contra-atacou na tabela de Olavo e Balada pelo meio. Gui Pimentel abriu na direita e bateu forte cruzado. Anderson redimiu-se e segurou firme. 
 

A partida esquentou a partir da metade da primeira etapa. Aos 16, Olavo fez boa jogada pelo meio e tocou para Robinho na direita. O atacante se livrou da marcação e bateu cruzado para virar o placar. Olimpo na frente! 2 x 1!
 
O Lokomotiv pediu tempo. “Tamo no jogo, tamo no jogo”, disse Biagio entusiasmado. “Tamo, sim. É só ter um pouco mais de atenção”, concordou Presida. Depois da bronca, a equipe adiantou a marcação e apertou a saída de bola do adversário. Paolo, Romeu e Neto buscavam espaço no ataque e arriscavam quando as brechas apareciam. Paolo tentou de cabeça na área – fora. Romeu finalizou da entrada da área, prensado pela zaga. Neto tabelou com Barleta, mas o chute saiu fraco. A melhor chance viria minutos depois, de novo na bola parada. Juninho assumiu. Cobrou rasteiro no canto esquerdo e deixou tudo igual! 2 x 2!
 
A alegria durou pouco porque o Olimpo deu o troco na mesma moeda. Falta na entrada da área. Cachoeira fingiu que bateria e rolou para Olavo, que passava por trás da barreira, livre de marcação. A fera soltou o canudo no ângulo direito e recolocou o Olimpo em vantagem no último lance antes do intervalo. Golaço! 3 x 2!
 
“A gente tá no jogo, gente”, reagiu Rodão confiante, com o apoio dos demais operários  que atravessavam para o outro lado do trilho munidos de uma caixa de alumínio amarela de onde esperavam sacar as ferramentas certas para fixar os parafusos e não deixar o trem descarrilar.
 
A injeção moral se converteu em ação tão logo a bola voltou a rolar, e em cinco minutos o time desceu ferrovia abaixo numa blitz de deixar qualquer maquinista apavorado. Primeiro, Neto, até então apagado, empatou de cabeça, após escanteio na área.  3 x 3!  Depois, numa saída errada de bola do Olimpo, Juninho se antecipou à zaga, roubou a bola e bateu rasteiro no canto esquerdo para virar para 4 x 3!
 

Por ironia de algumas estradas do acaso, o Olimpo não ampliara no ínterim num rápido contra-ataque puxado por Olavo. Censon recebeu na esquerda e emendou de primeira – a bola beliscou a trave e saiu. Uhh!
 
Depois dos gols, todavia, os gregos voltaram a agredir e não tardaram a empatar o confronto de gigantes. Balada tocou na intermediária para Gui Pimentel, que chutou colocado no canto direito e deixou tudo igual outra vez. 4 x 4!
 
O gol levantou a tara dos deuses. Di Love saiu com a namorada do bordel e a entregou no meio para Saad. Thiago Antão se atiçou pela ala direita e convidou Gui Pimentel  para a orgia na outra ponta. A zaga amarela se fechou. Bob chegou atrás e deixou na direita com Olavo, que enfiou o petardo no ângulo esquerdo e levou o Olimpo ao delírio. Golaço! 5 x 4!
 
Mas aí apareceu um empecilho no caminho da glória olímpica. E neste drama sofocliano de deuses e operários se digladiando contra um destino certamente trágico, só mesmo um anti-herói para recolocar a locomotiva nos trilhos. A sequência da jogada não é fácil de se recordar, mas não parecia um ataque comprometedor. A defesa branca se armara contra o imprevisto até a bola respingar no pé da fera. Aí Neto dominou na entrada da área e bateu rasteiro no canto direito para empatar. 5 x 5!
 
As duas equipes desperdiçaram chances de marcar no fim. O Olimpo com Olavo, numa pancada da direita que chegou a resvalar na trave; o Lokomotiv com Rodão, que desviou cruzamento rasteiro de Zezé e fez três promessas de olhos fechados para que a bola entrasse. Não entrou. E o jogo foi para a prorrogação.
 

O drama chegou próximo ao fim, mas quiseram os deuses que Olavo não fosse agraciado. Ele, que durante toda a temporada cumprira à risca a missão divina, foi condenado a meter uma bola na trave e segurar o grito a dois passos do Olimpo. E como num castigo dos céus, coube a Neto, com o calcanhar de Aquiles, receber a coroa de louros. A bola entrou no cantinho direito e com ela o sonho do time branco de alcançar a final. Caído no centro do gramado, Neto foi carregado nos ombros dos operários, que daqui a alguns dias tentarão guiar esta locomotiva amarela rumo à maior das honrarias.
 
A decisão é neste sábado. O Lokomotiv, então vice-líder do Grupo A, está invicto. Na frente dele ficou o Villa Verde, que só perdeu para o Lokomotiv. É revanche. Os dois times já estão no VII Chuteira 5, mas este duelo vale muito mais do que isso.
 
Aspas
 
“Foi um jogo muito bom. Os dois times são fortes e se classificaram bem. Golden Goal é assim: quem não faz, toma. Na outra semifinal foi assim e com a gente também. Metemos uma bola na trave, eles recuperaram e fizeram o gol. Parabéns à equipe deles” - Di Love, meia do Olimpo.
 
“O time do Olimpo é muito bom. Os caras são altos, fortes, sabem jogar. A gente começou vencendo, tivemos uma recaída e depois conseguimos recuperar. E no golden goal, ainda bem, deu tudo certo. Agora vamos encarar o Villa Verde. Eles terminaram na nossa frente na tabela e conseguiram a classificação direta. Estamos com eles entalados. É revanche” - Thalles, zagueiro do Lokomotiv.
 

Ficha técnica
 
Lokomotiv 5 (1) x (0) 5 Olimpo – Semifinal da II Copa Olé|Chuteira
 
Gols: Zezé, Juninho (2) e Neto (3) (L); Saad, Robinho, Olavo (2) e Gui Pimentel (O)
 
Cartões amarelos: Romeu e Barleta (L); Gui Pimentel (O)
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