O Divino jogou melhor na maior parte do tempo, vibrando e envolvendo o HidroNG. Mas, mesmo após estar vencendo por 4 x 1, conseguiu sofrer contra-ataques mortais e perder por 5 x 4. Se para os laranjas fica a decepção, para os aquáticos vem a afirmação de um time que precisou se recuperar durante a temporada e conquistou seu terceiro acesso consecutivo, além da chance de conquistar também o terceiro título seguido em três divisões diferentes.
 
A partida começou com o Divino muito pilhado. O banco de reservas vibrava desde os primeiros instantes. Apesar disso, a primeira chance foi do Hidro. Di saiu jogando errado e Cauê mandou para o gol, parando nas mãos de Lenarduci. Mas o maestro laranja começou a ditar o ritmo logo cedo e o Divino cresceu na partida. Douglinhas apareceu enfiando para Guinho cruzar e Luiz Guilherme cortar. Depois o camisa 8 entrou na área e podia bater, mas tentou um corte a mais e foi desarmado.


Léo Rinaldi começou a usar a sua arma característica. Mandou duas bolas venenosas de longe e obrigou Lenarduci a trabalhar duas vezes. Mas Douglinhas estava inspirado. Deu uma enfiada espetacular para ultrapassagem de Dany, que bateu cruzado e quase abriu o placar. O Hidro melhorou um pouquinho com a entrada de Smith em campo, mas o Divino seguia superior.
 
Aos 15 minutos, Douglinhas fez a jogada na ponta esquerda e bateu cruzado. A bola desviou na zaga e morreu nas redes. 1 x 0 para o Divino! O Hidro respondeu com Smith mandando colocada, mas Lenarduci salvou.
Se o Divino demonstrava forte vibração com todo o banco, o banco do Hidro seguia em silêncio. Aos 20 minutos, Luiz Guilherme levou amarelo e saiu de quadra muito nervoso, cobrando dos companheiros mais motivação. O técnico Bocão, porém, mantinha a postura calma na beira do campo. O apelido não fazia jus a seu comportamento até então.
 
Aos 22 minutos, Dieguinho dominou pelo meio e abriu para Smith invadir a área e tirar do goleiro para enfim empatar. 1 x 1! O gol animou o time, que quase virou aos 24 com Gabi, mas Lenarduci fez a defesa. Fim de etapa e tudo igual.
 
Na segunda etapa, porém, o Divino voltou avassalador. Logo aos 3 minutos Douglinhas levou muito bem pelo meio, passou para Victor, recebeu de volta e driblou o goleiro Baki antes de marcar outro golaço. 2 x 1! E logo no lance seguinte Dany arriscou quase do meio da quadra e deixou Baki parado. A bola viajou seca, tocou na trave com força e morreu no canto oposto do gol. Que chutaço! Que golaço! E 3 x 1 no placar!
 
O técnico Bocão imediatamente pediu tempo para tentar reconstruir o time, mas não adiantou muito. Quando o jogo retornou, Dany bateu falta e quase fez o quarto, que sairia em seguida, aos 6 minutos. Tucano roubou bola no meio, Rufus pegou na direita, segurou e rolou na medida para Guinho aparecer no meio e mandar no ângulo. 4 x 1!
 
O placar e a forma como as duas equipes se apresentavam em quadra davam a sensação de que o jogo já estava decidido. Mas não dá para duvidar de uma equipe qualificada como o HidroNG. O time conseguiu se recompor e passou a pressionar o Divino aos poucos, que não teve maturidade de segurar 15 minutos de um jogo que estava ganho. Aos 10 minutos, Smith dominou na ponta esquerda e Lenarduci saiu dando um carrinho fora da área. Levou cartão amarelo. Joelson foi para o gol nesses dois minutos sem o capitão.
 
Um minuto depois, uma bobeira de Joelson foi fatal. Com a bola segura em suas mãos, ele colocou-a no chão e chutou para a frente. Não pode! Falta para o Hidro cobrar na entrada da área. Cauê encheu o pé e mandou no ângulo, sem chances. 4 x 2!
 
O jogo ficou melhor a partir daí. Mesmo com o resultado favorável, o Divino seguia indo para cima. Numa dessas subidas para o ataque o time deu espaços no lado direito da defesa. Smith e Dieguinho fizeram a jogada, a zaga do Divino não conseguiu cortar e Cauê pegou a sobra de primeira com o pé direito, que é o ruim, e mandou de novo para as redes. 18 minutos e 4 x 3!
 
Aos 20, Cauê arriscou de novo e mandou para fora. Do lado do Divino, Douglinhas prendia bem a bola e ajudava a fazer o relógio correr. Num dos lances, sofreu falta perigosa. Di cobrou e Baki fez a defesa. O time ainda teve a chance de matar o jogo. A zaga saiu errado, Tucano passou para Douglinhas e Baki foi bem demais para salvar.
 
No lance seguinte, o Hidro saiu em velocidade e pegou a defesa do Divino inexplicavelmente desarrumada. Gabi recebeu na direita e inverteu bola rasteirinha para Biriba completar no segundo pau. 4 x 4! E aos 24 minutos o Hidro encaixou outro contra-ataque para virar o jogo de vez! Gabi outra vez recebeu no campo de ataque, cortou o zagueiro Di e colocou a bola no cantinho do gol de Lenarduci. 5 x 4 e Hidro a um passo da final!
 
O desespero tomou conta do Divino. Lenarduci saiu do gol e passou a jogar como atacante aberto na ponta na tentativa de abafar o Hidro nos minutos finais. No último lance do jogo, o goleiro cobrou escanteio no segundo pau e Rufus colocou para a rede, mas os árbitros já haviam marcado falta de ataque de Joelson. Não deu tempo para mais nada. Vitória aquática de virada! Incrível!
 
O Divino pecou em não segurar a bola quando abriu uma boa vantagem no placar. Um time que vence por 4 x 1 não pode levar três gols de contra-ataque. Que a derrota sirva de lição para que a equipe mantenha o foco e repita a boa campanha desta temporada no próximo semestre, ainda na Prata.
 
O HidroNG, que chegou a perder três jogos seguidos na primeira fase, se recuperou a tempo de se classificar e confirmar o favoritismo do início do ano, chegando à sua terceira final e ao seu terceiro acesso consecutivos. A disputa da taça será contra o Bode. Na primeira rodada da competição, as equipes se enfrentaram com vitória aquática de virada por 5 x 2.
 
Ficha técnica
 
HidroNG 5 x 4 Divino – Semifinal do XV Chuteira de Prata
 
Gols: Smith, Cauê (2), Biriba e Gabi (H); Douglinhas (2), Dany e Guinho (D)
 
Cartões amarelo: Luiz Guilherme e Digão (H); Dany e Lenarduci (D)
 
MVPs: 1- Douglinhas (Divino); 2- Cauê (HidroNG); 3- Gabi (HidroNG)