Vindos de momentos opostos, Real Madruga e Absolutos fizeram um jogo de domínio unilateral e pequenos lampejos. Enquanto os azuis garantiram outro triunfo na chave, o atual lanterna do Grupo B deu sequência à triste sina de derrotas consecutivas. A curiosidade ficou por conta da distribuição dos gols: todos marcados na primeira etapa.
 
Após bater o Bufalos por 4 a 2 na rodada anterior, o Real chegou com grandes chances de assumir a ponta de seu grupo. Era fazer sua parte e torcer pelo tropeço do MachuPichu, então líder. Na outra extremidade da tabela, o Absolutos continuava com graves problemas de marcação e saída de bola, não conseguindo municiar o veloz e perigoso Gianzinho, principal referência técnica do ataque.
 
O primeiro lance de perigo nasceu dos pés de Rafa Ornelas, que testou o goleiro de fora da área. Atacante alto de boa movimentação e ótimo domínio de bola, com a camisa 14 nas costas, foi o comandante do ataque madruga em toda a primeira etapa. Aos quatro minutos, a pressão contínua transformou-se em vantagem no marcador: após lance pela direita, Ornelas encontrou uma brecha e finalizou sem chances para o goleiro.
 
Abusando da ligação direta e confusos com a movimentação ofensiva do adversário, a zaga absoluta não conseguia entregar a bola limpa para o meio-campo armar as jogadas ofensivas. Gianzinho, o camisa 11, era o mais incisivo da equipe, mas ao trabalhar sozinho ficava exposto demais e perdia a bola antes de levar perigo ao gol de João.
 
Aos dez minutos, novamente Gianzinho carregou a bola e desta vez conseguiu o arremate. O chute venceu o arqueiro e deu números iguais à partida. Porém, apesar do empate, a reação estava distante dos planos absolutos. O gol sofrido pouco alterou a vantagem técnica do Real Madruga, que arriscou mais com o camisa 10, Caio, que acertou a trave duas vezes em um intervalo de cinco minutos.
 
Caio e Rafa Ornelas eram os mais perigosos, mas foi Baracho o responsável pela retomada da vantagem: após bobeada do zagueiro, o camisa 14 roubou a bola e centrou para Baracho chegar sozinho e completar para o fundo do gol.
 
A comemoração efusiva revelava a importância do tento e da virtual vitória para o Madruga, que mostrou-se uma equipe aguerrida, de bom toque de bola, ótimos valores individuais e que, com sorte, poderá chegar forte para a disputa dos primeiros lugares de sua chave. Tal superioridade materializou-se no terceiro gol. Caio fez grande jogada individual e marcou seu gol quando já começava a garoar na quadra.
 
Talvez tenha sido a chuva. Talvez as equipes não tenham se exposto tanto, ou os goleiros evitaram o pouco que foi criado. Mas a segunda etapa do jogo foi decepcionante. Poucas oportunidades, muitos passes errados e certa acomodação por parte de quem já estava com a vantagem e pouca vontade de mudança pelo lado derrotado. A impressão de quem estava do lado de fora da quadra era de que o apito final serviu como alento para um péssimo segundo tempo.
 
Ao final do jogo, o capitão Cesão falou sobre favoritismo. “Na Bronze, apontavam nosso time como zebra, mas o tempo mostrou que não. Agora estamos numa divisão mais equilibrada, e nosso time mostrará que tem grandes chances", analisou. Do outro lado, as poucas esperanças ficaram latentes. "Esse ano vamos ter que brigar contra o rebaixamento. Teremos que ganhar umas três para conseguir tirar a corda do pescoço", disse Gianzinho.
 
Com a vitória e o tropeço posterior do MachuPichu, o Real Madruga assumiu a liderança do grupo. Na próxima rodada enfrentará o Futsamba, às 14h30, no jogo que vale a pena acompanhar de perto. Do lado dos Absolutos, lanterninha e tentativa de melhorar na partida diante do Acidus, às 17h30.
 
Ficha técnica

Real Madruga 3 x 1 Absolutos – 3ª rodada do XI Chuteira de Prata

Gols: Rafa Ornelas, Baracho e Caio (RM); Gianzinho (A)

Cartões amarelo: Diogo (A)
 
MVPs: 1 – Caio (MP); 2 – Rafa Ornelas (MP); 3 – Gianzinho (MP)