O Mercenários voltou à Ouro em grande estilo. Após folgar na 1ª rodada, os caveiras deflagraram uma verdadeira batalha (no sentido positivo da palavra) contra o Arouca, naquele que pode ser considerado o melhor jogo do Chuteira de Ouro até aqui. Após o triunfo por 7 x 5 e mesmo com um jogo e menos, a galera mercenária já pleiteia um lugar entre os líderes.
 
A bola rolou e já havia sinais de que a partida seria boa. Trocando bola atrás, foi o Arouca quem tomou a iniciativa primeiro, com Barata assustando Alan e encobrindo o travessão. A resposta não tardou e saiu dos pés de André Luis, que não marcou, mas ganhou escanteio. A cobrança gerou polêmica, pois daí que saiu o primeiro gol mercenário: Dri Ferreira alçou na área e a bola entrou. A marcação foi de um desvio de André Luis, dividindo com o goleiro Marinho, que também estava no lance.
 
Houve reclamação, é claro, mas a bola não demorou a voltar a rolar. O Arouca se portava bem, apostando na transição rápida. Netto recebeu inversão de Paraguai e por pouco não empatou. Barata tentou novamente, sem melhor sorte. Gabigol veio para a briga e deu uma bagunçada. Pouco depois, Netto forçou e foi amarelado por um baita sarrafo em Rafael.
 
O empate arouquense viria também rodeado de certa polêmica. O juiz pegou falta dentro da área a favor do tricolor e amarelou Dri Ferreira. Após alguma discussão, Vitão foi para a batida e tirou Alan da jogada, deixando tudo igual. O Arouca aumentaria a pressão logo em seguida, transferindo as ações para o campo de ataque. Dhani e Gabigol construíram boa jogada antes do segundo jogar para Netto, que parou em nova boa defesa de Alan. Na zaga, Thi e Cesinha iam batendo os ponteiros rivais. Por enquanto.
 
Isso porque o Mercenários não estava morto. Thiaguinho, batendo de muito longe, obrigou Marinho a espalmar do jeito que pode; os caveiras (que agora detêm o monopólio do apelido) pediram toque de mão de Cesinha no lance. O juiz não deu bola e o Arouca seguiu dando pinta que viraria a parada. Subindo para o ataque, Thi chegou muito perto: após tabelar com Paraguai, o camisa 47 bateu fraco e viu a bola, que havia passado por Alan, acertar caprichosamente a trave.
 
Netto foi outro que seguiu insistindo, mas Alan estava em boa tarde: o goleiro fez duas belas defesas em sequência em investida do camisa 25. Só que a virada veio: depois de jogada em pé em pé, a pelota chegou nos pés de Paraguai, que abriu para Thi chegar batendo e por o Aroucão na frente. Nessa altura as duas equipes já contavam cinco faltas na bagagem.
 
Nova transição rápida do Arouca: quase o terceiro. Desta vez foi Dhani, de cabeça mesmo, após cruzamento de Netto, que recebera de Barata. A bola que poderia ser o terceiro passou perto e sem dúvidas mudou o rumo do jogo: segundo depois (e segundos antes do apito intermediário) a estrela de Fabricio começaria a brilhar. O camisa 2 dominou bola de maneira despretensiosa no meio do campo e bateu forte contra o gol de Marinho. Caixa e empate.
 
Na volta o Mercenários quase virou logo de cara: Dhani desviou para fora e impediu. A equipe começou a morder no meio do campo e a neutralizar as ações do Arouca, que seguia ofensivo e levando perigo com Gabigol, mas que já não era melhor. Aos 3, Rafael, na esquerda, enfiou bom passe para Fabrício, na direita, bater e fazer o 3 x 2 para o Mercenários.
 
A resposta do Arouca foi rápida, mas nada saiu como esperado: a equipe se lançou ao ataque, para empatar o quanto antes, mas acabou descuidando a retaguarda e permitindo que ele, Fabricio, surgisse livre ainda na altura do meio de campo, avançasse um passe e batesse com estilo, de chapa, sem chances para Marinho. A vantagem agora era de dois gols. Era hora de um tempo técnico.
 
O Arouca não desistiu e tentou novamente com Netto, que perdeu outra no duelo pessoal com Alan (desta vez o arqueiro defendeu com as pernas). Dhani quase marcou após escanteio, a zaga afastou, mas o ataque foi “religado” após descuido da defesa mercenária e Paraguai não perdoou, finalizando bem. 4 x 3. Para botar ainda mais fogo na partida, veio o empate: chute de longe, Alan não conseguiu segurar e a sobra ficou para Brunão, que deixou tudo igual mais uma vez.
 
Novo tempo técnico para recomendações, que surtiram efeito imediato no Mercenários. A equipe não diminuiu o ritmo e o iluminado Fabricio recebeu bom passe de Dri Ferreira antes de finalizar e marcar como se fazer gol fosse algo fácil: caveiras na frente outra vez! O Arouca não perdeu nenhum segundo e se lançou para cima do rival: Brunão acertou bomba no travessão e, em seguida, parou em Alan. Thi também tentou de fora da área, levando perigo, mas só isso.
 
Só que a história se repetiu: novamente pelos flancos, o Mercenários chegou. A tabela entre André Luis e Fabricio nem ia dando tão certo assim, mas acontece que o camisa 2 sofreu falta. Marinho amarelado. Ninguém mais poderia ir para a bola que não ele, Mauricio M1, que entrou apenas para o penal e nem chegou a se mexer: 6 x 4 (adivinha quem bateu? Fabricio, claro, marcando seu quinto gol na partida).
 
O Arouca seguiu insistindo e Netto, finalmente, bateu Alan, com um petardo de fora da área. Com cinco faltas, a única saída era correr contra o tempo sem perder a cabeça. Só que a resolução do Mercenários foi mais rápida. Novo contragolpe fulminante, passe de Dri Ferreira e Rafael surgiu livre para cortar o goleiro rival e sacramentar a grande vitória que alçou a equipe à terceira colocação do grupo, mesmo com um jogo a menos. 7 x 5.
 
A próxima rodada também será de grandes emoções para os pupilos de Marquinhos, uma vez que eles terão o Zenite pela frente. Já o Arouca precisa ganhar do Primatas (que ainda não sentiu o gostinho do triunfo) para não ficar para trás na luta pelo topo.

Ficha Técnica

Mercenários 7 x 5 Arouca – 2ª rodada do XXI Chuteira de Ouro

Gols: Fabrício (5), André Luis e Rafael (M); Vitão, Thi, Paraguai, Brunão e Netto (A)

Cartões amarelo: Dri Ferreira, Marquinhos e Thiaguinho (M); Netto e Marinho (A)

MVPs: 1 – Fabrício (Mercenários); 2 – Rafael (Mercenários); 3 – Thi (Arouca)