“Quero ver o que você vai falar agora”. Essa frase saiu da garganta de Rafa Ornelas, autor do gol que deu o principal triunfo da rodada da Calcio. Ao deslizar no gramado para completar cruzamento e garantir o 3 x 2 de virada, o tapense número 1 catapultou o Tapas à vice-liderança (10 pontos), dando um salto importante na luta pela classificação e mostrando que a onde vermelha veio pra ficar! O Bacana, que saiu em boa vantagem no confronto mas não soube segurar a onda vermelha, somou sua segunda derrota na temporada.
 
Movimentado, o jogo começou com as famosas trocas de passes tapense até Lucas achar bem Brunão, este obrigando Piero a defender a corner. O arqueiro faria nova intervenção em seguida, após lateral da esquerda que teve desvio de cabeça no meio do caminho para Sono desferir bomba atômica! Aceso, o Tapas voltaria à carga não muito tempo depois para Zaron cobrar falta rasteira pelo meio, com Piero fazendo nova defesa. O time começava concentrado com Peixe, Lucas, Zaron, Sono, Brunão e Rafinha. Salomão, com chuva mesmo, entrou e comandou o time de dentro da quadra, mostrando que é doce mas é feito de açúcar!
 
A primeira aparição do Bacana veio quando Julião recebeu no comando de ataque e mandou de dedão, mas pra fora. Matheus, Cezinha, Julião, Rafinha e Rosseto tentavam se desvencilhar dos vermelhinhos e da chuva, que começou a cair antes mesmo de o melão rolar. O gramado molhado foi um teste para Piero, que pegou o cruzado de Brunão da esquerda após passe de Lucas. O guarda-metas ainda saía jogando, por exemplo quando acionou Rafinha, este deixando para Cesinha mandar a paulada pelo meio, com Carioca cantando ao lado. O professor Fê Loko pediria tempo em seguida, após Cesinha cobrar na barreira falta sofrida por Matheus – em jogada em que foi calçado na entrada da área.

O movimentado primeiro tempo prosseguiu com a chuva abençoando os players, enquanto Cesinha testava Carioca, Zaron respondia de cabeça para fora após escanteio, Zé tentava pelo chão para Piero ser o homem-borracha a escanteio, e Romulo dando aquele famoso chute de bêbado em contra-ataque. O gol não saía, mas a única situação que o público reclamava era de o vento jogar toda a água da chuva em cima dele, já que a partida agradava.
 
Após passes trocados com rapidez, Aiman bateu rasteiro e Carioca mandou a corner. Na batida, Romulo surgiu na segunda trave para carimbar o travessão de testa! Zaron ficou com ciúme e respondeu também de cabeça, após lateral pela direita, só que Piero lá estava para defender. O último suspiro antes da troca de lados chegou quando a esticada dentro da área fez Romulo deslizar no gramado, com Carioca não querendo pagar para ver e defendendo à linha de fundo.
 
Rafinha começou a etapa final querendo mostrar que, falem bem ou mal, está na crista da onda: rasteiro, quis testar Carioca, que não caiu na lábia e jogou a escanteio. Nada demorou para o Bacana voltar ao ataque e cobrar lateral para Julião cabecear. Carioca fez a defesa parcial, mas Romulo conferiu o troco e aprovou. 1 x 0! A chuva, que havia dado trégua durante o primeiro tempo, voltou a cair quando Tevez tentou empatar, mas com a mira apresentada seria difícil.
 
O Tapas ficaria em apuros depois de Matheus antecipar na zaga e lançar Julião na esquerda para ele cruzar e ver Romulo concluir para fora. A onda vermelha perdeu chance no ataque e, na resposta fatal, Julião levou numa boa para mandar no canto. 2 x 0! O problema foi a saída rápida tapense, com Zé cruzando da esquerda e Brunão completando. 1 x 2! “Estamos no jogo”, exclamou Salomão, dando a injeção de ânimo que o time precisava. Até porque Lucas pegava seu banquinho e saía de fininho...
 
O match esfriou e pouca produção foi percebida durante alguns minutos. Então, Zaron usou a cabeça – que raspou a trave para animar a galera após lateral pela esquerda. O Bacana respondeu com estilo, quando Julião cobrou falta rasteira e Carioca deu rebote. A bola voltou para Romulo primeiro cacetar o corpo de um zagueiro tapense, e depois ficou à mercê do bacana 11: trave, por que você existe? No contra-ataque, Sono disparou pela direita e rolou para Zaron e seu conforto na esquerda, este levando perigo no chute. Matheus respondeu testando Carioca pela direita, mas o arqueiro defendeu a escanteio.
 
Aos poucos o duelo foi ficando emocionante. Os times estavam dispostos a agradar o povão. O que uma chuva abençoada não faz! Pela esquerda, o Bacana trocou passes até Rosseto testar Carioca, que fez a rápida reposição para Brunão chutar para fora da intermediária. Em seguida, o Tapas conseguiu lateral, batido da direita para a cabeçada precisa de quem tem cabeça para conversar sobre assuntos do Planalto Central! 2 x 2! O empate anotado por Zaron dava o tom apresentado pelas equipes. Se terminasse igual não seria injusto.
 
O problema é que o gol fez o Tapas tomar uma força desproporcional ao que o Bacana apresentava. Tanto que Fê Loko pediria um break logo que sua equipe sofreu três tentativas seguidas e distintas. Zé cobrou falta rasteira da intermediária e Piero defendeu à linha de fundo. Logo depois, Rafa Ornelas teve de se virar nos 30, ou melhor, entre dois marcadores pela esquerda, e sentou a botina, que passou perto da meta bacana. Zanardo fechou a trinca da intermediária, com Piero agarrando.
 
A volta da pausa, porém, não surtiu em melhoria para o Bacana. Depois de escanteio pela direita, Zaron testou para fora. Rafa Ornelas quis emoção ao perder no ataque tapense, com a criança sendo mandada à entrada da área de Carioca para Julião chutar por cima. Porém, seria outro Rafa a entregar a rapadura. Rafinha vacilou na defesa e deu “passe” açucarado para Rafa Ornelas, que abriu para Zaron na esquerda e foi deslizar dentro da área para completar o cruzamento e fazer um gol à la Real Madruga! 3 x 2! Mesmo que Matheus ainda tivesse buscado o empate (Carioca defendeu), a onda vermelha superava a chuva e as críticas!
 
Ficha técnica
 
Tapas 3 x 2 Bacana – 6ª rodada da X Copa Calcio
 
Gols: Brunão, Zaron e Rafa Ornelas (T); Romulo e Julião (B)
 
Cartão amarelo: Romulo (B)
 
MVPs: 1 – Zaron (Tapas); 2 – Sono (Tapas); 3 – Julião (Bacana)