Apenas uma rodada não é suficiente para determinar quem sobe, cai ou permanece na divisão. Ainda mais quando, entre a abertura da competição e a rodada seguinte, há um feriado católico para brecar a animação dos jogadores. Porém, duas partidas, em divisões distintas, já colocarão frente a frente líderes. São os casos de Maciota’s x The Veras e, principalmente, Baixada de Munique x Sem Domínio.
 
No caso do duelo rubro na Aço, principalmente porque ele já pode ser decisivo ao Grupo A da Aço. Isso se deve ao favoritismo atribuído às duas equipes oriundas recém-promovidos do Chuteira 5. Aliás, o atual campeão da última edição já chegou como candidato número 1 a faturar o grupo assim que foi encerrado o sorteio realizado no dia 17 de março. Quem viu o sorteio sabe o que disseram os analistas Lucas Pires e Douglas Almasi.
 
“Achamos que temos esse favoritismo por causa do histórico, pois somos os atuais campeões do Chuteira 5, então, acaba sendo natural vocês (da imprensa) cravarem isso. No entanto, trouxemos reforços para este semestre, pois sabemos que em cada série acima os jogos são mais difíceis”, externa Hec, um dos principais nomes do Baixada de Munique. O fato de trazer novos jogadores é fator importante para a temporada. Como virou alvo a ser batido, o time precisaria de um algo a mais, sobretudo para encarar uma equipe que ganha confiança a cada semana. Rafa Cury, conhecido como Falcon, gosta de saber que o Sem Domínio está entre os nomes apontados para ser campeão, mas mantém os dois pés no chão antes de ser chamado de ‘favorito’. “Ser considerado um dos favoritos é bom, mas não é um status que estamos levando em conta, pois há mais equipes no mesmo patamar ou melhores que a gente”, esfria Falcon, mas sem perder a ternura: “Esse status de ‘favorito’ vem com responsabilidade, porque todo mundo vai querer tirar pontos da gente. Apesar de o time estar se ajeitando, ainda não ganhamos nada. Quanto à ansiedade, se você não sentir o frio na barriga e a responsabilidade antes do jogo é melhor nem entrar em quadra”, complementa.
 
Já classificada como ‘final antecipada’, a partida entre Sem Domínio e Baixada de Munique tem outro atrativo: uma certa revanche, misturada à rivalidade. Na última edição do Chuteira 5, ambos os times se enfrentaram duas vezes. Em ambos os casos, a turma de Santos se deu melhor – sendo na fase de classificação triunfo por 5 x 4 e, principalmente, na semifinal, quando o Baixada venceu por 4 x 3, com o gol salvador de Tubas saindo nos acréscimos, seguido de desperdício de shoot out por parte de Jão (leia a matéria da semifinal aqui).
 
“É um jogo de 6 pontos, sim. Meio clichê, porém factual: pode ser uma partida que vai definir o grupo. Tivemos dois jogos contra eles com resultados a favor. Entretanto, foram dois jogos apertadíssimos, nos quais qualquer um poderia ter vencido. Consideramos eles com mais conjunto e força até que o Parceradas (sem qualquer desmerecimento). Nossos jogos contra o Sem Domínio foram os mais complicados. É um time forte fisicamente, o Cocada é um ótimo atacante, e eles só não venceram por detalhes. Consideramo-nos tão favoritos quanto nós”, exalta Hec, projetando duelo apertado neste sábado.
 
Já pelos lados do SD, Falcon diz que “o jogo contra o Baixada será uma das grandes partidas que vamos ter nessa primeira fase”. Contudo, ele descarta se tratar de uma final antecipada. “Não é a grande decisão, mas é um dos jogos que merecem atenção especial e que estávamos com mais vontade de jogar por tudo que ocorreu no segundo semestre de 2017”, finaliza o novo manager alvi rubro.
 
Vale mais que a liderança – Se a Aço terá um confronto digno de final, a Prata colocará frente a frente tradicionais camisas na disputa para ver quem vencerá duas partidas seguidas. Quem levar os 3 pontos assume a liderança, seja com a companhia do All Games ou de forma isolada. Porém, mais do que a ponta da tabela, vale é o aumento da confiança para o lado ganhador.
 
Justamente essa confiança que o Maciota’s quer alcançar. Mais uma vez iniciando o semestre sob desconfiança, os jogadores remanescentes dão o apoio aos novatos e querem, mais uma vez, calar os críticos de plantão. “A nossa base de jogadores experientes, como Jerry, Fê Pereira, Tiago e eu, é o que fortalece o time e mantém um padrão de jogo”, revela Alê, um dos jogadores mais longevos da equipe. “Procuramos entender nossas fraquezas e fortalezas para entrar em quadra já sabendo como jogar, dada as características dos atletas do elenco. Todos que citei acima procuram manter um grupo de amigos unidos e isso não é demagogia. Procuramos ao Maciota’s pessoas que se enquadrem em um perfil ‘do bem’”, enaltece Alê. O The Veras também busca afastar as desconfianças, trabalhando sempre com perfil similar ao que Alê citou. Uma semana após perder o título da Divisão Prata da Copa Apertura para o Broders, o time azul e grená assombrou algumas pessoas com um sonoro 5 x 1 ante o Só Quem Sabe. Isso fez o time relaxar, a ponto de Nico, o pedal mais irado do Ibirapuera, revelar o ‘segredo do sucesso’. “Esse início arrasador está na tentativa de todos nós sermos blogueiros fitness, fazendo exercícios e comendo muito abacate e quinoa”, diverte-se Nico.
 
O duelo será bom, pelo menos no pensamento de Alê: “A gente sabe da importância de ganhar o próximo jogo, principalmente porque está no começo”. Contudo, o lendário jogador faz uma ressalva. “Não podemos colocar um peso excessivo (ante o TV), a fim de não prejudicar o psicológico. Não podemos entrar em quadra distraídos com qualquer assunto fora do jogo. O lema é entrar e jogar nosso melhor futebol e de maneira mais organizada possível”, suaviza Alê.
 
Quanto ao The Veras, Nico é mais centrado ao responder se o time estudou as jogadas do adversário. “A gente gosta muito de estudar. E muito de batata também. Logo, o jogo será uma espécie de busca incontornável pela resolução de um dilema que não sabemos responder: estudo ou batata?”, indaga o eterno verense 14. O time do carisma segue imbatível no quesito.