A G11 pegava fogo. O clima era tão quente que nem um balde de água fria resolveria o problema. Porém, nada tem a ver com os jogadores estarem pilhados: o sol forte impediu que Voando Baixo e Se7e de Perdizes realizassem uma partida mais técnica, que fosse compatível com o nível de expectativa gerado em torno dessa oitava de final. Mesmo assim, garra não faltou – sobretudo quando Vinicius acertou chute despretensioso, mas suficiente para fazer a equipe dos suspensos Bruno e Pasqual sair classificada com o placar de 3 x 2.
 
O Se7e compareceu com seu tradicional elenco, enquanto o VB chegava aos pingados – inclusive começando a peleja sem reserva. Mesmo assim, os 3 minutos iniciais foram xoxos, de muita destruição, pouca ação e uma moleza sem precedentes por conta da ‘lua’. No primeiro bom ataque efetivo, contudo, Gabriel se valeu de saída errada da zaga rival e avançou pela direita, rolando no centro à chegada de Bolas – que dominou e cutucou às redes. 1 x 0! Só que logo a resposta chegaria, e de forma certeira: Cabral arremessou lateral pela esquerda à área, Henrique desviou de cabeça e mandou, fraca, no canto direito. Lalas aceitou o peru de Natal antecipado. 1 x 1!
 
Com 5 minutos já haviam saído dois gols, ou seja, promessa de excelente jogo. Não foi bem assim. O marasmo passou a ditar o ritmo do embate que definiria o adversário do 2 Tok’s na próxima fase. Mion tentou dar ânimo, ao carregar pelo flanco direito, puxar para o pé esquerdo e mandar no cantinho, mas para fora – com perigo. O VB aproveitou o embalo e foi novamente ao ataque, dessa vez com Reinaldo, que cobrou falta pela direita por cima da baliza.
 
O tempo passava lentamente, afinal, o sol castigava a moçada. O jogo era travado, até mesmo ruim em se tratando de duas equipes com destaques individuais. Reinaldo e Robinho eram cerebrais, e as esperanças eram depositadas em ambos. Após bom tempo de sonolência, Vitor resolveu animar o ambiente, ao levar pela direita, aplicar bela finta em Rubens e mandar a patada cruzada que passou tirando tinta da trave. O Se7e, até então mais se defendendo, resolveu mostrar que estava na partida. Renato fez bom cruzamento à área, Bolas meteu a testa sem dó, mas por cima.
 
O placar voltaria a ser movimentado perto dos 19 minutos.  Em falta rolada da direita para o meio, Renato cacetou no alto e saiu para o abraço. 2 x 1! Com isso, a reta final da etapa 1 ganhou em emoção. Reinaldo recebeu na entrada da área mas foi barrado no baile na hora H, e sua tentativa subiu. Rubens reagiu cobrando falta: tiro rasteiro para fora.
 
Antes do empate, Henrique fez lançamento pelo lado direito de sua zaga e mandou cruzado à área adversária; Rapha, o Lôko, surgiu na esquerda e desviou de cabeça, mas por cima. Era o ensaio para a igualdade: após lateral pela direita, Tiago tentou, mas quem marcou foi Vitor, que ficou com a sobra pela esquerda para meter caixa e levar o 2 x 2 ao intervalo.
 
Não pense, leitor, que a segunda etapa foi diferente. O tempo foi tão moroso quanto o primeiro. Quem resolveu agitar os tamborins foi Thiago, que mandou de longe, mas a bola desviada saiu com veneno. Rapha, o Manso, resolveu dar o troco e saiu na cara de Lalas, mas foi travado e perdeu boa chance. Reinaldo também tentou: pela ala direita mandou a perna esquerda e o gol só não saiu porque a mira estava um pouquinho desregulada.
 
Jogo ruim, com o nível técnico quase inexistente. E isso porque Pasqual nem jogava – o que daria mais sonolência a todos que participavam do jogo. Só que falta de vontade não era uma expressão vista. Mesmo com a partida aquém do que as equipes poderiam demonstrar, a raça era vista em muitas disputas. Uma noção de como o jogo era tenso, mas ruim: a maior atração ocorreu aos 10 minutos quando o VB chegou à 5ª falta – incrivelmente não explorada pelo Se7e até o apito final! O autor da infração foi Mion que, na verdade, levou cartão amarelo quando o jogo estava paralisado. Antes de ficar com a corda no pescoço, o VB se safou pois o giro de Guilherme na entrada da área saiu com muito perigo. O time das Perdizes pediu um tempo.
 
O retorno da pausa não fez nenhum panorama mudar. Times tensos, pouca criação e uma impressão de que ninguém estava a fim de definir a vaga no tempo normal. Mion até tentou, ao roubar a criança e entregar a Reinaldo na direita, que mandou o sapato desviado que saiu por pouco. Guilherme respondeu passando no meio de dois marcadores e obrigando Gui Pires a fazer boa defesa. Lalas também faria boa intervenção ao defender arremate da intermediária de Reinaldo, após Rapha, o Lôko e Manso, se projetar para receber possível assistência do jaqueta 5. E ainda teve Henrique mandando de sua zaga para Reinaldo, pelo meio: ele girou mas chutou para fora.
 
A reta final se aproximava, mas a bola parecia queimar nos pés dos jogadores. Robinho recebeu de Guilherme, dominou, prendeu e soltou um tirambaço que obrigou Gui Pires a espalmar de forma sensacional! Enquanto isso, nada de falta para o Se7e. Para piorar, Reinaldo quase chegou em duas chances distintas: chutou pelos dois flancos, mas parou nas duas vezes em Lalas. De fora, a impressão que se tinha era a de que ninguém queria marcar gol. Chances aconteciam, mas as forças pareciam minguadas.
 
O VB pediu tempo aos 23 minutos – no afã de conseguir uma estratégia para colocar a bola na rede e sair classificado. Antes da pausa, Vitor arremessou escanteio pela direita e Manuel meteu a testa, que acabou passando por cima do travessão. A pausa fazia sentido, pois se alguém estava perto do gol salvador, este era o VB. Só que aí veio o chute super, ultra, mega, hiper, blaster despretensioso de Vinicius pela esquerda: no placar 3 x 2, eliminação do VB e a confirmação de Se7e de Perdizes x 2 Tok’s no próximo sábado para ver quem vai à semifinal.
 
Ficha técnica
 
Voando Baixo 2 x 3 Se7e de Perdizes – oitavas de final do X Chuteira de Aço
 
Gols: Henrique e Vitor (VB); Bolas, Renato e Vinicius (7)
 
Cartão amarelo: Mion (VB)
 
MVPs: 1 – Robinho (Se7e de Perdizes); 2 – Reinaldo (Voando Baixo); 3 – Rubens (Se7e de Perdizes)