O jejum de vitórias sempre incomoda. Ainda mais quando equipes qualificadas começam a errar demais e passam muitas rodadas sem vencer. De um lado, o MachuPichu vinha de dois empates sofridos; do outro, o Só Quem Sabe, recém-rebaixado da Série Ouro, que ainda não pontuou no semestre.
O “jogo dos desesperados” começou bom, com gol logo no início. Tebas cobrou lateral na cabeça de Luis Blanco, que é matador e, mesmo desequilibrado, conseguiu desviar no ângulo, sem chances para o bom goleiro Kamikaze.
Com mais ritmo, os peruanos mostravam apetite e chegaram mais duas vezes em sequência, em dois arremates de Caique defendidos pelo arqueiro. Enquanto isso, ainda assimilando o golpe, o SQS tentava sair jogando com bolas longas, procurando o veloz Pedrinho no comando do ataque. Mas os lançamentos pareciam esbarrar na parede vermelha e preta formada pela defesa do MachuPichu, que não tinha Pipo debaixo da meta, suspenso.
Desfalcados de Ricci, os peruanos não sentiram a falta do atacante graças ao talento de Lukinhas, camisa 77, que é muito habilidoso e joga sempre em direção à meta adversária. Uma das provas do talento do armador peruano aconteceu pela ala direita, quando, pressionado pela marcação, passou a bola por debaixo das pernas de dois zagueiros e acertou o pé da trave.
Impossibilitados de atacar com a bola rolando, o Só Quem Sabe apostou na jogada de bola parada. Fabricio, que já se destacava no meio-campo, acertou boa cobrança de falta e exigiu os reflexos do goleiro Phi. A defesa motivou o time branco, que passou a ter mais tranquilidade para chegar ao setor ofensivo, também facilitados pelo cansaço do MachuPichu.
Já na marca dos vinte minutos, Caique partiu sozinho pela esquerda e brilhou. Finta na marcação, bola para a perna direita e chute chapado no canto baixo de Kamikaze, que estava encoberto pela própria zaga e não viu a bola a tempo de fazer a defesa. O jogo só não ficou melhor para os peruanos porque a defesa bobeou no último lance do primeiro tempo. Em cobrança de escanteio, Fabrício antecipou a marcação e cabeceou pro chão, diminuindo a vantagem do time rubro-negro.
Curiosamente, o segundo tempo não continuou com o mesmo ritmo. Talvez pelo frio ou pela garoa fina que já banhava os jogadores, o início da etapa foi modorrento. Com poucas jogadas individuais e as defesas levando a melhor sobre os ataques, a plástica da partida caiu muito.
Caique, um líder dos peruanos, arriscou de longe, mas não conseguiu nada. Pedrinho, que foi praticamente anulado na primeira etapa, tentou recuar um pouco para buscar o jogo, mas a bola e a quadra molhadas não ajudavam na progressão em velocidade.
Só aos nove minutos do segundo tempo que o futebol voltou a ser praticado e com direito a gol. Novamente em jogada de bola parada, Fabrício tentou cabecear e foi marcado, mas a bola sobrou para Jacobi, que bateu forte e deu sorte. A bola passou pela floresta de pernas na frente do goleiro Phi e morreu no fundo do gol. Tudo igual no placar.
Após sofrer o empate, os peruanos tentavam retomar o bom ritmo da primeira etapa. Luis Blanco, um pouco apagado nesta partida, foi para o banco. Lukinhas insistia na jogada individual e em algumas oportunidades falhava pelo excesso de fintas. A chance que o MachuPichu precisava era na bola parada, em alguma jogada ensaiada ou em batidas de fora da área, contando com o gramado molhado e perigoso para os goleiros.
A terceira opção se fez suficiente. Após sobra da defesa, o zagueiro Badari pegou forte na bola e contou com a sorte. A bola desviou na defesa adversária e matou Kamikaze, que nada pôde fazer para evitar o tento que colocaria o MachuPichu de volta à frente do placar.
O gol deu tranquilidade e a proximidade da vitória reduziu os erros dos peruanos. Girando a bola com técnica e habilidade, o time vermelho e preto colocou o rival na roda e começou a “cozinhar” o jogo. Ganhando divididas na defesa e deixando a bola longe da meta de Phi, o MachuPichu garantia o primeiro triunfo deste semestre.
No último lance da partida, Fabrício tentou de longe, mas encontrou Phi bem colocado e atento para fazer a defesa. A derrota frustrou ainda mais os planos de retornar à elite do Chuteira e, agora, o Só Quem Sabe terá que mostrar muito futebol para conseguir uma vaga no mata-mata neste grupo muito equilibrado.
Com o triunfo, os peruanos chegaram a cinco pontos ganhos e estão na sexta posição. Na próxima rodada, eles terão pela frente a força do Lodetti em um jogo que promete ser o mais emocionante da rodada. Mais para baixo na tabela, o SQS está abraçado ao Basicus, também ex-Série Ouro, ambos sem nenhum ponto, mas com o time branco levando vantagem no saldo de gols. No próximo sábado, o Só Quem Sabe enfrenta o líder The Veras.
Ficha técnica
MachuPichu 3 x 2 Só Quem Sabe – 3ª rodada do XII Chuteira de Prata
Gols: Luis Blanco, Caique e Badari (MP); Jacobi e Fabrício (SQS)
Cartões amarelo: Tebas e Lukinhas (MP); Tessarin, Fernando e Fabrício (SQS)
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