Na abertura desta edição da Calcio, o Clássicos perdia ao Duff’s, mas o que chamava a atenção era o que se comentava nos corredores enquanto a peleja acontecia. A maioria dos jogadores e torcedores de outras equipes achava que o time do arqueiro Muralha não seria um candidato a título três meses após a abertura do torneio. Na noite de 29 de novembro, Guga liderou uma equipe entrosada e taticamente perfeita, que não deu chance alguma para o Boa Pergunta: o 2 x 0 eliminou outra equipe que foi semifinalista na última edição do certame.
O primeiro minuto e meio foi o famoso tempo aos estudos até Guga fazer bom lançamento para a infiltração de George, que matou no peito e viu Dias sair arrojado de sua meta. Não demorou nada e logo Guga voltou ao batente, mandando de longe e vendo Dias não correr riscos ao mandar o chute a corner. A peleja ficou um tanto modorrenta até os 5 minutos, quando a envolvente troca de passes fez Vicente Melo surgir no ataque, rolando atrás para, outra vez, Guga arriscar. Chega, Guga, três chances e nada.
A linha defensiva clássica já era notada. Atualmente, é o melhor sistema de marcação do torneio, o que facilitava os contragolpes, como o de George para Edinho sentar a paulada e ver Dias fazer nova intervenção! Sem querer ficar acuado, lá foi o BP para o seu primeiro ataque, aos 6 minutos: Cozzo arremessou lateral pela direita atrás à pancada de Jota, que passou longe do arco. Mesmo assim, Vicente, George, Junior, Guga e Gui Simão executavam muito bem o que fora proposto e levavam perigo até quando erravam: o time trocava passes na defesa até a bola ir na fogueira para Junior, mas como ele treinou no São João, conseguiu esticar a perna e passar para Guga, e este lançar Edinho para dividir com Dias e ver a chance bater no travessão!
O Boa Pergunta não apresentava recursos para sair do óbvio. Foi preciso Rato sair de trás, contar com o saltitante Cozzo fazendo o corta-luz no meio, e chutar rasteiro no canto para tirar tinta da trave! O time se animou e, no minuto seguinte, Cozzo largou a vida de malabarista para esticar a Matias na linha de fundo, aí ele mandou pro gol e bateu tanto em Muralha quanto no travessão, ou vice e versa, e morreu na lateral. A alegria, contudo, terminou quando Guga recebeu na direita e cruzou para Gutinho finalizar para fora com perigo e, trinta segundos depois, quando o autor do último passe levou perigo com seu cruzado rasteiro do flanco direito!
O cenário mostrado foi corroborado aos 13 minutos. O Clássicos chegou na alta velocidade de Edinho pelo meio, que sentou a botina e a bola pegou em Rato, sobrando para Guga, na ponta, mandar para o meio do pagode novamente e Edinho completar, agradecendo o desvio no meio do caminho que matou Dias. 1 x 0! A desvantagem fez o BP ficar atordoado, tanto que, no minuto seguinte, outra vez os clássicos contaram com desvio, dessa vez em chute de Guga pela meia e que Dias teve de operar um milagre no chão!
O tento esfriou o jogo também. À frente no placar, o Clássicos se fechava bem à espera do contra-ataque da alegria. O time até pediu tempo técnico, e depois disso, lance bom apenas aos 18 minutos, quando Guga lançou Edinho mas o autor do gol não alcançou o presente. O BP fechou o primeiro tempo com chances, uma com Cozzo cruzando da esquerda para Cunha não chegar a tempo de concluir, e outra com Rato carregando pela esquerda, mas com chute que Muralha defendeu sem o mínimo esforço.
O Boa Pergunta começou com mais volume de jogo a etapa derradeira, mas só levou perigo aos 2 minutos, quando Cunha recebeu no pivô e rolou atrás à batida cruzada e rasteira de Cozzo, que saiu com certo perigo. Só que o Clássicos tinha a vantagem e conseguiu um bom ataque quando Biel fez boa trama sobre a marcação pela direita e rolou no meio à chegada/paulada de Guga que Dias teve de se virar para defender!
A melhora do BP era significativa em relação à postura apresentada no primeiro tempo, mas isso não implicava em tirar a marcação do Clássicos do ajuste. Eram 5 minutos e nenhuma ação registrada aos leitores; o relógio chegou até o 7º minuto, e nada a ser elogiado ou destacado, a não ser o recado de George para Gutinho antes de render Guga a um merecido descanso: “Gutinho, você faz a esquerda”.
Só aos 8 minutos algo importante, quando primeiro Cozzo pediu calma para Jota em passe, e em seguida o homem da esquerda levou pelo meio e arriscou no canto, mas o clássico 17 só assustou o povão mesmo. Passados 30 segundos, o BP respondeu com lançamento para Matias ajeitar e Cunha jogar para fora sua rara participação.
O Clássicos, ao pouco, ia ganhando terreno e (perdendo) contragolpes. Num deles, aos 10, Gutinho acabou explodindo sua bomba na zaga quando o time estava com vantagem numérica. No minuto seguinte, outro contra-ataque, outra vez Gutinho, dessa vez fintando seu marcador pela esquerda e emendando potência que Dias teve de ser magnífico para salvar a corner! No minuto seguinte, a resposta de Badeu de longe fez Muralha ir ao chão para fazer defesa complicada!
O cronômetro apontava 13 minutos e nada de bola na rede, mas isso mudaria aos 15 minutos. Antes, em novo contragolpe, Edinho abriu para George, que abriu pro bate e fez Dias realizar boa defesa – o clássico 7 se emocionou tanto que até foi para o banco de reservas descansar por 2 minutos. De lá ele viu Rato ir ao abafa e quase obter sucesso, mas quem alcançou a glória foi Gutinho, que ligou a resposta imediata a Edinho; este, em velocidade, pronto para se livrar do carrinho, do arqueiro, e empurrar à meta vazia e fazer 2 x 0 – decretando a classificação do Clássicos!
O BP ainda pediu tempo técnico e retornou com Jota como goleiro-linha. Nada mudaria, já que se passaram 2 minutos do retorno e só uma jogada, ainda por cima de Guga, sambando na cara da sociedade pela direita e rolando para Biel voltar o passe; daí Guga só rolou para Edinho fazer seu hat-trick, mas a chance subiu. Então, foi o Clássicos que pediu um break para se precaver do ‘homem a mais’ na linha adversária. A volta foi com muito bumba meu boi até Matias soltar a pancada rasteira, mas sua tentativa saiu.
Os momentos finais ainda reservaram lances. Rubão fez excelente lançamento, mas a zaga clássica afastou bem e Edinho ligou o contra, mandando cruzado e rasteiro da direita que levou perigo. Na resposta, Cunha fez o pivô e Rato chutou por cima antes de ser convidado a sair da quadra antes de todos ao falar o ditado clássico aos árbitros! Guga ainda teve oportunidade para defesa do improvisado Jota, mas era tempo apenas para o Clássicos mostrar a quem falou antes da hora que futebol se ganha na quadra. Nas quartas de final, quem poderá provar se isso é ou não verdade é o Bacana.
Ficha técnica
Boa Pergunta 0 x 2 Clássicos – Oitavas de final da X Copa Calcio
Comentários (0)