Merengues e símios abriram oficialmente, na tarde do último sábado, a 21ª edição do Chuteira de Ouro. Os espectadores que compareceram viram um bom jogo que também foi, de certa forma, surpreendente: os vice-campeões foram pegos desprevenidos pelo bom futebol do Real Paulista Classic, que saiu do gramado com três pontos após bater o adversário por 4 x 2. Detalhe: Cadu, o artilheiro do time na temporada passada, não faz mais parte do elenco.
 
No início, ambos os lados optaram por priorizar a posse de bola e pouco se viu de chances efetivas de gol até mais ou menos cinco do primeiro tempo; o melhor lance veio em cobrança de falta de Rodriguinho, que mandou por cima. Já o RPC teve uma oportunidade quando Foguinho, o goleirão rival, resolveu sair jogando e por pouco não fez uma lambança. Ele foi obrigado a mandar para escanteio.
 
Apesar do susto, Rodriguinho e Prior iam se destacando na defesa alvirrubra; ainda assim, Mené levou bastante perigo após troca de passes com os companheiros. A resposta primata ocorreu após saída de bola bisonha da zaga merengue, que deu um bolão de presente para Tom; por sorte Xico estava tentou e pode evitar maiores danos a tempo. A boa defesa, entretanto, teve uma falha como sequência: nem um minuto se passara quando Prior bateu falta frontal com força e inaugurou o marcador. O relógio já marcava 12 minutos.
 
Mas o Real Paulista não se desesperou e aumentou a aposta nas trocas rápidas de passes. Gui quase deixou o seu após uma delas, mas Foguinho defendeu e Portuga não foi capaz de aproveitar o rebote. Se passaram alguns minutos e algumas cobranças ensaiadas de falta mal executadas até que Fabinho acertasse bela jogada pela ponta esquerda e passasse para Ichi, que bateu no meio do gol para fazer o 1 x 1.
 
A virada viria ainda no primeiro tempo, e com outro gol de fora da área. Lê Rosa recebeu de costas, fez a parede e serviu Gui, que bateu firme para anotar o segundo. O Primatas entrou em pane – apagão este que custou caro. Antes mesmo do intervalo, Vina avançaria em velocidade e daria ótima passe para Gabão bater de chapa e ampliar. A mesma dupla por pouco não marcou o quarto: desta vez, a zaga primata conseguiu afastar a tempo.
 
Para o segundo tempo, a curiosidade era saber como a equipe que ia perdendo se portaria: eles bem que tentaram tomar a iniciativa nos primeiros momentos, mas o Real Paulista seguia mais perigoso. Vina, mais uma vez, arranjou bom passe para Gabão, que só não marcou por conta da intervenção providencial de Foguinho. Lê Rosa, desferindo uma bomba de fora da área, também assustou o arqueiro.
 
Faltava alguma coisa ao Primatas, que não apresentava a mesma GAMA de jogadas de outras oportunidades. Ainda assim, a equipe seguiu na briga: Menor pôs Xico para trabalhar e Prior obrigou o goleiro a ceder um escanteio. O RPC, por sua vez, marcava bem, com destaque a Portuga – exceto na ocasião que ele tomou um corte seco de “El Loco” Tieppo, que chegou perto de diminuir.
 
Só que não houve muito tempo para se pensar em pressão: aos 14, Mené cruzou na medida para Fabinho (outro que ia muito bem na cobertura) marcar o quarto e reduzir as esperanças da macacada a cinzas. Com a vantagem, o RPC pode por a bola no chão, enquanto o Primatas começava a errar passes de três metros. Quem chamava a responsabilidade no campo de ataque era o xerife Prior, subindo mais que o zagueiro Lúcio. Foi justamente dele que partiu o segundo gol do Primatas,, após bomba indefensável vinda da esquerda.
 
O gol poderia iniciar um corre-corre pelo empate, mas isso não rolou: o RPC manteve a calma e Fabinho e Portuga construíram boa jogada na esquerda; o segundo passou a bola para Vina, que desperdiçou uma boa chance de anotar o quinto. No lance seguinte, o goleirão do Primatas aplicou um carrinho no camisa 25 do RPC e ninguém entendeu o porquê de não ter rolado um amarelo.
 
O Primatas se valeu da última parada técnica para montar uma tática de guerra que levasse aos gols que lhe faltavam. O máximo que conseguiram foi deixar grandes espaços na defesa, aproveitados por Lê Rosa no último minuto da partida; Foguinho, contudo, impediu uma derrota por um placar maior.
 
O revés dos Primatas colocou a equipe na sétima colocação ao fim da primeira rodada, posição que não deve ser melhorada tão cedo, visto que a equipe folga dia 19 e só volta a campo em abril. Já o RPC pega o atual líder Camelo em um duelo que pode indicar quem vai brigar mesmo pelo topo do grupo.
 
Ficha Técnica
 
Real Paulista Classic 4 x 2 Primatas - 1ª rodada do XX Chuteira de Ouro
 
Gols: Ichi, Gui, Gabão e Fabinho (RPC); Prior (2) (P)
 
Cartão amarelo: Gui Fenômeno (P)
 
MVPs: 1 - Fabinho (RP Classic); 2 - Prior (Primatas); 3 - Vina (RP Classic)