Tanto empenho, tanto sacrifício, para morrer na praia? Pois é, o Real Madruga teve seus sonhos de pular as oitavas de finais indo por água abaixo quando foi derrotado pelo The Veras por 4 x 2. E logo o time que precisava de apenas uma simples vitória para conseguir a segunda posição, que pertence ao StarFucks. Na rodada passada, os azuis tiveram uma convincente vitória justamente sobre a Sereia, era só ganhar de um adversário virtualmente mais fraco, que garantiria a segunda posição, mas futebol é decidido com a bola rolando, e não com colocações vantajosas na tabela. Já o Rolo de Pastel garantiu sua participação na próxima fase como último classificado do Grupo A.
 
A partida começou lenta, com os jogadores de ambos os lados se estudando. Alguns arriscavam lançamentos, só que não davam em nada. O entrosamento só iria funcionar poucos momentos depois. De repente, rápido como quem foge do Seu Barriga, por dever catorze meses de aluguel, o camisa 14 do Real Madruga, Gus, recebeu a bola na entrada da área e mandou uma bomba no travessão. Na sobra, a bola ficou viva entre Binho e Cesinha, os dois correram para alcançá-la, só que Cesinha chegou na frente e empurrou no canto esquerdo. 1 x 0!
 
Na tentativa de aumentar a vantagem, Boi correu por onde a grama era mais verde, na quina esquerda da grande área. No lançamento em sua direção, o camisa 32 deixou a bola passar, girou o corpo e mandou uma cacetada com intuito de acertar o canto esquerdo de Binho, mas por muito pouco a bola foi para fora. Quase! A sequência foi qualquer coisa de incrível. Cesão disparou pela lateral direita, ultrapassou seus rivais, entrou na área e armou o chute, Binho foi para cima dele e evitou o gol ao receber toda a força do arremate, mandando a bola para escanteio.
 
Frio como gelo e tricolor como ele só, Napolitano cobrou um lateral para a área adversária, João Claudio cabeceou de costas para o gol, André estava em cima do lance e fez a defesa. Na reposição, o goleiro largou nos pés de Cucio, que só não marcou porque chutou para cima do gol. Em nova tentativa, Napolitano passou por todo mundo na lateral direita e fez tudo certinho, menos o chute para o gol que, mais uma vez, foi para fora.
 
Cansados de levarem desvantagem no placar, os atletas do The Veras resolveram jogar à vera e gritaram: “Mamãe. Ele me beliscou...”. João Claudio dominou na quina esquerda da grande área e desferiu um torpedo fortíssimo, Gus, que havia dado um carrinho para interceptar a bola, acabou desviando-a, enganando André. A bola sobrou limpa para Ariel só empurrar para o gol vazio. 1 x 1! Foi um tapa na cara do Madruga, que não esperava. Na quadra, quase se ouviu “Venha, Tesouro...”.
 
Em seguida, Simões estava com a bola dominada cara a cara com Binho, sem ninguém do adversário perto para dar-lhe combate. Com o gol inteiro à sua mercê, o camisa 14 cometeu o impossível de chutar em cima do goleiro, pode uma coisa dessas? Do centro para a esquerda, Ariel ligou um contra-ataque para João Claudio, que ficou no mano a mano com André, era a chance de pôr o time em vantagem, o camisa 19 apontou, atirou... para fooora! Por cima do gol, incrível como perdeu uma chance tão clara.
 
A indecisão era tanta, que Caião penou para espanar uma bola da defesa. Ao perceber o companheiro em dificuldades, já que estava ficando cercado pelos adversários, André tirou a bola dele e chutou de qualquer jeito. Só que a bola explodiu nas pernas de João Claudio e quase entrou no gol, saindo pelo lado esquerdo.
 
Quase no fim do primeiro tempo, Bruninho cometeu o vacilo de tentar limpar a jogada na frente do adversário, mas eis que Ariel roubou-lhe a bola e centrou para Marco entrar como um trem blindado e mandar um foguetaço no canto esquerdo de André. 2 x 1! O Real, que tão bem tinha começado a partida, ficou vendo estrelas depois do gol sofrido, ao passo que, não só era impedido de jogar pelos seus adversários, como batia cabeça na hora de armar contra-ataques. O primeiro tempo transcorreu sem mais emoções.
 
Nem bem a arbitragem reiniciou a partida, Ariel disparou em direção ao gol contrário e mandou um balaço, que André precisou defender com as pernas, indo a bola para escanteio. Na sequência, Vasco cobrou lateral no meio da defesa do Madruga, que só ficou olhando. Nisso, Marco apareceu de trás e meteu o joelho esquerdo na bola para vencer André. Os jogadores do adversário só ficaram se olhando, perplexos. 3 x 1! Eis que Bruninho tentou resolver com uma bela jogada individual. Foi pela lateral esquerda, driblou um e não conseguiu passar pelos demais, por isso, chutou de qualquer forma, só que foi longe do gol.
 
Ariel apostou corrida pela direta e desferiu um petardo, obrigando André a fazer uma grande defesa. O goleiro refez-se rápido e mandou aos companheiros. No contra-ataque, Cesinha correu pela direita, enganou a defesa e bateu firme no canto direito, Binho saltou como uma pantera e ficou com a bola. Quase! Minutos depois, Napolitano partiu em velocidade, enfrentou Caião de peito aberto, levando o adversário ao chão após a travada. O camisa 19 não perdeu tempo e emendou um chutaço no canto direito de André, aumentando mais ainda a vantagem. 4 x 1!
 
Após o gol, André sofreu com fortes câimbras, cedendo o seu lugar a Zaron. O comunista que o Chuteira de Ouro ama passou a jogar como goleiro-linha, como uma maneira de municiar melhor seus companheiros. Em seguida, Cesão puxou um ataque da esquerda, centrou a Bruninho, que emendou para a direita, a bola foi aos pés de Cesinha, que desferiu uma sapatada no canto direito de Binho, que golaço. 2 x 4!
 
Ró, ró, ró. Comemoração intensa do The Veras, afinal, a vitória foi o passaporte para prosseguir na próxima fase e poder enfrentar o Invictus. Já o Real Madruga deverá entender-se com o Absolutos.
 
Ficha técnica
 
Real Madruga 2 x 4 The Veras – 9ª rodada do XXI Chuteira de Prata
 
Gols: Cesinha (2) (RM); Marco (2); Ariel e João Claudio (TV)
 
Cartão amarelo: Ninja (RM)
 
Cartão vermelho: André (RM)
 
MVPs: 1 – Marco (The Veras); 2 – Ariel (The Veras); 3 – João Claudio (The Veras)