A virada do MachuPichu para cima do Roleta Russa Olímpico, no último sábado, foi mais um capítulo da surpreendente reação dos peruanos no Chuteira. Após ficarem atrás durante quase toda a partida, a equipe encontrou dois gols nos últimos dois minutos, venceu por 3 x 2 e terminou a primeira fase em uma satisfatória terceira colocação.
 
Como o Roleta - que passou com a última vaga do grupo - também já estava garantido na segunda fase, o jogo foi um pouco morno.  Os cinco primeiros minutos foram pura troca de bola, com o MachuPichu forçando um pouco a mão nas faltas - Rodrigo foi até amarelado por chegada forte em Victor Hugo. Com Chupeta e Nikão, os peruanos até que tentavam alguma coisa, mas a defesa do Roleta parecia bem postada.
 
A melhor chance dentre os dez primeiros minutos de partida saiu de Badari, que subiu da defesa para receber passe de Rodrigo e finalizou sem muito sucesso. Os russos trabalhavam menos o toque de bola, mas também tinham suas chances, como quando Phil invadiu e quase abriu o marcador.
 
O primeiro gol, porém, viria dos pés de seu rival Carlos Henrique, após ótima enfiada de bola do cerebral Badari: o camisa 20 recebeu, furou a defesa e fez. 1 x 0! Pagé teve ótima chance de deixar tudo igual no lance seguinte, mas foi Pina quem conquistou a igualdade: o camisa 5, que fazia boa partida lá atrás, acertou uma bicuda bem no ângulo de Tebas. 1 x 1!
 
A primeira etapa terminaria com Chupeta sendo amarelado por reclamação e, na volta, o Roleta se tornou mais determinado. Após grande reposição de Edu, Francisco teve boa chance, mas Tebas fez a defesa. Após lançamento de Alemão, Brian perdeu ótima chance de colocar o Roleta na frente. O gol da virada viria pouco depois, com o mesmo Brian completando passe de Fê Harada entre o meio das pernas do goleiro rival. 2 x 1!
 
Então o MachuPichu resolveu apostar em Tebas como líbero e o goleiro por pouco não deixou tudo igual; Harada tentou encobri-lo mais de uma vez, mas não conseguiu. O jogo se tornou mais truncado e a defesa de Pina e Alemão vencia a maioria dos duelos, por cima ou por baixo.
 
Acontece que os russos passaram a deixar muitos espaços para o MachuPichu ir para cima. Tebas pegava a bola na sua área e avançava para o ataque como queria, no maior estilo zagueiro Lúcio. Em uma dessas jogadas, ele enfiou para o irmão Ricci, que pôs Edu para trabalhar; no rebote, Victor Hugo furou. A pressão aumentou e Badari acertou uma bola venenosa e cheio de efeito no travessão.
 
"Tem que subir, pô", alertava o banco do Roleta, enquanto a equipe se retraía e congestionava a área de Edu. Foi justamente isso que possibilitou o gol do empate peruano: Rodrigo bateu de fora da área, a bola desviou no zagueiro e tirou o goleiro da jogada - o relógio marcava quase 25 minutos. Pina ainda conseguiu evitar que o goleiro Tebas virasse a partida no lance seguinte, travando chute forte do arqueiro, mas a sorte do Roleta tinha acabado: no último lance, Seckler arriscou, Iuri desviou de leve e Edu se enrolou todo. Virada relâmpago e Roleta perdendo mais uma vez! 3 x 2!
 
Vale observar que o time estava sem Kuminha e que a partida feita pelo Roleta foi melhor que as três últimas no torneio – mas o desempenho ainda é insuficiente para ambicionar voos mais altos. Nas oitavas, a equipe pega o atual campeão NQS e entra em condição de completo "desfavoritismo". Já o MachuPichu confirma seu papel de surpresa da primeira fase e pega o Real Paulista na sequência do torneio. O vencedor do confronto encontra o Vingadores.
 
Ficha técnica

MachuPichu 3 x 2 Roleta Russa Olímpico - 9ª rodada do XXII Chuteira de Ouro

Gols:  Carlos Henrique, Rodrigo e Seckler (MP); Pina e Brian (RRO)

Cartões amarelos: Chupeta e Rodrigo (MP); Phil e Alê Harada (RRO)

MVPs: 1 - Pina (Roleta Russa Olímpico); 2 - Badari (MachuPichu); 3 - Alemão (Roleta Russa Olímpico)