É justo cobrar mais de um time que venceu em sua estreia? No caso do Mulekes – sem dúvidas a equipe mais técnica e entrosada do Chuteira de Ouro – a resposta é sim. Em seu primeiro jogo nesta edição do torneio, os tricampeões venceram o Ras Time por 2 x 0, sem maiores dificuldades. Cabia mais, sem dúvidas, mas o Mulekes parece ter a mania de fazer apenas o necessário, e nada além disso.
 
As coisas transcorreram conforme o esperado: bola rolando e a mulekada, no maior estilo Guardiola, com quase a totalidade da posse de bola e sem marcar posições. No meio de campo, quem se destacava era Diego Orsi, que chegou a levantar os espectadores com um drible duplo. Apesar da habilidade demonstrada pelo camisa 88 e seus companheiros, o gol demorou a sair – até porque o Ras marcava com bastante vontade.
 
Valente, a equipe negro e celeste jogava praticamente com cinco guarnecendo a entrada da área, de forma que  esta se tornava quase intransponível, apesar das tentativas de Gian na esquerda. Para atacar, a única alternativa viável era apostar numa bola longa para Pet ou, na maioria das vezes, Leon, que tentava imprimir certa velocidade no contra-ataque. Mas o Mulekes já exercia controle do jogo e Orsi volta e meia aparecia como elemento surpresa dentro da área.
 
O primeiro chute a gol, contudo, só saiu dos pés de Rafinha passados mais de dez minutos; Lipe fez a defesa. Pouco depois foi a vez de VB receber bola infiltrada e martelar a trave. O Ras se segurava como podia, mas a coisa parecia prestes a se tornar insustentável. A terceira tentativa efetiva veio de Luquinhas, que pôs Lipe para trabalhar mais uma vez.
 
Gol que é bom, só aos 17: Fê Amato apareceu para o jogo, fintou o zagueiro, acreditou na jogada, foi até a linha de fundo e cruzou na medida para Fabinho escorar para o barbante, mesmo com a marcação em seu cangote. 1 x 0! A alteração no placar não mudou em nada a retranca do Ras, nem a postura do Mulekes, que seguia calmo. As coisas só ficavam um pouco mais agitadas quando Amato partia para cima: no último lance do tempo, ele e Luquinhas quase conseguiram sucesso após uma bela jogada dupla.
 
O gol “decisivo” veio logo na volta dos times à quadra, e saiu dos pés de Amato. Ele dominou no flanco central, partiu para cima puxando para a esquerda e bateu cruzado, sem chances para Lipe. O terceiro poderia vir na sequência, mas Leco, mesmo diante do gol, preferiu tentar um passo ao invés de chutar – talvez a tônica do estilo de jogo do Mulekes nos últimos dois anos. Enquanto isso, dificilmente o Ras saía de seu campo.
 
Melhor para Gian, Orsi e cia., que seguiram fazendo seu jogo. Orsi, inclusive, encontrou ótimo passe para Leco, que desta vez arriscou pro gol, não marcando por realmente muito pouco. Outra jogada de destaque contou com Luquinhas fazendo boa inversão para Fabinho, que recebeu no lado esquerdo do campo e finalizou um pouco mais alto que o ideal.
 
E a partida transcorreu nessa toada até o seu fim. No Ras, que terminou o jogo sem consertar seus problemas com a transição defesa-ataque, a melhor chance veio em chute mais ou menos de Du. Já o Mulekes fez algumas alterações, esperou o relógio passar e acertou a trave mais uma vez, dessa vez com Luquinhas, antes do fim da partida.
 
O triunfo levou o tricolor para a segunda posição ao fim da rodada, posto que será defendido neste sábado ante o Kansado (vem de derrota). Em penúltimo, o Ras pega o Vingadores, que bateu o Hidro na primeira rodada.
 
Ficha técnica
 
Mulekes 2 x 0 Ras Time - 1ª rodada do XXII Chuteira de Ouro
 
Gols: Fabinho e Fê Amato (M)
 
Cartões amarelos: Pedrinho (M); Favilla (RT)
 
MVPs: 1 - Fê Amato (Mulekes); 2 - Gian (Mulekes); 3 - Diego Orsi (Mulekes)