O Real Marista queria se recuperar da derrota na estreia. O Futeloucos não entrava em campo há três semanas, quando fora goleado sem dó nem piedade (7 x 1) pelo Maciota´s. Cansaço não seria desculpa. Falta de ritmo, talvez. O time até conseguiu jogar bem no final da primeira etapa, quando já havia sofrido três gols. Conseguiu descontar e dava pinta de que iniciaria uma reação na volta do intervalo. Mas a defesa voltou a cometer os mesmos erros da estreia e, assim como naquela ocasião, o técnicojogador Japinha deixou o campo de cabeça inchada. 
 
O Marista já começou arisco. Guina içou na área para Loiola. O goleirão azul acompanhou. Ela passou por cima do travessão e ninguém achou que uma surpresa fosse ocorrer logo de cara. O time é de toque de bola entrosado, dá aqui, pega ali. Mas também é time de jogadas individuais. E na arrancada pelo meio, Renan driblou dois marcadores, Loiola fez o pivô, e a fera teve todo o tempo para entrar na área, escolher o canto e bater rasteiro, sem chance para o arqueiro, para abrir o placar para o time vermelho: 1 x 0!
 
O time azul tentou reagir pelas pontas. Luisinho recebeu passe na direita e bateu cruzado, mascado, mesmo assim assustou. Os companheiros no banco aplaudiram. “Boa, Luisinho!”, gritaram. Em um vacilo da zaga azul, Fisio ficou com ela na zaga e quase ampliou. Pedrinho, atento, conseguiu bloquear o arremate, que passou longe do gol.
 
O Real continuava melhor e aos 12 ampliou. Renan cruzou do meio na cabeça de Loiola na área, que desviou de costas e correu para o abraço. 2 x 0. Três minutos depois, outro ataque mortal do time vermelho. Hec fez boa jogada pelo meio e tocou para Guina na ponta direita bater cruzado e marcar o terceiro.
 
O time azul reagiu. Kleber fez boa jogada pela esquerda e tocou para Diniz bater rasteiro, cruzado, da entrada da área. O arqueiro vermelho espalmou, mas o lance serviu para dar um gás aos loucos. 
 
O Futeloucos tocava bem na zaga, mas não conseguia fazer a bola chegar limpa no ataque. Transitava pelas laterais sem sucesso. Chance boa mesmo teve na falha do rival. O arqueiro Kiske cobrou o tiro de meta curto e entregou de presente para Kleber, que sentou o canudo em cima do arqueiro. A bola saiu por cima do travessão. Uh!
 
Japinha entrou e ajudou na movimentação pelo meio. Aos 17, Pedro Paulo acreditou. Avançou na raça pelo meio e chutou em cima de um marcador. No rebote, ele bateu rasteiro no canto direito e o goleirão não segurou. Gol do Futeloucos. 1 x 3!
 
Era tudo o que o time azul precisava antes do término da primeira etapa. Melhor no jogo, brigava no meio pela posse, às vezes levava a melhor, outras não. Como no lance em que o Guina recuperou a bola na intermediária e tabelou com Loiola e tocou para Fisio em ótima condição ampliar. Gol do Marista, o quarto.
 
O revés caiu feito uma ducha de água fria nos ânimos azuis, que depois de muito custo conseguira se recuperar na partida. Pra piorar a situação, Fisio acertou no último lance da primeira etapa um petardo de fora da área no ângulo direito do goleiro. Golaço! 5 x 1.
 
O Futeloucos voltou mais atento para a segunda etapa, fechando os espaços. As equipes controlavam bem a bola, mas sem muita profusão no ataque. O Real passou a cadenciar a bola e a apostar nos contra-ataques pelas pontas. Medeiros e Chucri tabelavam no meio, gastando tempo ou procurando a melhor opção no ataque. No lado azul, Japinha era quem mais agredia. A fera até conseguiu com muito empenho se livrar da marcação de Fisio pela ponta direita e bater à meia altura de canhota, mas o goleirão estava lá para impedir a festa.
 
O time azul tentava cruzamentos altos no ataque, já que pelo chão estava duro. A bola até chegava a Chulapinha, mas lá estava na cola dele Medeiros para desarmar. Até que, aos 9, Pedro Paulo avançou firme pela esquerda e cruzou na área para Pane escorar para a rede. Gol do Futeloucos: 2 x 5!
 
Mas a alegria durou pouco porque, no lance seguinte, Renan recebeu na esquerda e bateu cruzado da entrada da área, sem chance para o arqueiro Vete. 6 x 2.
 
Mesmo assim, o Futeloucos não desistiu. Fabião e Cesão trocaram passes na defesa. Chulapinha apareceu no meio e tocou para Pedro, que avançou pela esquerda e bateu na saída de Kiske, que conseguiu desviar para escanteio. O time azul não jogava mal, mas estava difícil encrencar a vida de um Real organizado, seguro em campo, forte em todos os setores. Chucri é uma fera. Não perdia uma dividida.
 
Pedro Paulo ainda perdeu uma chance de ouro aos 19. Após passe de Pane, recebeu cara a cara com o arqueiro, trouxe para o pé bom e bateu à esquerda da trave. Fechou os olhos e lamentou. Presságio da derrota?
 
Não, ainda não. Lusinho desperdiçaria outra ótima chance minutos depois. Foi quando o time vermelho perdeu a bola no ataque e armou o contra-ataque azul. A fera deixou a bola quicar uma vez antes de enfiar o canudo de peito de pé. Subiu demais.
 
O Futeloucos insistia. De Panda para Cezão. De Cezão para Luisinho na ponta esquerda. Luisinho concluiu rasteiro e o arqueiro pôs pra escanteio. Aí, aos 23, o golpe de misericórdia. Loiola tocou no meio para Chucri deixar para Fisio resolver a parada. Dito e gol. 7 x 2. E, só pra contradizer o repórter, ainda teve mais um. De Chucri. 8 x 2. E não se fala mais nisso. Fim de jogo.
 
O Real conquista a primeira vitória – e que vitória! – e se recupera da derrota contra o Wake. Encara agora o Voando Baixo, que ainda não venceu no torneio, pela 4ª rodada. Apesar do placar elástico, houve evolução no Futeloucos. O time jogou melhor que na derrota passada, mas precisa ao certo corrigir algumas falhas, sobretudo na defesa. A próxima parada é dura. O Interativo ainda não perdeu na competição, mas também não joga há um tempo. É esperar pra ver.
 
Ficha Técnica – 3^a rodada do VII Chuteira de Aço
 
Gols: Pedro Paulo e Pane (F); Renan (2), Loiola, Fisio (3) Guina e Chucri (RM)
 
MVPs: 1 – Renan (Real Marista); 2 - Fisio (Real Marista); 3 - Chucri (Real Marista)