Alguns jogos são mais difíceis de se esquecer. Grandes finais são – por essência – partidas que marcar a memória, mas para o Camaro, a última rodada da 14ª edição da Série Prata vai ter um gostinho especial na trajetória do time amarelo e preto.
 
O desafiante era o já classificado Leões do Brás, que não tirou o pé, deixando o cenário ainda mais complicado para o aurinegro logo no primeiro minuto de jogo, quando Berga aproveitou o rebote da zaga rival e, com todo seu oportunismo, não desperdiçou e inaugurou o placar com um tapa fora do alcance de Flávio, que já estava caindo.
 
A tentativa de responder rapidamente veio do veloz Reina, que comanda e organiza o meio-campo aurinegro, sendo a engrenagem principal da transição defesa-ataque, sempre levando a bola próxima do pé e enfileirando adversários por onde passa. O camisa 7 fintou um rival na ponta esquerda e bateu cruzado. A bola saiu mascada e sobrou para Rico, que tentou o arremate, mas foi prensado pela defesa leonina.
 
Aos 5 minutos, outro duro golpe no ímpeto amarelo. Sozinho na intermediária ofensiva, Berga teve todo tempo do mundo para dominar a bola com a sola do pé – típico de quem se criou nas quadras de futebol de salão – e bater forte, rasteiro, indefensável para o goleiro do Camaro. 2 x 0.
 
O jogo ganhava contornos trágicos, já que Flávio ainda era exigido com frequência e o placar dava indícios de que não ajudaria o Camaro na tão sonhada permanência. Mas, aos 11, Rico conseguiu renovar as esperanças da equipe. Em uma sucessão de erros, a bola sobrou para o camisa 9 dentro da área e ele fez justiça ao número que carrega, finalizando como um atacante nato e diminuindo a diferença no marcador.
 
A primeira etapa ainda reservava muitas emoções, e o Camaro teve um gol invalidado justamente, já que em cobrança de escanteio a bola passou por todo mundo e Xuxa acabou “aceitando”, mas, pra sorte do goleirão, o tento foi bem anulado. E, na “cozinha” aurinegra, o susto foi ao contrário, quando Luan arriscou de fora e carimbou o pé da trave, fazendo um arrepio frio congelar a espinha dos jogadores.
 
O intervalo ajudou os dois lados a recuperarem fôlego e recomeçarem o duelo na mesma velocidade. Logo no primeiro minuto, Luan saiu cara-a-cara com Flávio e o goleiro operou um milagre com os pés, fechando muito bem o ângulo. O lance foi um fator motivacional para o Camaro, que alcançou o empate com Vina, que recebeu passe de trás e fuzilou Xuxa com um foguete de primeira. A bola explodiu no corpo do goleiro e entrou.
 
O ânimo era tamanho que o aurinegro dominou a partida e impôs o próprio ritmo. Aos 10, Vina recebeu outra bola de fora da área e não perdoou, finalizando com raiva e concretizando a virada. 3 x 2! Mas a alegria amarela tinha prazo de validade, ou os “deuses do futebol” queriam testar o quão saudáveis estão os jogadores do Camaro. Em cobrança de falta, Mel rolou para Caio Diniz, que acertou um bonito chute cruzado, vencendo Flávio e jogando uma carga de drama na partida.
 
Minutos depois, a sorte sorriu para o Camaro pela última vez. Reina bateu com raiva e a bola tinha endereço, mas o desvio de Cesinha foi fundamental para matar a reação de Xuxa e colocar o time aurinegro à frente do marcador definitivamente, mantendo a equipe na Série Prata. Em contrapartida, o Leões, que se vencesse era 2º colocado, caiu para 6º e ficou sabendo que pegaria o Mercenários nas oitavas.
 
Ficha técnica

Camaro 4 x 3 Leões do Brás – 9ª rodada do XIV Chuteira de Prata

Gols: Vina (2), Cesinha e Rico (C); Berga (2) e Caio Diniz (LdB)

Cartões amarelo: Paulinho e Reina (C)

MVPs: 1 – Vina (Camaro); 2 – Berga (Leões do Brás); 3 – Reina (Camaro)