Mais do que ser MVP das finais, qualquer jogador em sã consciência, em qualquer campeonato, em qualquer parte do mundo, vai dizer que prefere o título. Mas temos aqui uma situação curiosa para a final da Bronze, entre Baixada de Munique e Invictus (este último, o vencedor do duelo a seguir comentado): o Baixada tem o doutrinador da liga, Beça. Logo, se o Baixada for campeão, dificilmente o MVP das finais não será o dono da camiseta 69. O Invictus, por outro lado, e do outro lado, foi até aqui um time sempre meio ‘chatinho’ (no bom sentido) de eleger os melhores em quadra. A responsabilidade e as boas atuações estão bem distribuídas — o que é um pontaço a favor da equipe comandada por Leandro Dias. D

ois nomes aparecem em destaque com mais frequência nesse mata-mata: Bruno SS e Alê Bianco, mas o fato de ter Beça do outro lado pode ser um indicativo forte de que, se o Invictus for campeão, o MVP das finais será um jogador mais defensivo, aquele que conseguir anular o astro santista. Léo Chamma? Faustinho? Moacyr?... Fim da ladainha sobre o jogo que ainda não foi, e vamos falar do que já aconteceu. O Lokomotiv fez uma partida um pouco abaixo do esperado, mas ofereceu ao público presente um bom espetáculo, vencido, sim e de forma convincente de novo, pelo Invictus (2 x 0), mas com boas atuações do lado aurinegro de Neto, sempre ele, e Markinhos.

A galera estava ansiosa pra começar logo a primeira semi da Bronze, mas mal o jogo começou, tiveram que parar pra resolver um problema nas placas da arena. Assim, o primeiro bom lance foi só aos 5 minutos. Neto tentou de esquerda, a bola desviou na zaga invicta e foi por cima da meta. O Loko voltou pra defesa e ficou esperando o adversário. Alê Bianco agradeceu o convite pra quadra rival e trocou passes com Bruno SS. O camisa 4 voltou de novo em Alê e correu pra receber o lançamento à frente – ele conseguiu fazer o desvio mas a bola não tomou a direção certa.

Na resposta do Loko, no lançamento de Romão na diagonal para Lucas cabecear à esquerda do gol. No lance seguinte, Neto conseguiu se desvencilhar de Moacyr, que até tentou puxar o atacante pela camisa mas sem sucesso. Ele ia centrando bem pra Markinhos, mas a zaga do Invictus fez o corte.

Agora, com quase 9, mesmo apertado na saída de bola, o Invictus conseguiu sair bem. Gú recebeu na meia-quadra e tocou com Alê Bianco no pivô, ele girou e se atrapalhou um pouco no arremate, mas a bola acabou saindo desviada, com efeito, e quase atrapalhou Garga. O goleirão se esticou todo e conseguiu executar a defesa. No lance seguinte, de novo Alê Bianco na bola, dessa vez pela intermediária, ele trouxe pro pé direito e chutou à esquerda do gol. Garga, estático, tirou só com o golpe de vista.

Do outro lado, Neto tentou iludir a marcação, girou buscando a batida, mas Léo Chamma, o barba que marca, estava em cima e bloqueou. Na sequência, Markinhos aproveitou sua velocidade pra conseguir levar pelo lado direito, tentou o cruzamento pra Neto, e Léo Chamma estava lá de novo pra ficar com ela.

Depois, já com 15 no relógio, Markinhos conseguiu recuperar a bola no ataque, ela sobrou com Neto, que tentou e ela saiu rasteira à esquerda do gol. Do outro lado, resposta do Inivctus no toque de bola. De Léo Chamma pra Alê Bianco, depois pra Faustinho, que voltou no Alê, e dele a finalização buscando o ângulo de Garga, que saltou e fez o desvio. Boa chegada! Na sequência, escanteio cobrado, bola espirrada na zaga que voltou em Moacyr, ele tocou em Alê Bianco, com boa condição, desperdiçar, à esquerda da meta.

Com quase 18, após perde e ganha ali entre os times, Léo Chamma recuperou ela na meia-quadra e tocou pra Alê Bianco mandar da linha do shoot out. Passou pererecando, com perigo, à direita do gol. Na resposta, boa intercepção de Zezé no passe do Invictus que chegaria em Marco, o próprio camisa 77 botou na frente, mas quando foi pra finalizar, Léo já tinha abandonado a meta e fez bem o bloqueio.

Agora, com 23 já, falta cobrada pela esquerda por Paulão, chute cruzado, que talvez ia pra fora, mas Paolo foi pra cortar e mandou contra o patrimônio. A arbitragem valorizou quem buscou o gol e deu uma moral pro camisa 8, anotando pra Paulão mesmo. 1 x 0!

No finalzinho deu tempo ainda do Invictus chegar mais uma vez. Bruno SS tinha perdido a bola no ataque, mas logo conseguiu recuperar e tocar na direita pra Tiago, que cruzou pra Derek chutar à queima-roupa. Garga executou o milagre!

No segundo tempo, logo no começo, Paulão tentou repetir o segredo do único sucesso do primeiro tempo, e foi pra cobrança de falta mais ou menos da mesma posição e distância. Essa quem bloqueou foi Garga, com o pé, pra afastar. Na sequência, Tiago conseguiu girar em cima de seu marcador, e Garga chegou pra cortar de novo. Na resposta do Loko, ataque rápido com Markinhos e cruzamento pra Neto, que se esticou e até conseguiu tocar na bola, mas não deu a direção correta.

Aos 3, lance do Invictus, que começou nos pés de Faustinho na direita. Ele achou Alê Bianco do outro lado. Dele atrás pra Derek, e de Derek pra Bruno SS, que bateu cruzado, buscando o contrapé. Garga conseguiu fazer o desvio e mandar pra escanteio. Na cobrança, Bruno SS foi acionado novamente e de novo parou na defesa de Garga.

Na resposta do Lokomotiv, bola no comando de ataque pra Neto brigar com a zaga e o atacante ser travado na tentativa de finalização. Depois, já com 9 no cronômetro, outra cobrança de falta pro Invictus, Léo Chamma rolou pra Bruno SS, arremate e defesa de Garga. Com o braço esticado à frente do corpo, o goleirão segurou firme.

Do outro lado, bola alçada pra área na cobrança de lateral, Léo saiu mal do gol e ela sobrou no pé de Markinhos, que acabou mandando por cima. O lance serviu ao menos pra torcida do Loko acordar e entoar seu canto, em jogo nervoso que até então só destinava às bocas a tarefa de roer as unhas. “Looooko, Loko, Loko, Loko, Loko….” Pronto. Enfim, a torcida tinha entrado no jogo de vez. Faltava agora o time fazer o mesmo. E era justamente isso que Neto cobrava dentro de quadra.

Pelo lado invicto, quem entrou bem foi Derek. No primeiro lance após voltar pra partida, aos 15, já conseguiu tomar bem a criança ali na meia-quadra. A jogada, porém, não teve sequência e ficou pro time aurinegro tentar atender à cobrança de seu pivô e principal jogador no semestre. Neto recebeu, iludiu a marcação, girou e bateu. Ia no canto direito, mas no meio do caminho a bola desviou no próprio companheiro e foi pra fora.

Aos 17, o Loko chegou de novo. Cobrança de lateral de Romão para Mark, no domínio a bola subiu um pouquinho e Mark aproveitou pra já emendar pro gol, à direita, pra fora! A torcida já se preocupava com os acréscimos, enquanto o Lokomotiv tramava ali, em tempo técnico, a tática para buscar o empate.

Na volta, com 19, Markinhos tentou nova subida pelo lado esquerdo, e Derek apareceu bem de novo pra fazer o bloqueio. Depois, Neto chamou Mark na tabela, mas na hora de marcar foi mais uma vez travado pela zaga invicta. Aí, Beça!, vai te dar trabalho, rapaz, se fizer uns... 3 gols? já é muito... Falando na zaga, com 21 minutos, Léo Chamma chegou junto em Markinhos, o jogador do Loko ficou no chão, e a arbitragem não marcou falta, muito menos cartão pra Léo, o que gerou muita reclamação da torcida.

No final do tempo regulamentar, Dinho tentava de alguma forma prender a bola no lado esquerdo do ataque, mas sem sucesso: o time ia ficando pouco com a bola, dando margem pro Loko chegar. Ao menos Dinho conseguiu em uma das bolas que recebeu abrir pra Marco, que foi bloqueado por Garga na hora do arremate.

E o final da partida ficou reservado de fato, como se pintava, para o Loko tentando pressionar nos últimos fôlegos e o Invictus buscando o contragolpe. Já nos acréscimos, Tiago conseguiu tomar a bola, acionou Bruno SS na direita e se mandou pra receber do outro lado. A bola chegou, mas ele, ao lado da trave, tentou dar a letra e soltou um garrancho, a bola ainda deu uma segunda chance pra ele, Tiago cortou a marcação, mas errou o alvo!

Depois, Neto tocou em Markinhos, que limpou a marcação, perto da linha do shoot out, e a finalização foi pra fora. Neto ainda teve mais uma chance, mas também errou o alvo. Aí, em nova subida do Invictus, Bruno SS recebeu na esquerda e rolou pra Tiago dessa vez ao menos empurrar pro gol! 2 x 0!

A torcida do Loko entoou seu grito de guerra ao final da partida, reconhecendo a entrega do time, apesar da derrota. O Invictus fica com a responsabilidade agora de bater de frente com o Baixada na final, e se tudo der certo vencer pra consagrar o palpite. Ao menos que vire o primeiro tempo na frente, reforço o pedido, que é pro cronista manter os 50% de aproveitamento. De qualquer forma, os espectadores da Bronze já podem ter a certeza de que, com Baixada ou Invictus, o título ficará em boas mãos.

Ficha técnica

Lokomotiv 0 x 2 Invictus – Semifinais XVII Chuteira de Bronze

Gols: Paulão e Tiago (I)

Cartões amarelos: Zezé (L); Dinho e Paulão (I)

MVPs: 1 - Alê Bianco (Invictus); 2 - Bruno SS (Invictus); 3 - Paulão (Invictus)