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Caveiras travam batalha decidida só no último segundo em favor do atual vice-campeão

Puta que o pariu. Que jogaço! Do c*. O último duelo, pela semifinal da temporada passada, foi épico, o melhor do ano passado. Agora, logo na estreia, não ficou por menos. Cada vez que estes times se enfrentam é assim: adrenalina pura!
 
A rivalidade nasce com o tempo. E dela, as melhores partidas, os clássicos. Ela alimenta sentimentos antagônicos: respeito e desprezo, amizade e vingança, amor e ódio. Mais ódio do que amor. Muito mais. Ela vai da água para o vinho. É irracional, mas sincera. O fato é que ela existe – e é imortal. Quando a bola rola, fica nítida – está no ar. Ganha forma, é possível tocá-la, sentir seu cheiro. E ela só existe para um fim: vencer.  Aí o bicho pega pra valer. Foi isso o que aconteceu.
 
Treze segundos. O número da caveira. O sinal de que a porrada vai comer. Thiago Cioffi fez falta por trás em Noal. Começou a batalha. Henry Hatakeyma não parava quieto. De um lado para outro. Se deixar o japa jogar, ele vai atazanar. É rápido. Recebe, passa e já está com a bola de novo. E ainda ajudava a zaga. Deixou com Teté, que tocou para Bruno Cruz rolar na direita de calcanhar para Deivids, dentro da área, finalizar. A zaga vermelha bloqueou na hora H.
 
Resposta imediata. Luiz Minici avançou pela direita – Teté chegou atropelando de bico para afastar, e a bola sobrou para Minici bater rasteiro. O chute saiu à esquerda de Gallego. Andrey revidou com uma pancada da esquerda. Alto demais. Partida aberta.
 
Felipinho no campo. Joga muito. Mas no primeiro lance, hum... Foi rolar a bola em lance de bola parada e entregou para o adversário. Briga pela bola na esquerda. Grita com os companheiros. Aponta o indicador contra o peito.
 
- É comigo, mesmo!
 
Escanteio. Henry cobrou na área e Cioffi testou. Uhhhhhhh! Foi por um triz que o bebê não chorou.
 
Bruno Cruz levou as mãos à cintura e reclamou. A jogada foi rápida, mas sobrou uma mão de Minici na bola. Pera lá, pera lá. O CAV saiu jogando rápido com Luis Osório, que tocou para Teté soltar o cacete do meio. Powwwwwww. Alan. O Mercenários tem goleiro, pô!
 
Quer ver? Cioffi rolou para Bruno Cruz chutar rasteiro do meio. Tá certo que o chute não foi lá essas coisas, mas Alan estava lá pra defender.
 
- Vem comigo – gritou Felipinho.
                       
Foi lá pela direita que o craque conseguiu uma brecha pra finalizar. Bateu cruzado, a bola desviou no gramado irregular e atrapalhou a conclusão, de carrinho, de Andrey.
 
- Bollito, pega o japonês – alertou os jogadores do SQS atrás da grade.
 
Henry estava mesmo gostando do jogo. O moleque joga. Armava jogadas pela lateral, brigava pela bola no ataque e, quando deu, finalizou. No último lance do primeiro tempo, acertou bom chute do meio. No entanto, Alan estava lá para fazer a defesa.
 
Cadê o treinador mercenário? Põe o Marquinhos pra jogar – era o grito que vinha do SQS.
           
O sol deu lugar a nuvens escuras. Alguma coisa estava por vir, e não parecia ser boa...
 
Maciel entrou para o segundo tempo trincando os dentes. Entrou duro em Deivids, Jogada leal.
 
- Aqui não, aqui não – disse o mercenário com a testa franzida.
 
No lance seguinte, mandou um voleio. Foi na cobrança de escanteio de Felipinho. Caído, expirou o ar dos pulmões. Um búfalo.
 
O coronel coçava o bigode. Vitinho, com as mãos no queixo e a bota de bico fino do Almir Sater, só observava. No pé do ouvido, deixou o recado a Henry:
 
- Passa ele, japa. Passa ele.
 
Marcação acirrada. Era Kadu. Uma fera. Só bêbado encara. Na jogada de ataque, o capitão entrou na área, trombou a marcação e finalizou na marra. Uhhhhhh. A bola saiu à direita. Tá ficando melhor. Para os dois lados.
 
Pela direita, Henry se livrou da marcação com um elástico e chutou rasteiro. A bola atravessou a área até a conclusão na trave de Deivids. Uhhhhhh. Foi por pouco. Já dava pra sentir o cheiro.
 
Bruno Cruz ajeitou com carinho para Minhoca maltratar a criança.
 
- Sim, não foi legal.
 
Andrey Leite e Deivids dividiram na lateral esquerda. Cruz e Bollito na direita. Raphão e Dezinho no meio. Cioffi e Tulio também não estavam pra lero-lero. Com um toque sutil, Leite tirou a bola do bololô e finalizou forte. Gallego segurou. Rafael Ribeiro respondeu na mesma moeda. Alan não vacilou. Deivids ficou na bronca no lance porque queria comer a paçoca.
 
 Uma hora aquela pólvora iria estourar. Até demorou. Rafael Ribeiro dominou no meio e chamou os companheiros para farra. Hatakeyma se apresentou próximo à área adversária e tocou para Deivids, de frente para a meta, chutar rasteiro no canto direito. Dessa vez não deu para Alan. Bola na rede. Gooooooooooooooooooooooooooooool do CAV. 1 x 0.
 
O Mercenários, que já vinha pressionando, não tirou o pé. Bollito ergueu o braço direito. Quando recebeu a bola, partiu para o ataque. Sete gotas de suor caíram na parte clara do gramado remendado. Vitinho olhava para o relógio.  A camisa encharcada. Cioffi pediu para o time recuar. Sentiu o perigo. Minici abriu pela direita e Bollito tocou. Jogada travada. Falta perigosa a favor do Mercenários. Noal disse que era com ele. Dois passos e meio de distância. Olhar fixo na bola. Gallego ajeitou a barreira com três. Paulada pra fora.
 
Deivids sabia que o Mercenários estava vivo. Muito vivo. Era melhor liquidar de vez a fatura. Não dar brecha para o azar. Pediu na direita, girou e bateu cruzado. Fechou os olhos. Foi por pouco. No contra-ataque, Tulio foi com tudo. Cruz chegou firme e parou a jogada. Falta. Cinco metros da meta. Gallego ajeitou a barreira. Jogadores de outros times chegavam para acompanhar o duelo das caveiras. Piiiiiiiiiii. Noal partiu. Gallego não teve tempo de reação. A bola estava lá: no canto direito, na rede. Pode gritar: Gooooooooooooooooooooooool do Mercenários. Partida empatada: 1 a 1. 
 
 O Mercenários se descuidou. O CAV repôs a bola rapidamente e partiu para o ataque. O desenrolar foi muito rápido. Quando o técnico Marquinhos se deu conta, a bola estava sendo alçada em sua defesa. Vinha da esquerda. Aí foi fração de segundos. Da euforia à decepção. Jhoni Dinis subiu para cabecear e pôr o CAV de volta na frente do placar. Goooooooooooooooool do Cav: 2 a 1.
 
A vingança se paga com a mesma moeda. Reposição de bola imediata. O tempo se esgotava. Mas ainda restavam alguns minutos. Quantos? Não sei. Talvez dois ou três, não mais do que isso. A torcida se inflamara. Era inútil tentar manter a calma. Que a calma vá à merda!
 
Dezinho deixou um marcador para trás e tocou para Markinnelas bater cruzado da intermediária. Nenhum caveira cortou – e a bola sobrou linda, redondinha para o matador deixar tudo igual e correr para o abraço. Nem preciso nomeá-lo. Gooooooooooooooooooool do Mercenários: 2 a 2.
 
Ufa. Se a partida acabasse aqui já teria sido foda. Igual àquela semifinal é difícil superar. 12 gols, virada em cima de virada. Quer dizer, tomara que haja outros jogos como aquele, mas não é todo dia. Aliás, são para poucos. Ainda assim, o que aconteceu hoje também ficará guardado. Três gols em dois minutos, lá e cá. Mas tinha mais. O último deles, o mais polêmico. Não há explicação, simplesmente aconteceu.
 
Esqueça técnica, tática, posicionamento. Faltando segundos pra acabar é coração, meu amigo. Bololô na área vermelha. Ninguém viu, ninguém sabe como, mas a bola sobrou para Bruno Cruz. Na frente dele, Alan – de joelhos. Para o árbitro, o goleiro o agarrou. Pênalti. Confusão instaurada. Indignação no banco do Mercenários. Kadu gesticulava o que o goleiro supostamente havia feito: bloqueado o ângulo sem falta. Revolta. No entanto, o árbitro não voltou atrás. Cioffi pegou a bola e chutou forte no meio. Bola na rede. Gol do CAV. 3 x 2. A partida terminaria com o mesmo desfecho da anterior. Não havia tempo para mais nada. Não no âmbito do futebol.
 
Fora dele, o duelo continuava. Os jogadores do Mercenários estavam inconformados. Além do pênalti, alguns mercenários alegaram que o árbitro gritara “golaço” no segundo gol do CAV. Caio entrou na quadra e teve início um grande bate boca ríspido com Bollito. Nervosismo à flor da pele, as feras foram deixando o gramado para terminar a discussão lá fora.
 
CAV e Mercenários são pauleira. Travaram outra batalha nesta rivalidade histórica. Que continuem assim. Ambos terão pela frente na próxima rodada equipes que venceram na estreia. O CAV pega o Arouca e o Mercenários, o Jeremias.
 
 
Ficha Técnica
           
CAV 3 x 2 Mercenários – 1ª rodada do XVII Chuteira de Ouro
 
Gols: Deivids, Jhoni Dinis e Thiago Cioffi (CAV); Noal (2) (M)
 
Cartões amarelo: Raphão e Minhoca (CAV); Bolitto e Noal (M)
 
MVPs: 1 – Henry (CAV); 2 – Noal (M); 3 – Thiago Cioffi (CAV)
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