Estar no topo também tem suas desvantagens. A oportunidade de bater o líder é uma motivação extra para os adversários e requer muito mais atenção e seriedade por parte de quem quer permanecer sem ninguém a sua frente. O Veras mostrou isso com muita consistência e ótima atuação conjunta.
 
No início de Camelo e The Veras, parecia que os, até então, líderes iriam fazer valer sua colocação. Trocando passes rápidos, trabalhando bem a bola e sem ter pressa para finalizar, os “pizzaiolos” abriram o placar logo no começo da partida. Em ótima arrancada pela direita, Jaka tocou para Fê Cabañas, que ganhou a vaga de titular após a suspensão de Vitão. O camisa 3 nem precisou dominar e fez o pivô perfeito para a chegada do 10, que bateu com categoria de direita e deu início ao que parecia ser o “rolo compressor”.
 
Em seguida, com quase cinco minutos jogados, foi a vez de Kadu testar o goleiro Benga. Em rápida troca de passes com Jaka e Allan, o camisa 7 puxou para a perna direita e soltou o pé, a bola explodiu no corpo do goleiro e ganhou a linha de fundo.
 
Desencontrado em quadra, o The Veras tinha muita dificuldade para criar e sair do campo de defesa. A primeira grande oportunidade só foi acontecer aos dez minutos, quando Ariel ficou sozinho na ala direita e bateu forte, exigindo grande defesa do goleiro Choco.
 
Após provar o doce sabor de quase marcar, o The Veras acordou para o jogo e aproveitou a cochilada do Camelo. Ora pela comodidade aparente da partida, ora por puro “salto alto”, o time alvinegro parou e deu muito espaço para os rivais trabalharem a bola. Quem sofreu com isso foi o goleiro Choco, que operou dois milagres nos chutes de Vitinho e, novamente, Ariel.
 
No “apagar das luzes” da primeira etapa, o Camelo voltou a ser perigoso e “achou” mais um gol. Trabalhando a bola como sabem fazer muito bem, os jogadores alvinegros chegaram à área adversária e Kadu recebeu o último passe, já próximo do gol, e completou pro fundo da rede em 2 x 0, encerrando o primeiro tempo com uma vantagem que não condizia muito bem o que foi o jogo.
 
A etapa complementar começou como terminou a primeira: Ariel versus Choco. O camisa 11 aproveitou bobeada da defesa e ficou cara-a-cara com o goleiro do Camelo, mas não teve calma para tirar o rival da jogada e diminuir a diferença. E o lance não serviu de aprendizado para a zaga, que minutos depois errou outro passe e entregou a bola de bandeja para Kinho, que bateu por cima de Choco, mas acertou a trave e no rebote viu Renatinho afastar o perigo.
 
Era incrível a apatia do Camelo. A diferença de dois gols não era tão grande assim para tal acomodação. E tanta “indiferença” fez diferença. Aos 7 minutos, o mesmo Kinho partiu em boa arrancada pela direita e fintou dois zagueiros, ameaçou chutar e deslocou Choco, arrematando com o goleiro já caído.
 
E o duelo pessoal entre Ariel e Choco continuava. O camisa 11 fazia tudo certo: driblava, tabelava, se deslovaca... Mas na hora do arremate era sempre parado pelo arqueiro. Em uma das tentativas, a bola foi para a linha de fundo e, no escanteio, Moura subiu mais que a defesa e empatou de cabeça. Justiça feita, já que o Camelo simplesmente esqueceu de atacar o The Veras na segunda etapa.
 
O veloz Gabrielzinho entrou para mudar o panorama da partida, mas os companheiros pareciam não estar no mesmo ritmo. Jaka, o cerebral da equipe, era quem mais perigo levava ao gol de Benga, que começava a se destacar nos chutes de longa distância. A bola parada também virou arma do Camelo e, na jogada ensaiada, Fê Cabañas rolou para Kadu, que fechou os olhos e bateu forte. A bola explodiu na trave e rolou sobre a linha, tocou nas costas de Benga e só não entrou graças ao reflexo rápido do goleiro.
 
Apesar de acuado, o The Veras continuava perigoso e totalmente armado para o contra-ataque. Em vacilo de Kadu, que tentou um drible a mais, Vitinho roubou a bola e deu passe primoroso para João Claudio. O camisa 19 só escolheu o canto e tirou Choco do lance. Virada justa, na bola, na vontade. À vera.
 
Para finalizar o triunfo merecido, Vitinho fez linda jogada pela lateral direita e deixou um marcador sentado, não foi fominha e serviu Ariel, que desta vez não tinha Choco para lhe atrapalhar e conseguiu, finalmente, fazer seu gol. Fim de jogo e o líder caiu.
 
A primeira derrota do Camelo rendeu também a liderança. Agora, o time tem seis pontos e está na quarta posição. Na próxima rodada, o adversário é o qualificado Se Perder Que Se Foda. Do outro lado, a liderança mudou de mãos e, com sete pontos, o The Veras é líder do Grupo A ao lado do Primatas. No próximo sábado, é a vez do Só Quem Sabe desafiar o novo primeiro colocado.
 
Ficha técnica

The Veras 4 x 2 Camelo – 3ª rodada do XII Chuteira de Prata

Gols: Kinho, Moura, João Claudio e Ariel (TV); Jaka e Kadu (C)

Cartões amarelo: Bruninho (C)

MVPs: 1 - Vitinho (The Veras), 2 - Ariel (The Veras), 3 - Jaka (Camelo)