A persistência é uma das melhores virtudes do homem. Saber seguir em frente e não desistir, mesmo quando os obstáculos parecem maiores que as nossas forças, é uma qualidade que se conquista. E o Só Risada mostrou que persistência não faltará nesta segunda tentativa de chegar à próxima divisão do Chuteira de Ouro.
 
A partida começou melhor para o Só Risada, que encontrou seu primeiro gol no início do jogo, em um lance curioso de determinação, raça e sorte do artilheiro Kaká, que trombou com os zagueiros, ganhou na disputa de corpo e bateu em cima do goleiro, mas a bola ricocheteou e sobrou livre para o camisa 10 completar para o gol vazio. Um gol com a cara de Kaká.
 
Porém, o time aurinegro não estava assim tão focado e logo começou a levar alguns sustos. Gui Pigãos salvou o Risada duas vezes em chutes de Cunha e Matheus. Mas o espaço que o meio-campo paraguaio estava encontrando era mais do que suficiente para o talento de seus jogadores. De longe, Paulo Machado encontrou a brecha e soltou o pé, acertando o canto esquerdo de Pigãos, que voou na bola, mas não conseguiu tocá-la para evitar o empate.
 
A virada paraguaia foi precisa. Em pouco mais de três minutos, a bola foi alçada na área e Matheus subiu livre para cabecear, matando a reação do goleiro e colocando o time tricolor à frente no placar. Mas a resposta do Só Risada foi rápida: no minuto seguinte, o rápido (não à toa tem esse apelido) Ligeiro fez fila na zaga adversária e deixou de calcanhar para Renan, que teve o gol inteiro para deslocar Rubens e deixar tudo igual.
 
A defesa aurinegra parecia desligada na marcação e o time sofreu outro gol logo depois de buscar o tão suado empate. O raçudo atacante Cunha se antecipou ao marcador e, novamente em jogada aérea, conseguiu recolocar o Paraguai à frente do placar.
 
O intervalo serviu para o time aurinegro se organizar na “cozinha” e o setor defensivo passou a errar muito menos, o que alegrou Pigãos, que não precisava mais sofrer com tantas investidas do rival. E não foi só a defesa que melhorou. De fora da área, Careca arriscou o arremate e contou com a sorte, a bola bateu no zagueiro e matou Rubens, que foi pego no contrapé e não teve tempo de voltar e defender. Tudo igual no começo da segunda etapa.
 
O empate refletia a nova postura do Só Risada. O time estava mais compacto, mais equilibrado e menos dependente do faro de gols de Kaká, que, apesar de ser um dos artilheiros do semestre passado, não conseguiu ajudar seu time a chegar na fase de mata-mata para brigar pelo acesso. Nesta temporada, o aurinegro se reforçou e a dupla Juninho e Rafinha chegou para dar esperança ao time.
 
Primeiro foi a vez de Rafinha, que puxou contra-ataque na ponta esquerda e soltou o pé no canto de Rubens, que não teve reflexos suficientes para evitar o chutaço do camisa 11. Poucos minutos depois foi a vez de Kaká contar com a sorte e deixar sua marca pela segunda vez. O artilheiro aurinegro aproveitou o bate-e-rebate na defesa paraguaia e completou de primeira, cruzado, no canto superior direito de Rubens. 5 x 3.
 
O Só Risada conseguia impor seu jogo e as tentativas de reação do Paraguay esbarravam em Gui Pigãos. Aproximando-se do final do jogo, Juninho, que fazia partida muito regular na criação, resolveu também se destacar na artilharia. O camisa 2 foi ao ataque e fez fila pela esquerda, abriu na canhota e disparou um chute cirúrgico no cantinho, um belo gol. Dois minutos mais tarde, o mesmo Juninho mostrou que também tem faro de gol e aproveitou a sobra dentro da área para completar de biquinho, à la Romário. 7 x 3.
 
A rápida sequência de gols do Só Risada anestesiou o Paraguay, que só reagiu no apagar das luzes com um gol de Paulo Machado, aproveitando o rebote da trave. O tricolor fez o primeiro tempo muito melhor e algo deu errado na segunda etapa. Sem tirar os méritos do Só Risada, faltou um pouco mais dos jogadores paraguaios para igualar o jogo.
 
Com o triunfo, o Só Risada somou seus primeiros três pontos e ocupa a segunda posição do Grupo A, enfrentando o Porto – atual líder – na próxima rodada. Enquanto isso, na quinta colocação, o Paraguay segue zerado e tenta se reabilitar no próximo sábado diante da juventude envolvente do Fagundazo.

Ficha técnica

Só Risada 7 x 4 Paraguay – 1ª rodada do III Chuteira 5

Gols: Kaká (2), Juninho (2), Renan, Careca e Rafinha (SR); Paulo Machado (2), Mateus e Cunha (P)

Cartões amarelo: Vavá (SR); Paulo Machado (P)

MVPs: 1 - Juninho (Só Risada); 2 - Rafinha (Só Risada); 3 - Mateus (Paraguay)