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Das bifurcações que levam à incerteza da escolha certa

Guilherme Gama de Campos terminou a faculdade de rádio e tevê em 2005 e, após breve estágio no sindicato patronal dos joalheiros, para quem produzia vídeos elogiosos da admirável gestão dos patrões no âmbito de São Bernardo do Campo e redondezas, trocou de emprego em função da baixa adesão de novos funcionários do ramo, geralmente relacionada ao corte de gasto promovido pelas produtoras e emissoras. Chegou a oferecer seu serviço em stands promocionais de calçado, mas a inconstância de empregabilidade fez com que ele desistisse temporariamente da área, embora fora recém-contemplado com uma bolsa de estudo para se pós-graduar em audiovisual numa instituição subsidiada pelos comerciantes locais. Em 2007, Guilherme conheceu Paola, uma carioca com fama de ser fogo em noites de lua minguante. No final daquele ano, eles produziram o documentário “Desilusão”, como trabalho de conclusão de curso, cuja história narrava a viagem de três antropólogos por quatro tribos matriarcais africanas. As despesas com a pesquisa de campo foram bancadas pelo pai de Paola, um pecuarista reformado do exército.
 
Todos por um! Todos por um! 1, 2, 3: Lodetti!
 
Ôoooooooooooooooooooooooo, Primatas!
 
 
Era chegada a hora. O duelo entre os dois últimos campeões da Bronze. Dois dos favoritos para estar na elite na próxima temporada. Começou!
 
Gui Fenômeno pedia a Litho para manter a bola no chão. Negão reclamou de mão no rosto do seu atleta, no lance em que Marcelo Gama isolou a gorda. Quando o Lodetti cochilou no meio, Gama acertou chute à meia altura no canto esquerdo do gol e Allyson pôs pra escanteio. Litho cobrou e Tieppo subiu para cabecear por cima do gol. Uhhh!
 
Marcelo Gama e Tieppo pressionavam no ataque. Mas quando a zaga do Lodetti cortou, o contra-ataque assustou. Toretta recebeu na esquerda e inverteu para Bettoni bater cruzado à esquerda da meta. Pouco depois, Guga tentava jogada pela esquerda até Estágio cortá-lo por baixo, derrubando o leão. Negão pediu falta no lance, mas a autoridade mandou seguir. Nisso, Gama ficou com ela e, da intermediária, mandou uma pedrada no ângulo esquerdo para tirar o zero do placar. Golaço do Primatas!
 
O Lodetti reagiu logo em seguida com Toretta, que, após a saída de bola, recebeu na direita bateu rasteiro cruzado. Foguinho não segurou. Era o empate do Lodetti, que não duraria muito porque Tieppo viu Gama aberto na esquerda e fez a peteca chegar no cangaceiro. Aí já viu: Gol do Primatas!
 
Após o lance, Carioca bateu boca com o auxiliar técnico enquanto caminhava para o centro do gramado. Ele reclamou da cobrança excessiva que vinha sofrendo. “Você está me desestabilizando.” Guga, porém, estava bem centrado no jogo. Bateu de longe no canto direito e quase correu para o abraço. Tempo técnico.
 
O Lodetti voltou melhor da pausa. Carioca pedia a bola no ataque. Lodetti, contudo, preferiu tocar para Dih na ala esquerda. A fera não dominou e a zaga vermelha afastou. Só que Paolo estava esperto e a recuperou – e quando o fato se sucedeu o barbante arrebentou. Foi da intermediária, à meia altura, sem chance para Foguinho. Gol do Lodetti. 2 a 2.
 
No entanto, o empate durou só vinte e sete segundos. Gama pegou a bola no meio e bateu no canto esquerdo para colocar o Primatas novamente na frente. Foi a rede balançar para o craque protestar: “Marca o cara aqui, porra!”
 
A preocupação era justificável. O alerta não foi cumprido. Com espaço, Lodetti tocou no meio para a batida de Toretta no canto direito. Tá lá dentro: gol do Lodetti aos 23 minutos! 3 a 3.
 
Mal pôde o Primatas lamentar, Gama agiu de novo. Bravo pra caralho. Sentou o cipó da esquerda para marcar o quarto dele e do Primatas. 25 jogados. O primeiro tempo foi dele; de foder! Iria se sustentar?
 
No ano seguinte, Guilherme Gama de Campos largou o emprego no restaurante mexicano logo quando soube que fora aprovado no processo seletivo de repórter cinematográfico do Canal Rural. O período de experiência foi curto e no segundo dia ele já estava sobrevoando os 26.541 hectares de plantio de laranja no interior paulista. Ele estava satisfeito com o novo emprego, afinal, era com aquilo que queria trabalhar. Mas duas coisas chamaram sua atenção desde a primeira semana no trabalho: a maioria dos funcionários era subcontratada e a presença constante de fazendeiros nas instalações da emissora, quando não na sala da presidência – de onde só se via pelas frestas das persianas três porta-retratos sobre a mesa de pau-brasil. Na segunda semana, Campos estava ambientado com a rotina extensa de trabalho e chamava os colegas na redação pelo primeiro nome. Reginaldo, câmera remanescente da fase estatal do canal, foi com quem mais se aproximara, em parte pelo interesse comum em rock progressivo e funk, mas principalmente porque ambos se tornariam pai em novembro próximo. Eles estavam escalados para cobrir um evento no Tocantins em que o consórcio formado por três indústrias de algodão anunciaria o resultado da safra semestral. Quando retornaram da viagem três dias depois, foram chamados para uma reunião com o diretor de imagem, que questionou o porquê de um dos materiais não ter sido entregue editado, prática nunca antes exigida pela emissora, que contava com uma equipe enxuta de editores. De fato, Campos editara suas imagens – não por dever, mas para tornar o arquivo mais leve, portanto, reduzindo o tempo de envio. O diretor pediu a Campos que se retirasse da sala de reunião e nos dias posteriores ele notou a ausência de Reginaldo. No dia seguinte, ele entrou no estúdio segurando uma carta escrita a punho, mas antes que pudesse iniciar um diálogo, fora intimado pelo diretor a lhe fazer companhia no almoço sob a garantia de que excepcionalmente naquela ocasião o chefe pagaria o bacalhau ou o leitão. Em meio a porcos, vinhos e vinis, Campos recebeu o convite para chefiar a equipe de operações da afiliada no Mato Grosso – e por muito tempo se esqueceu da carta.
 
A resposta veio logo no primeiro lance da segunda etapa. Dih cobrou escanteio na área e Pedro Lodetti pôs pra dentro com o peito. Tudo igual outra vez: 4 a 4.
 
Jogo bom tem catimba. Carioca caiu na área pedindo falta. Segurou o tornozelo em sinal de agonia. Felipinho fez falta em Gama e Negão soltou que o craque se jogou no lance. O Primatas cobrou a falta por cima do gol. Tieppo apertava a marcação pela direita. Rick cortou de carrinho a empreitada rival, cedendo o lateral. Felipinho não dominou e o Primatas retomou a bola, apesar de não ter feito bom uso dela. Ao contrário do Lodetti: Bettoni cobrou lateral no pé de Dih, que devolveu. Bettoni deixou com Dih novamente, que cruzou na área para Paolo chutar no canto direito e colocar o Lodetti pela primeira vez na frente do placar.
 
 
E o Lodetti só não ampliou logo na sequência porque Felipinho não chegou a tempo de completar o lançamento rasteiro de Toretta – e graças a Foguinho, que parou Dih. Negão já pedia à sua equipe para cadenciar o jogo, contando que o relógio ao seu lado estaria. Mas a esta altura era o Lodetti quem pressionava. Dih cruzou para Felipinho na direita, que por falta de sutileza fez a criança subir demais, desperdiçando outra chance de ampliar – o que tardou três minutos. Paolo se livrou de um marcador no meio e tocou na esquerda para Toretta, que driblou Foguinho e cruzou da linha de fundo para Felipinho, livre, só empurrar pra rede. Gol do Lodetti: 6 a 4.
 
A esperança primata ressurgiu com Rick, que chutou colocado no canto direito para diminuir a diferença. Só que ela foi embora em dois lances. Primeiro no chute de Toretta no canto direito. Depois na finalização de Carioca, que, cara a cara com foguinho, não perdoou, colocando um ponto final, por hora, no confronto. Lodetti 8 x 5 Primatas.
 
Na próxima rodada, o Lodetti encara o The Veras de olho na liderança, enquanto o Primatas precisará superar o Vingadores para se manter no G-6.
 
Quando soube que um de seus funcionários não compareceria ao serviço no dia 23 de novembro de 2011, Guilherme Gama de Campos assumiu a função do subordinado, uma vez que não haveria tempo hábil para contactar um substituto. A pauta era simples: filmar nove cabeças de gado que seriam leiloadas no ano novo. Os nelores eram de propriedade do coronel Marcelo Rei Botelho e o leilão aconteceria na própria fazenda do velho, local onde Campos estivera diversas vezes, tendo em vista o coronel ser um dos grandes anunciantes do canal.
 
Durante o trajeto de uma hora e quinze minutos até a fazenda, Campos conversou com o motorista sobre o futuro, preencheu palavras cruzadas, comeu um caqui e atendeu o telefone quatro vezes – três por motivos profissionais e uma confirmando ao sogro sua presença na ceia de natal. Às 11h41, o carro buzinou na frente do portão negro, onde dois funcionários o aguardavam do lado de fora da guarita recém-construída. A princípio, ele estranhou o fato do coronel não tê-lo recepcionado, mas tampouco fez muito caso. As duas porteiras se abriram separando as iniciais douradas “B”, “C” e “R”. Um dos funcionários entrou no veículo enquanto o outro ficou para trás tentando fixar o letreiro de madeira debaixo do telhado que cobria o portão. Campos olhou para o relógio e por um instante teve a impressão de que estava levando mais tempo para chegar ao pasto do que levara da tevê até a entrada da fazenda.
 
Quando chegou, já sabia exatamente o que fazer – e em menos de uma hora filmou os animais e descarregou o equipamento. Antes de se despedir, contudo, procurou um local para tratar do impulso fisiológico. Contornou o curral e encontrou o recinto ideal. Durante o alívio, ele começou a ouvir ruídos, que pareciam vir de dentro do estábulo, a uns vinte metros dali. Finalizado o ofício, ele retornava para o carro quando novamente ouviu um som vindo da mesma direção, dessa vez, um pouco mais alto. Ele ignorou e continuou a caminhar até ouvir um grito. Estava certo de que era um grito. Do ponto onde estava já avistara o carro. O motorista, por sua vez, não entendeu por que Campos parou no meio do nada e buzinou. No que ele olhou novamente, Campos já não estava mais lá. Na medida em que se aproximava do estábulo os gritos ficavam cada vez mais audíveis. 
 
O estábulo estava vazio e quando ele deu meia-volta, escutou um berro vindo das últimas baias da ala direita. Ele agachou na vigésima quarta e não viu nada. Deu mais dois passos e agachou novamente, na vigésima oitava. Estarrecido, sua primeira reação foi se levantar e correr para buscar a câmera no carro, onde Rei o aguardava com um chimarrão na mão. Quando percebeu que o coronel o viu correndo, diminuiu o ritmo e completou o trajeto andando. Ele não conseguia, porém, tirar aquela imagem da sua cabeça.
 
O diálogo com Rei foi breve. Campos lhe mostrou as imagens gravadas e confirmou presença no leilão. Quando o coronel o questionou o que fora fazer atrás do curral, Campos desculpou-se por não ter encontrado o local ideal para suas necessidades. “Mas, por que corria?”, retrucou o coronel. Ele sabia que nada que dissesse seria crível. Percebendo o desconforto que causara com a pergunta, o coronel deu um tapa no ombro de Campos, soltou uma risada breve e lhe ofereceu um cigarro. Campos aceitou e se despediu.
 
Ubiratan Castro pediu a Campos que iniciasse a prece antes da ceia. Ele ponderou, mas assim o fez. Paola interrompeu a conversa protocolar que Campos vinha tendo com o sogro, pedido ao marido que alcançasse o vinho no centro da copa. Quando Campos se levantou e segurou a garrafa, desviou o olhar para a escrivaninha atrás da esposa, e sobre ela viu três porta-retratos, um ao lado do outro, que ele jamais notara antes, mas que agora poderia jurar tê-los visto em outro lugar. No centro, o sogro de terno branco com três letras douradas bordadas na lapela.
 
Paola acordou às 9h36 no dia seguinte e encontrou o escritório do marido revirado. No meio da bagunça ela encontrou uma carta com a caligrafia de seu marido. Ela ligou para ele vinte e nove vezes naquele dia e trinta e duas no seguinte. Guilherme Gama de Campos fumava um cigarro na frente do Ministério do Trabalho.
           
 Ficha Técnica
 
Primatas 5 x 8 Lodetti – 6a rodada do XII Chuteira de Prata
 
Gols: Marcelo Gama (4) e Rick (P); Toretta (3), Paolo (2), Lodetti, Felipinho e Caioca (L)
 
Cartões amarelo: Rick (P); Carioca (L)
 
MVPs: 1 – Marcelo Gama (P); 2 – Paolo (L); 3 – Lodetti (L)
Comentários (4)
Out 15, 2014

Caio, muita coisa errada cara !!! Hahaha\r\nEu que joguei, nao entendi nada na matéria.

Out 16, 2014

E essa historinha do cacete? hahahahaha, mano demais serio...\r\n\r\nCaio, não fui eu quem fez o gol de peito e sim o Pedro Lodetti, não to nem fazendo a favor ao Primatas hahahaha. \r\n\r\nMas escreve ai, igual mandei após a semi final da Bronze, o Primatas só precisa se classificar pro mata-mata, ai são grande chances da final ser Primatas x mais um. \r\n\r\n\r\nJogão de bola contra o Lodetti, estão de parabéns. Lodetti ao lado do Camelo são os times que podem prejudicar nossa caminhada. O campeão está na nossa chave, Primatas, Lodetti ou Camelo. Abraços.

Out 16, 2014

Realmente. Muito sem nexo esta matéria. Não retratou em nada o que foi o jogo... E esqueceu dos principais lances da partida, além de muitos erros e trocas de jogadores...

Out 16, 2014

Tá mais difícil entender essa matéria do que entender os exercícios de química do 3° colegial....