A melhor campanha em um duelo de mata-mata costuma trazer a expectativa de que o time que rendeu mais na primeira fase irá seguir na competição; afinal, há sempre a ideia de que existe uma vantagem técnica, mesmo que nunca tenham se enfrentado antes. Assim, o Paraguay entrou como favorito para o duelo contra o Allzuis. De fato, com a bola rolando, existia diferença entre os dois, mas nada que pudesse ser utilizado como fiel para qualquer balança.
 
Foi o apito inicial que mostrou quem iria comandar e quem seria comandado. E a partida começou totalmente equilibrada. Tanto que a primeira oportunidade clara de gol demorou para aparecer. As duas equipes encaixavam bem a marcação e nenhum dos valores individuais conseguia se sobressair. Matheus e Kauê, pelo Paraguay, e a dupla Galleti e PC, do Allzuis, não tinham muito espaço e, para piorar, não pareciam estar em uma tarde de grande inspiração.
 
O primeiro lance que ameaçou o 0 x 0 que insistia em permanecer no marcador foi em uma cobrança de falta. Matheus soltou o pé e exigiu um milagre de Soares, que mergulhou para buscar a bola e sujou seu uniforme. A resposta foi tímida e veio em um arremate de PC de fora da área, mas o arqueiro Cleber só precisou acompanhar a trajetória da bola.
 
A primeira etapa já se encaminhava para seus últimos momentos quando Kauê arriscou de longe e viu o arqueiro do Allzuis novamente realizar um milagre. Soares estava em um dia bom, mas não conseguiria evitar todos os chutes. Após bate-e-rebate na entrada da área, a pressão do Paraguay se concretizou e o tricolor conseguiu abrir o placar. O próprio Kauê, dono da camisa 9, pegou o rebote e bateu rasteiro, com força. A bola enganou o paredão do Allzuis e entrou, inaugurando o placar já nos últimos instantes da primeira etapa.
 
Se no período inicial o Paraguay deu mais trabalho ao goleiro adversário que o Allzuis, a segunda etapa mudou de figura. O tricolor parecia totalmente fora de sintonia, nem mesmo o raçudo e voluntarioso Cunha conseguia achar espaço, sendo marcado de forma leal e precisa por Velardo, que se destacava sendo o xerifão da defesa e anulando o pivô.
 
Aos dois minutos de bola rolando, China fez o que o time celeste precisava fazer na primeira etapa: bateu no gol. Após arrancada pelo meio, o camisa 8 arriscou de longe e contou com a sorte. A bola desviou em um defensor do Paraguay e ganhou outro rumo, mas o goleiro Cleber já estava vendido no lance e caiu para o outro lado, só observando a bola cheia de efeito entrar do outro lado. 1 x 1.
 
A resposta do tricolor demorou um pouco para acontecer, mas Cozzo fez linda jogada individual pela direita e centrou para Cunha – ao melhor estilo Boa Pergunta –, que bateu firme, mas a bola explodiu no corpo de Soares e saiu. Do outro lado, Henrique movimentava o comando de ataque do Allzuis. O camisa 6 entrou durante o primeiro tempo e ajudou a mudar a postura da equipe, sendo fundamental para que o Allzuis mantivesse um bom ritmo no segundo tempo.
 
Além do fator emocional, o camisa 6 também trouxe um acréscimo técnico ao time. Aos 17 do segundo tempo, Henrique aproveitou a sobra do escanteio e bateu de primeira, mas Cleber estava na jogada e conseguiu evitar o pior. Aliás, no minuto seguinte, o arqueiro levou cartão amarelo bobo, por retardar a reposição de bola, mas o Allzuis não conseguiu transformar essa vantagem em gol.
 
Não durante os dois minutos que o goleiro ficou fora, mas assim que retornou, Cleber viu o Paraguay cometer sua sexta falta coletiva e Henrique foi decidido para a marca do shoot out. O camisa 6 chamou a responsabilidade e bateu muito bem, deslocando do goleiro e colocando o time celeste em vantagem já nos acréscimos. O Paraguay até tentou o empate, mas Velardo era um guerreiro na defesa. Tanto que no último lance de perigo, o zagueiro celeste sofreu uma grave lesão no braço e, após o término da partida, foi constatada uma fratura na ulna, um osso do antebraço, mas já passou por cirurgia e está se recuperando.
 
O apito final concretizou a “zebra azul”, que bateu os favoritos paraguaios e agora voltam a medir forças diante do Raça, na semifinal. Na rodada final de classificação, o Raça venceu por 4 x 1. Hora da revanche. Semana de folga e semifinal no dia 13, no Playball Pompeia. Em termos de acesso, como o melhor time de cada grupo se classificou, o Allzuis já pode comemorar o acesso à Série Aço.
 
Ficha técnica

Paraguay 1 x 2 Allzuis – Quartas de final do III Chuteira 5

Gols: Kauê (P); China e Henrique (A)

Cartão amarelo: Cleber (P)

MVPs: 1 – Henrique (Allzuis); 2- Velardo (Allzuis); 3 – Kauê (Paraguay)