Foi no grito, na raça e na tática. O Cacildis derrotou o Fúria pelo placar de 4 a 1 num jogo que foi de menos a mais. A maior energia e o posicionamento em campo melhor definido por parte dos azulados evidenciou o jogo unidimensional do Fúria. Destaque para o equilíbrio do Cacildis, que possibilitou o surgimento de três grandes ases para a definição do confronto.


Desde o minuto inicial do primeiro tempo, o zagueiro Bruno Siqueira encarou a partida como se fosse uma final de campeonato. A cada roubada de bola, um berro ecoava pelas dependências do PlayBall. Mas seus gritos não eram apenas de satisfação pela jogada interrompida. Da última linha defensiva, Bruno bradava e indicava o posicionamento ideal de seus companheiros.

Tal liderança dentro das quatro linhas fazia com que o Cacildis se organizasse de forma muito bem definida. Se o camisa 18 era o dono da defesa, a saída de bola era papel de Gustavo. No setor ofensivo, Flynn se deslocava bem pelas pontas e, como se não quisesse nada, Cadu rondava sorrateiramente pela área.

Ao longo de toda primeira etapa, esse padrão tático proporcionou um amplo domínio do Cacildis, mas a pontaria de Cadu ainda estava sendo calibrada. Quase como uma carta na manga que pode ser sacada a qualquer momento, com a mesma rapidez que entrava e saía do time titular, o cabeludo Mini aportava subidas dignas de flecha para o ataque.

Foi nesse cenário que, aos 24 minutos, o merecido gol chegou. Depois de uma boa jogada de Mini, ele tocou na frente para Cadu, que avançava livre pela ala direita. O camisa 8 foi bastante frio e com a ponta do pé deu um sutil toque por baixo das pernas do goleiro. A bola entrou vagarosamente, quase no mesmo compasso em que o árbitro apitava o fim do primeiro tempo.

Se até então o Fúria só ameaçava levar perigo em raras e infrutíferas combinações de Douglas Luiz e Renan Menequini, a partir da segunda etapa a equipe se tornou unidimensional. Thiago assumiu totalmente a responsabilidade de tentar melhorar a difícil situação do time na tabela. Sua altura e o corpo esguio ajudavam-no a enfileirar diversos jogadores rivais, porém sempre que chegava na área sua finalização saía desequilibrada. Depois de 8 minutos de grandes arrancadas, Thiago recebeu sua recompensa ao chutar cruzado de fora da área.

O apagão dos primeiros minutos da etapa final acabou não custando muito caro ao Cacildis. O gol de empate serviu para acordar o plantel de maior qualidade. No restante do jogo, a trinca de ases voltou a ser decisiva. Bruno Siqueira, Mini e Cadu eram demais para o esforço em vão do talentoso Thiago.

O 2 x 1 foi obra em conjunto do bom trabalho de antecipação na cobertura defensiva de Bruno, que permitiu que Mini fizesse as vezes do seu sósia, Sorin, e avançasse pela ponta esquerda para marcar um bonito gol. 


O terceiro e o quarto gols ficaram a cargo de Cadu, que nos últimos minutos havia apurado perfeitamente seu faro goleador. Os tentos chegaram depois que o Fúria tentou desesperadamente mandar para o ataque o gigante zagueiro Augusto. Cadu, contando com assistências de Flynn e Cris, não perdoou e chegou à artilharia do campeonato ao marcar seu 13º gol.

O placar final de 4 a 1 posicionou o Cacildis na segunda colocação do Grupo A, com apenas um ponto a menos que o líder, Primatas. Já o Fúria precisa vencer os dois jogos que faltam e torcer contra os concorrentes diretos, VB e F.A.C.S.A.O., se quiser avançar para a fase seguinte da liga. O time sustenta o penúltimo lugar da chave, somente à frente do Os Mostarda.
 
Ficha técnica

Cacildis 4 x 1 Fúria Futebol Moleque  – 7ª Rodada do II Chuteira de Aço

Gols: Cadu (3) e Mini (C); Thiago (FFM)

Cartões amarelo: Lucas Estriga (FFM); Fernando Marques (C)

MVPs: 1 – Cadu (C), 2 – Bruno (C), 3 – Thiago (FFM)