No vocabulário do futebol, o campeonato de “tiro curto” tem apenas um significado: vença o máximo possível. E, pensando nisso, Fagundazo e Paraguay deram início à segunda rodada do Chuteira 5 precisando triunfar para apagar o tropeço da primeira rodada e embalar rumo às primeiras colocações da tabela.
 
Porém, o time roxo e preto vinha desfalcado e se dispôs a enfrentar o poderoso ataque paraguaio sem um goleiro de ofício. Apesar da boa condição técnica do Fagundazo, esse tipo de ausência é imperdoável para quem precisa dos três pontos, e o tricolor aproveitou-se da brecha e logo se beneficiou da vantagem estratégica em campo.
 
Aos oito minutos, Gustavo fez melhor que os companheiros e acertou a mira. Pouco atrás da linha do meio da quadra, o camisa 28 arriscou de bico e acertou o canto esquerdo da meta roxa, fora do alcance do goleiro improvisado para inaugurar o placar do duelo. Com o “mapa da mina”, Gustavo engatilhou mais um arremate de fora da área e fez outro bonito gol, batendo de canhota rente a trave.
 
A tentativa de resposta veio dos pés de Kaiqueras, que é muito habilidoso e passou por dois marcadores, mas não conseguiu tirar do goleiro Rubens, que fechou o ângulo e evitou o gol. A individualidade não é exatamente um problema para o Fagundazo, mas o jogo coletivo precisa melhorar para o time conseguir minimizar as falhas e conseguir se equilibrar para o restante da competição.
 
Prova desse desequilíbrio foi o terceiro gol paraguaio: após Victor aparecer sozinho dentro da área e perder uma oportunidade inacreditável, a bola sobrou limpa para Matheus, que já fazia partida muito regular e aproveitou toda a liberdade que a marcação roxa lhe permitiu ter. O camisa 7 do Paraguay encheu o pé e aumentou a vantagem tricolor para 3 x 0 às vésperas do intervalo.
 
Com o jogo nas mãos, o Paraguay tinha duas opções: tirar o pé e fazer um segundo tempo poupando os esforços ou ir para cima do adversário e amassar a baliza para aumentar a vantagem no placar. E o início da segunda etapa mostrou claramente qual foi a escolha do time tricolor.
 
Aos três minutos da etapa complementar, novamente o camisa 7, Matheus, mostrou inteligência e categoria em cobrança de falta muito próxima da área. Observando a brecha entre a barreira e o goleiro, o meia do Paraguay não titubeou, bateu colocado e anotou seu segundo tento na partida.
 
Outro fator que ajudou a concretizar a supremacia paraguaia no jogo foi a entrada do raçudo atacante Cunha, que deu muito trabalho para os defensores adversários, tanto que logo depois do quarto gol, Cunha brigou pela bola na linha de fundo e ganhou a posse, cruzando na medida para a chegada do recuperado de contusão Cozzo, que completou de primeira e levou o tricolor ao quinto gol e jogou um balde de água fria em qualquer possibilidade de reação do Fagundazo.
 
Quando o cenário apontava uma goleada ainda mais humilhante para o tricolor, o time roxo e preto mostrou algum poder de reação e conseguiu equilibrar um pouco a disputa, mas nada suficiente para chegar ao gol de Rubens. O sexto e último gol do Paraguay nasceu do oportunista Cunha, que desviou fraquinho após lateral vindo da direita e enganou o goleiro, que “aceitou”.
O Grupo A está tão equilibrado que a diferença do Paraguay, que assumiu a segunda posição, para o Fagundazo, que agora amarga a lanterna da competição, é de apenas três pontos. Ou seja, em uma rodada tudo pode mudar. Daqui duas semanas, o Chuteira 5 volta do recesso de Páscoa com Paraguay enfrentando o Nunca Serão e o Fagundazo precisando vencer o Se7e de Perdizes.

Ficha técnica

Fagundazo 0 x 6 Paraguay – 2ª rodada do III Chuteira 5

Gols: Matheus (2), Gustavo (2), Cunha e Cozzo (P)

Cartões amarelo: Thompson e Julião (F)

MVPs: 1 - Matheus (Paraguay); 2 - Gustavo (Paraguay); 3 - Cunha (Paraguay)