Enquanto o assunto foi fase de grupos, Torce Contra e Sexta-Feira sofreram críticas. O primeiro derrapou nas rodadas iniciais, enquanto o segundo fez o caminho inverso, assumindo a liderança. Na jornada de número 3, a coisa inverteu, com o TC finalmente se recuperando e o S-F sofrendo sua primeira derrota. Ao fim, 1 pontinho separou as duas equipes na última rodada de uma fase de classificação marcada por oscilações, fazendo surgir a dúvida de como esses dois times, tão copeiros, chegariam ao mata-mata. As campanhas de playoff falam por si só: avançaram à final superando bons valores e guardam todos os elementos para fazer um confronto épico pela taça, ainda mais se observarmos a história das duas equipes em jogos eliminatórios da LCOF7.

Que o Sexta-Feira adora mata-mata, todo mundo já sabe. Os números do time de Marcelo Facchini são impressionantes: sua equipe levou a melhor em 85% dos mata-mata disputados. A história começa lá atrás, na 5ª edição da Copa Estrelato, quando o S-F tirou o Chapiusky nas oitavas, mas caiu nas quartas diante do Murajuba, na morte súbita. No Chuteira 5, edição 12, manteve a invencibilidade em tempo normal, se vingando contra os murajubenses e tirando Los Borrachos Juniors e Panela, em shoot outs e gol de ouro, para fazer a final contra o Loloverpool. Depois do drama dos shoot outs, ficou com o vice. Passada a pandemia, o S-F disputou o Chuteira 100|Aço, mas não foi ao mata-mata, mostrando todo o seu valor apenas na edição seguinte. Bateu La Coruja, criou o apelido de Jason ao vencer o Roleta Russa no gol de ouro, e ainda deixou Entre Amigos para trás para levantar o caneco diante do É o Centro Mané. Primeiro título da trupe, na Aço, em 2022.

Depois disso, foram 2 finais e 1 título. Bateu o mesmo ÉoCM nas quartas da Bronze 21, superando o Kiwi para chegar à final. Naquele 10 de dezembro de 2022, o Sexta-Feira conheceu sua primeira e, até agora, única derrota em tempo normal de partida de mata-mata, quando foi vice diante do Acidus. Mas a vingança foi operada com sucesso na Prata 25: campeão com direito a vitórias sobre Absolutos e Roleta Russa, eliminando o próprio Acidus na semi (no gol de ouro) para levantar a taça diante do Danonight! 

Os sonhos dourados da turma de Julinho podem se realizar diante do Torce Contra, mas o caminho foi duríssimo. A recuperação no segundo tempo, contra o Parceradas, via Rikelme, fez o S-F avançar às quartas na morte súbita. A classificação frente ao Wake ‘n’ Bake também teve seu drama: um 6 x 6 maluco resolvido por Kaique na prorrogação! Na semifinal, contra o MachuPichu, novo empate e o heroi do gol de ouro foi Gui, responsável por levar o S-F à sua 4ª final seguida dentro da LCOF7!

Apesar do sucesso nas partidas decisivas, as críticas sempre acabam recaindo sobre o desempenho na fase de grupos. "Na maioria das vezes, na primeira fase, a gente acaba bambeando um pouco, perdendo um jogo ou outro, normal. Mas quando chega no mata-mata, o negócio é diferente. Então acho que o diferencial do Sexta-Feira é essa parte do ser copeiro”, afirma Ronny. O arqueiro sexta-feirense deu sua impressão também sobre a rica trajetória da equipe. “Claro que o time mudou muito desde o começo. Novas peças chegaram, outros ficaram mais velhos e acabaram indo para a comissão técnica. Mas acho que o Sexta-Feira sempre teve esse protagonismo porque sempre foi muito pontual em contratações e sempre teve um espírito muito copeiro”.

O problema é que tem outro time que também sabe, e muito, os caminhos para as vitórias. E a história do Torce Contra é gigantesca. Em 2016, tirou o Toiss e se beneficiou da briga na partida entre Shotgun e Magnatas, e consequente eliminação das equipes, para chegar à final da quinta edição do Chuteira 5, na qual venceu o Spartacus. Na Aço 8 (2\2016), os contristas venceram o Voando Baixo nas quartas, mas perderam do Catado, nas semis, que viria a ser o campeão.

A próxima sequência foi de momentos ruins. Eliminação na Bronze 14 por morte súbita, depois de empatar diante do Abusados, nas quartas. O time dos Germanos bateu o Só Quem Sabe nas oitavas da Prata 18, mas a derrota contra o Abre o Olho encerrou a participação. A edição seguinte (1\2018) viu um Torce Contra avassalador no mata-mata: vitórias contra Ras Time nas quartas, Morada Choque nas semis e Starfucks na final para levantar a taça!

Olhando só para esse primeiro recorte, estamos falando de aproveitamento absoluto em finais. No todo, foram 10 jogos com 70% de sucesso por 5 semestres, antes de chegar à divisão mais cobiçada da LCOF7. Nos anos seguintes, o TC consolidou seu nome, chegando a 2023 com mais tempo no topo da cadeia do que no processo de escalada. Só que as primeiras tentativas de levar a glória eterna acabaram frustradas. O time conseguiu vencer o TáLigado, nas oitavas da Ouro 26, mas caiu nas quartas diante do Nóis Que Soma, que já era tetracampeão e ainda levaria o seu quinto caneco naquela edição. Só piorou nas próximas participações: derrotas para Condor’s, nas quartas da Ouro 27, e Abre o Olho, nas oitavas da Ouro 28.

De fora do Chuteira 100|Ouro, o Torce Contra voltou na edição 29 possuindo 8 vitórias nos 14 jogos de mata-mata que disputou antes da pandemia. E nunca mais perdeu no tempo normal. Bateu o MachuPichu e o Olimpo a caminho da final contra o Wake ‘n’ Bake, da qual também saiu vitorioso. Na campanha seguinte, também fez 100% de aproveitamento, eliminando Juvena e Catimba para levantar a taça contra os peruanos. A sequência 100% só se encerrou no empate contra o Invictus, na semifinal da Ouro 31, depois que o time já tinha vencido o IMZT. A classificação veio nos shoot outs, mas o novo empate, na final contra o WB, os deixou com o vice, depois da prorrogação.

Nesta Ouro 32, o TC repetiu a escrita dos tempos de bicampeonato: 100% de aproveitamento diante de Juvena e Divino. A marca também serviu para o time alavancar seus números, levando em conta só o período dourado: 15 jogos com 10 vitórias, 3 derrotas e 2 empates. Considerando só o período pós-pandêmico, o Torce Contra é praticamente imbatível. Foram 11 jogos, com 9 vitórias e 2 empates. Considerando que o time só não levou a melhor na final da edição passada, contra os wakenzistas, dá para dizer que o TC tem mais de 90% de aproveitamento nesse intervalo de tempo.

E qual a fórmula mágica? “Creio que a soma de alguns fatores podem ter levado a isso. Desde o início, sempre a intenção foi ter um time de amigos, só que forte a ponto de sempre disputar os títulos. Mantivemos isso sempre e, mesmo com algumas saídas, conseguimos repor à altura ou até melhor. Então, os que chegam para jogar com a gente gostam do ambiente e se identificam rápido com a nossa camisa, e isso facilita dentro de quadra”, explica Dener Germano, manager, técnico e fundador do time.

Os dados não mentem e, sobretudo, atestam a qualidade das equipes envolvidas na disputa pela taça dourada, deixando o confronto um pouco mais aberto. Ronny revela também o diferencial que o S-F vai trazer para levar a melhor nessa final: “Desde a fundação do Sexta-Feira, em 2019, eu e o Marcelo (Facchini) sempre preservamos a ideia de ser um time de amigos, um time de pessoas do bem e que agregasse não só no futebol, mas também no terceiro tempo, na resenha, porque eu acho que isso ganha jogo, ganha campeonato e, muito mais além disso, a gente ganha amizades”.

Os entrevistados também falaram diretamente sobre o confronto mais esperado do semestre, dando uma pitada a mais do que podemos esperar em campo e da visão que têm do adversário. “Espero que esse final de semana a gente seja coroado com o título da Série Ouro. Vai ser um jogo dificílimo. Com certeza o jogo mais difícil da história do Sexta-Feira, contra um time com vários jogadores que jogam Fut7 profissionalmente. Mas a gente tá preparado, com o elenco mais forte que o Sexta-Feira já teve, para, com certeza, fazer uma boa partida”, pontua Ronny. 

Dener também deixou nítida a mesma fome de título, sem subestimar o S-F: “Expectativa melhor possível. Jogadores todos empolgados, estaremos com elenco completo para esse jogo e todos com muita sede de reconquistar esse título que escapou no último semestre. Encontraremos uma equipe com estilo de jogo que gostamos de enfrentar, que também gosta de atacar. O jogo da primeira fase, temos ciência que o resultado foi atípico (10 x 2), mas com certeza será um grande jogo, com muitos gols e prazeroso para quem irá assistir”, conclui.

Histórico do Sexta-Feira em mata-mata na LCOF7:

Total: 20 jogos, 10 vitórias, 9 empates, 1 derrota

Aproveitamento nos empates: 7 sucessos, 2 fracassos

Partidas:

V Copa Estrelato:
Sexta-Feira 4 x 3 Chapiusky - Oitavas de Final
Sexta-Feira 4 (0) x (1) 4 Murajuba - Quartas de Final

VII Chuteira 5:
Los Borrachos Jrs 3 (1) x (2) 3 Sexta-Feira - Oitavas de Final
Panela 1 (0) x (1) 1 Sexta-Feira - Quartas de Final
Sexta-Feira 3 x 2 Murajuba -  Semifinal
Loloverpool 1 (2) x (0) 1 Sexta-Feira - Final

XV Chuteira de Aço:
La Coruja 1 x 6 Sexta-Feira - Oitavas de Final
Roleta Russa 4 (0) x (1) 4 Sexta-Feira - Quartas de Final
Sexta-Feira 3 x 1 Entre Amigos - Semifinal
Sexta-Feira 5 x 3 É o Centro Mané - Final

XXI Chuteira de Bronze:
Sexta-Feira 3 x 2 É o Centro Mané - Quartas de Final
Sexta-Feira 7 x 3 Kiwi SP - Semifinal
Sexta-Feira 3 x 5 Acidus - Final

XXV Chuteira de Prata:
Absolutos 3 x 8 Sexta-Feira - Oitavas de Final
Roleta Russa 1 x 3 Sexta-Feira - Quartas de Final
Acidus 2 (0) x (1) 2 Sexta-Feira - Semifinal
Danonight 2 x 3 Sexta-Feira - Final

XXXII Chuteira de Ouro (até aqui):
Sexta-Feira 2 (1) x (0) 2 Parceradas - Oitavas de Final
Wake ‘n’ Bake 6 (0) x (1) 6 Sexta-Feira - Quartas de Final
MachuPichu 3 (0) x (1) 3 Sexta-Feira - Semifinal


Histórico do Torce Contra em mata-mata na LCOF7:

Total: 25 jogos, 17 vitórias, 3 empates, 5 derrotas

Aproveitamento nos empates: 1 sucesso, 2 fracassos

Partidas:

V Chuteira 5:
Torce Contra 10 x 0 Toiss - Quartas de Final
Torce Contra 4 x 1 A. A. Spartacus - Final

VIII Chuteira de Aço:
Torce Contra 5 x 2 Voando Baixo - Quartas de Final
Torce Contra 4 x 6 Catado - Semifinal

XIV Chuteira de Bronze:
Torce Contra 2 (0) x 2 (1) Abusados - Quartas de Final

XVIII Chuteira de Prata:
Torce Contra 6 x 1 Só Quem Sabe - Oitavas de Final
Abre o Olho 3 x 1 Torce Contra - Quartas de Final

XIX Chuteira de Prata:
Torce Contra 4 x 1 Ras Time - Quartas de Final
Torce Contra 9 x 3 Morada Choque - Semifinal
Torce Contra 8 x 3 Starfucks - Final

XXVI Chuteira de Ouro:
Táligado 4 x 5 Torce Contra - Oitavas de Final
Nóis Que Soma 3 x 2 Torce Contra - Quartas de Final

XXVII Chuteira de Ouro:
Torce Contra 3 x 4 Condor’s - Quartas de Final

XXVIII Chuteira de Ouro:
Abre o Olho 3 x 2 Torce Contra - Oitavas de Final

XXIX Chuteira de Ouro:
Torce Contra 4 x 3 MachuPichu - Quartas de Final
Torce Contra 2 x 0 Olimpo - Semifinal
Torce Contra 2 x 0 Wake ‘n’ Bake - Final

XXX Chuteira de Ouro:
Torce Contra 3 x 1 Juvena - Quartas de Final
Torce Contra 6 x 2 Catimba - Semifinal
Torce Contra 5 x 3 MachuPichu - Final

XXXI Chuteira de Ouro:
Torce Contra 7 x 2 IMZT - Quartas de Final
Torce Contra 4 (3) x (1) 4 Invictus - Semifinal
Torce Contra 4 (0) x (1) 4 Wake ‘n’ Bake - Final

XXXII Chuteira de Ouro (até aqui):
Torce Contra 5 x 1 Juvena - Quartas de Final
Torce Contra 5 x 1 Divino - Semifinal