Raça e Roleta Russa chegam à final do VI Chuteira de Aço sonhando em fazer aquele que, para somente um dos dois, será o jogo perfeito. Aos alviverdes, o triunfo, além de obviamente representar o título, confirmará a campanha com 100% de aproveitamento, isto sem falar em outros números que impressionam, como é o caso dos 83 gols marcados na competição. Por outro lado, os russos precisam de atuação de gala se quiserem superar o time de melhor ataque (e também uma das melhores defesas) das cinco divisões do Chuteira e levantar o caneco.
 
As duas equipes estiveram no mesmo grupo na fase de classificação. Enfrentaram-se no dia 19 de setembro, em duelo válido pela 3ª rodada. Naquela ocasião, o Raça atropelou e aplicou 7 x 2 para cima do Roleta. De lá para cá, ao menos do lado russo, muitas mudanças. O time teve começo irregular, pois nas três primeiras rodadas foram duas derrotas – incluindo o revés sofrido para os alviverdes – e uma vitória, resultados que fizeram com que ocupasse a incômoda 8ª colocação da chave.
 
A partir da 4ª rodada, o Roleta embalou e simplesmente venceu todos os seus jogos. Até o final da primeira fase foram cinco triunfos: 3 x 2 Zanoios; 12 x 2 TNT; 2 x 1 Voando Baixo; 3 x 0 Tucho e 4 x 2 Futeloucos. Com as vitórias, os russos encerraram a fase de classificação na 2ª posição do grupo, atrás apenas do próprio Raça, e com a vaga direta para as quartas de final, quando novamente bateram o Voando Baixo, agora com direito a goleada, pelo placar de 5 x 2. Nas semifinais, despacharam o atual campeão do Chuteira 5, o Só Risada, que, com números praticamente idênticos, terminara a primeira fase na liderança de sua chave. O Roleta estava então garantido na final, tendo participação totalmente oposta à do semestre anterior, quando foi mero figurante e sequer qualificou-se aos playoffs.
 
No entanto, para superar o Raça e erguer a taça, os russos precisarão de atuação mágica. O time chega à decisão com campanha de oito vitórias e duas derrotas. Ainda não empatou. Ao todo, foram 44 gols pró e 26 contra.
 
Três jogadores chamam a atenção e são os trunfos da equipe. São eles: Gio, Alemão e André Plec. Os dois primeiros são responsáveis pela criação de grande parte das jogadas ofensivas, enquanto o terceiro, com 15 gols, é o artilheiro do time. Mesmo com destaque na armação, Gio e Alemão também costumam deixar o deles. Gio já balançou as redes em 6 oportunidades, enquanto Alemão já anotou 9 tentos. Resumindo a importância do trio para a equipe: eles contabilizam 30 dos 44 gols russos na competição, o que corresponde a quase 70%. Ceron, Leite e Volt são outras peças importantes, que podem fazer a diferença no confronto.
 
Do outro lado estão os alviverdes, que conseguiram o acesso na edição passada do Chuteira 5, mas bateram na trave na decisão, ficando com o vice-campeonato. Desta vez, não querem nem pensar em perder o título. Os números na atual disputa falam por si só. São dez vitórias em dez jogos, 83 gols marcados e apenas 17 sofridos. Está bom ou quer mais? Sim, tem mais, pois Raphinha, com 32 tentos anotados, deixou a marca dele em todos os compromissos do time, e é nada mais nada menos do que o artilheiro isolado e MVP do certame. 
 
Além de Raphinha, outro jogador do elenco merece atenção especial. Trata-se de Mateus, camisa 10 clássico e principal armador alviverde. O habilidoso meia também costuma fazer seus gols. Já balançou as redes em 12 ocasiões, sendo o vice-artilheiro da equipe.
 
O Raça, com grupo menos numeroso em relação aos russos, vem somando feitos expressivos e pode muito bem, em curto espaço de tempo, aparecer nas divisões principais do Chuteira.
 
Neste momento, o jogo da primeira fase pouco serve como referência e entra somente para as estatísticas. Desde então, ambos evoluíram e, além do mais, agora é decisão, partida que envolve diversos outros fatores. De qualquer forma, fica a pergunta: como parar o Raça, time com toque de bola qualificado, movimentação constante e números inacreditáveis?
 
O Roleta Russa tenta descobrir a resposta e, se conseguir, irá revelar a todos na tarde do próximo sábado. Uma coisa é certa, para desbancarem os alviverdes e alcançarem a taça, os russos terão que ser precisos, fazendo partida perfeita.